Pronunciamento de Mozarildo Cavalcanti em 24/02/2011
Discurso durante a 16ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Homenagem pelo transcurso dos 90 anos do jornal Folha de S.Paulo, comemorado no último dia 19 de fevereiro.
- Autor
- Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
- Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- Homenagem pelo transcurso dos 90 anos do jornal Folha de S.Paulo, comemorado no último dia 19 de fevereiro.
- Aparteantes
- Ana Amélia.
- Publicação
- Publicação no DSF de 25/02/2011 - Página 4877
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, ANIVERSARIO, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, IMPARCIALIDADE, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, COMBATE, DITADURA, REGIME MILITAR, LUTA, DEMOCRACIA.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Cícero Lucena, Srªs e Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, os últimos acontecimentos no mundo, começando pelo Egito, se estendendo por vários países, agora na Líbia, mostram para todos nós a importância da democracia. E falando em democracia, talvez o pilar primeiro seja justamente a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, para que não aconteça, como temos visto, que até mesmo a cobertura jornalística desse eventos só seja possível com o caminho da Internet, nunca com a presença da imprensa livre, com a cobertura imparcial e, portanto, com a informação correta.
Faço esta introdução, Sr. Presidente, para fazer um registro que considero muito importante para a democracia brasileira, que são os 90 anos de história do Jornal Folha de S.Paulo, comemorados no último dia 19 de fevereiro. É um jornal que - ninguém tem dúvida - atravessou momentos de muita turbulência em toda nossa história política, como a ditadura, o regime de exceção, cobrindo com coragem e imparcialidade e denunciando fatos que comprometiam a dignidade da pessoa humana, a liberdade de ir e vir e, sobretudo, a liberdade de informação.
O jornal completa este quarto de século na liderança em circulação entre os grandes diários de interesse geral e acaba de publicar um caderno em homenagem aos seus 90 anos, com 48 páginas. É o primeiro jornal a colocar online a íntegra de seu acervo histórico.
Em 2010, a redação venceu prêmios importantes, entre eles o Prêmio Esso. Em abril, ele realizou a fusão, de fato, de suas plataformas online e de papel. Em maio, o jornal estreou o seu novo projeto gráfico e um novo momento de projeto editorial e, em setembro, em uma parceria com a UOL, a Folha promoveu o primeiro debate presidencial online.
Para comemorar esses 90 anos, o jornal fez uma cerimônia que contou, no dia 21 de fevereiro, na sala de São Paulo, com a presença da Presidente Dilma Rousseff, do Governador Geraldo Alckmin, do Prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, entre outras autoridades, empresários, líderes religiosos e representantes da sociedade civil.
Nessa oportunidade, a Presidente Dilma disse uma frase que, no meu entender, estimula muito nós todos que primamos pela democracia ampla, não a democracia adjetivada, não aquela democracia que tenha que ter controles. Ela disse claramente que o Governo “deve saber conviver com as críticas dos jornais para ter um compromisso real com a democracia e que deve haver um convívio “civilizado com a multiplicidade de opiniões, crenças e propostas”.
Isso, realmente, me deixa muito satisfeito, muito encorajado a, realmente, emprestar apoio à Presidente Dilma porque, dos bens todos que o ser humano pode ter, não há dúvida de que, depois da vida, é a liberdade. É justamente a possibilidade de viver da maneira que achar mais correta, com a chance de ter igualdade de oportunidades. Portanto, só na democracia é possível vivermos uma verdadeira fraternidade.
Ao fazer este registro do aniversário da Folha de S.Paulo e da importante fala da Presidente Dilma, principalmente dessa frase, quero dizer que a democracia brasileira recebe uma injeção de ânimo, porque, partindo da Presidente, ficamos tranquilos no sentido de que certos rumores de regulação dos meios de comunicação não prosperem neste País.
Senadora Ana Amelia, concedo-lhe um aparte, com muito prazer.
A Srª Ana Amelia (Bloco/PP - RS) - Caro Senador Mozarildo Cavalcanti, eu quero endossar a homenagem que o senhor presta a um dos mais importantes veículos de comunicação de nosso País e, na condição de jornalista por mais de 40 anos e, agora, estreando na vida política e na área parlamentar na Casa da República, que tem também o compromisso com os princípios e os valores democráticos, dizer que me é muito grato ouvir o senhor fazer esse mantra em favor da democracia. Ouvi do Ministro Ayres Britto, num recente evento promovido pela TV Cultura, em São Paulo, que “a democracia é a nossa bíblia, e a liberdade, a nossa fé”. Citando essa frase do Ministro Ayres Britto, eu gostaria de, neste aparte, endossar inteiramente essa justa homenagem a um dos veículos que, a mim, como jornalista, orgulha muito pela isenção, pela liberdade, pelo trato que faz da comunicação em nosso País e pelo auxílio que deu em todos os momentos mais difíceis da vida nacional, especialmente na hora da redemocratização de nosso País. Parabéns, Senador Mozarildo Cavalcanti.
O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR) - Obrigado, Senadora Ana Amelia. Fico muito feliz de ter um aparte de uma pessoa, jornalista, que tem uma experiência de vida.
E tenho certeza de que todos os brasileiros que procuram se informar têm na Folha de S.Paulo um jornal com uma linha independente, uma linha editorial própria. Portanto, não há suspeitas de que esteja a servir a esse ou àquele interesse, a esse ou àquele grupo.
É com muito prazer que, ao homenagear a Folha de S.Paulo, homenageio a democracia brasileira, homenageio todos os jornalistas que fazem justamente da liberdade de expressão o pilar mais seguro para a democracia.
Obrigado, Senador.
Era o que tinha a dizer e peço a V. Exª que autorize a inscrição dessa matéria publicada que tem como título “Dilma diz que Governo deve conviver com críticas da imprensa”.
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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI EM SEU PRONUNCIAMENTO
(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno)
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Matéria referida:
- Dilma diz que governo deve conviver com críticas da imprensa. (Folha.com)
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