Discurso durante a 10ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relato dos propósitos de S.Exa. durante o mandato.

Autor
Gilvam Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Gilvam Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Relato dos propósitos de S.Exa. durante o mandato.
Publicação
Publicação no DSF de 17/02/2011 - Página 3318
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, REITERAÇÃO, COMPROMISSO, INTERESSE PUBLICO, ESTADO DO AMAPA (AP), DEFESA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GILVAM BORGES (Bloco/PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, permitam-me, neste breve pronunciamento, fazer algumas referências a meus propósitos, selando aqui o compromisso de continuar sendo voz altaneira do meu Estado e fazendo o que chamo de política de resultado, que nada mais é do que dar voz e andamento aos apelos dos milhares de pessoas que confiaram em meu nome para estar aqui.

            O dito popular consagra que “não se faz omelete sem quebrar ovos”. A simbologia se adapta bem ao mundo político, em que, infelizmente, não estamos livres de atrair desafetos e posições antagônicas. Mas as barbas brancas já me permitiram aprender que é preciso saber crescer em meio à adversidade, numa conciliação harmoniosa de resistência e de humildade, que nos faz aprender até mesmo com aqueles que se opõem às nossas ideias e aos nossos propósitos.

            Na verdade, mais perigoso é o caminho daqueles que não têm oposição, sobretudo no universo político, onde o contraponto favorece a análise, a reflexão, a correção de rotas ou, em outro extremo, a certeza de que estamos no rumo certo. É assim que me sinto, com o ouvido guiado pelos apelos da minha gente, com o cheiro da minha terra, com os sonhos renovados dos meus conterrâneos.

            Eu ando muito, gosto disso. Gosto de ir aonde ninguém que ir, aonde ninguém tem paciência de chegar, e essa disposição tem me permitido completar e entender o mosaico cultural, sentimental, cívico e histórico das cidades amapaenses e de sua gente.

            O Estado do Amapá não é uma ilha de excelência, longe disso. Tenho a humildade de reconhecer as premências de meu Estado, suas deficiências, suas necessidades emergenciais. Mas é preciso ver que o Norte do Brasil luta contra desigualdades muito peculiares e enfrenta uma realidade que seria exaustiva e extenuante para muita gente forte de outras regiões. De fato, tudo nos é mais difícil, tudo chega ali por último, tudo só vem depois de esforços gigantescos.

            Há alguns meses, ouvi um comentário zombeteiro de um Senador de outra região que, no acaso de minhas idas e vindas, encontrou-me saindo de um Ministério, desses que continuamente percorro, levando os pleitos de nossos prefeitos, de nossos líderes, de agentes comunitários. Disse ele: “Lá vai Gilvam de pires na mão”. O comentário do colega não me constrangeu; pelo contrário, encheu-me de orgulho. Eu estava, sim - e, muitas vezes, estarei de novo -, com o pires na mão, sempre que isso significar brigar pelo quinhão a que o Amapá tem direito.

            Se quem não chora não mama, aqui estou eu sem qualquer embaraço, para chorar, gritar, espernear, protestar em favor do meu povo. Não vendo minha alma. Não passo por cima dos valores morais sedimentados na minha formação, mas não tenho mesmo vergonha de pedir se for pelo Amapá, com o meu dever de parlamentar há vinte anos no Congresso Nacional.

            O ano 2011, Sr. Presidente, começa com gosto de luta e coragem. E aqui, onde as Federações ganham o peso da igualdade pelo equilíbrio da representação política, o cenário é muito especial.

            Eu teria de ser muito ingrato para não reconhecer que, no Governo Lula, iniciamos uma nova era no Amapá. Finalmente, algumas de nossas premências foram olhadas com um pouco mais de sensibilidade política e respeito. Para fazer a transferência das terras da União, por quatro vezes, o Presidente Lula esteve lá, ladeado pelo Presidente José Sarney. O desenvolvimento de nossos Municípios foi finalmente iniciado também com o Programa Luz para Todos - quanta luta não travamos! -, que já levou conforto, progresso e dignidade para muitas comunidades distantes e, até então, esquecidas. A chegada de Dilma Rousseff à Presidência nos estimula e nos faz crer que as conquistas continuarão a ser celebradas.

            Temos compromissos que urgem por atenção aqui e lá: nossa universidade federal, tão carente de recursos e de impulsos tecnológicos; a questão ambiental e seu eterno desafio de alicerçar-se ao progresso; as ações de combate à violência no nosso Estado; investimento maciço na infraestrutura de transporte, e, ainda, o mais delicado de todos os clamores, aqueles que se destinam a combater a fome e a miséria, passando necessariamente pelas ações de financiamento à saúde.

            Há pontos específicos a serem ressaltados, de cujo impulso depende a expansão do progresso de muitas cidades amapaenses. É o caso, por exemplo, de Oiapoque, que, como eu disse há poucos dias, não quer mais ser lembrada apenas quando alguém quer referir-se à grandeza do Brasil, quando dizem “do Oiapoque ao Chuí”, pois, agora, a cidade fronteiriça faz planos para sua expansão, organização e divulgação.

            Ainda neste semestre, os Governos do Brasil e da França irão inaugurar a ponte binacional sobre o rio Oiapoque. Lá, o Presidente Lula esteve também por duas vezes. Finalmente, faltam apenas 15% para concluirmos a ponte binacional, que nos dará uma ligação direta com o continente europeu, por meio da Guiana Francesa. Isso é muito importante. Sem dúvida, o turismo agigantar-se-á na região. Para terem uma ideia, Srªs e Srs. Senadores, o custo de uma passagem de Caiena a Paris é de apenas R$1 mil, ida e volta. Milhares de turistas - estimamos que serão dez milhões nos próximos quinze anos - adentrarão a grande Amazônia, onde o Estado do Amapá tem uma farta e rica fauna e flora. É um Estado que, na Amazônia, dispõe do segundo maior pantanal do mundo, na região de Tartarugalzinho-Amapá e Calçoene. É uma região riquíssima.

            No Amapá, estamos no meio do mundo. Somente o Amapá é banhado pelo grande rio Amazonas. Há não somente os igarapés, como as veias que cortam as florestas, os rios que seguem para se encontrar com o grande e majestoso rio Amazonas, que desemboca no grande oceano Atlântico, depois de longa caminhada vinda dos Andes.

            Assim, o Amapá, sem dúvida, prepara-se para essa nova etapa, com a construção de mais três hidrelétricas, que é prioridade de desenvolvimento, com a chegada de mais uma hidrelétrica, também no rio Araguari, já em construção. Também, em cachoeira de Santo Antônio, tão esperada, há previsão de início dessas obras. Priorizaremos também a chegada do Linhão de Tucuruí, Sr. Presidente.

            A estratégica estrada BR-210, além da BR-156, interligar-nos-á com o resto da América do Sul por meio do Estado-irmão de Roraima, e chegaremos à Venezuela. A estrada foi paralisada no ano de 1965, e estamos trabalhando, já há um bom tempo, para retomar essas ações muito importantes.

            Sr. Presidente, empolgamo-nos, porque, hoje, o frágil Amapá, na sua incipiente economia, agiganta-se, preparando a...

(Interrupção do som.)

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. GILVAM BORGES (Bloco/PMDB - AP. Fora do microfone.) - Sr. Presidente, peço mais dois minutos para encerrar.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Davim. PV - RN) - V. Exª disporá de dois minutos para concluir seu discurso.

            O SR. GILVAM BORGES (Bloco/PMDB - AP) - Nós nos preparamos para esse novo ciclo, para essa nova etapa.

            A Bancada Federal é composta pelos guerreiros que nos representam na Câmara Federal, pelo grande Líder Davi Alcolumbre, que, sem dúvida, tem sido um expoente e que representa, neste plenário, nossos aguerridos Deputados Federais.

            O Amapá se levanta com uma grande infraestrutura. Somos jovens. Viemos na Constituinte de 1988, mas, com as estradas, com os portos, com a energia abundante, somos o portal da Amazônia. Com todas as características necessárias em infraestrutura, o Amapá agigantar-se-á, e isso haveremos de registrar na história.

            Portanto, Sr. Presidente, retomamos nossas ações políticas neste novo ano, com este novo trabalho. Entre os que defendem as boas ideias neste Parlamento, com um conjunto de verbos que fazem com que o homem se diferencie no reino animal, há os que têm a capacidade de se comunicar e de fazer cultura.

            Faltando um minuto, como sou rígido e disciplinado, como membro dessa Mesa Diretora, estarei pronto para encerrar este pronunciamento quando faltar um segundo.

            Agora, dinheiro na conta é o que interessa. Para a Prefeitura Municipal de Laranjal do Jarí, há dinheiro na Agência nº 4.109 do Banco do Brasil. É dinheiro, Euricélia, graças a Deus! São idas e vindas, lutas e batalhas, e o dinheiro chega: são R$225 mil, destinados a melhorias sanitárias e domiciliares.

            Nem só de palavras vive o homem, mas este precisa do pão para se sustentar e da capacidade intelectual para transformar.

            Viva o Brasil! Viva o Amapá, que se levanta como um gigante no extremo Norte!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/02/2011 - Página 3318