Discurso durante a 14ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Necessidade de previsão de dispositivo legal na reforma política que possibilite o aumento do número de mulheres no Parlamento. (como Líder)

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
FEMINISMO.:
  • Necessidade de previsão de dispositivo legal na reforma política que possibilite o aumento do número de mulheres no Parlamento. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 23/02/2011 - Página 4587
Assunto
Outros > FEMINISMO.
Indexação
  • COMENTARIO, NECESSIDADE, REFORMA POLITICA, CRIAÇÃO, DISPOSITIVOS, POSSIBILIDADE, AUMENTO, PARTICIPAÇÃO, MULHER, CONGRESSO NACIONAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, quero saudar a presença do nosso Deputado Dagoberto, que está visitando aqui o plenário do Senado Federal, eu queria saudar também os telespectadores da TV Senado e os ouvintes da Rádio Senado.

            Rapidamente, Presidenta, eu estou preocupado, nesta reforma política, com um avanço concreto que acho viável: aumentar o número das mulheres neste Parlamento.

            Estamos amadurecendo há muito tempo para essa discussão, mas não caminhamos. Veja que os dispositivos legais que colocamos no passado não tiveram nenhuma efetividade. Quantas mulheres temos hoje na Câmara dos Deputados? Quarenta e cinco; menos de 10%. Quantas mulheres temos no Senado Federal? Valorosas, virtuosas, mulheres que representam todas as virtudes, não só da beleza, da graça, mas também das resistências morais de caráter da mulher brasileira. Quantas são? Doze. Apenas doze. Dez por cento lá, menos de quinze por cento aqui. Agora, como é que se aumenta isso?

            Há um projeto de lei meu que está na Comissão de Constituição e Justiça e faço um apelo ao Presidente Eunício para que relate, que a gente possa aperfeiçoar, pautar, debater, votar e aprovar um dispositivo para que, na chapa ao Senado, que tem um titular e dois suplentes, conste uma mulher, porque a lei já prevê que um terço das chapas seja de mulheres. Então, que isso se dê efetivamente no Senado Federal. E aqui há uma estatística de que pelo menos 30% dos Senadores ou concorre a Prefeito, ou a Governador, e o suplente assume. Tivemos aqui, na legislatura passada, mais de vinte suplentes. Então, que as mulheres tenham a oportunidade de debutar na Câmara Alta, mesmo entrando, num primeiro momento, na suplência.

            Na América Latina, o Brasil perde na representação feminina para todos os países, com exceção do Haiti, exceção apenas de um país em que as mulheres têm pouco acesso à vida política, à vida cultural e à vida econômica.

            Srªs e Srs. Senadores, não quero me delongar, mas gostaria, uma vez que estamos discutindo reforma política, que pudéssemos colocar na pauta um assunto relevante que é efetivamente abrir espaço para a participação das mulheres no Parlamento.

            Nós não podemos nos enganar. Temos uma Presidenta da República; tivemos 16 mulheres concorrendo ao cargo de governadora de estado, mas só duas ganharam. Só duas ganharam! Ter uma Presidenta da República, para os avanços que precisamos, pela dívida histórica que temos com a participação feminina na vida pública brasileira, uma presidenta pode, muitas vezes - para usar um termo feminino -, maquiar os números e criar uma ilusão de que elas estão com a participação crescente na vida pública, que é o desejo de todos nós.

            Eram essas as minhas palavras, Srª Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/02/2011 - Página 4587