O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Blairo, o Brasil vive um momento rico do ponto de vista histórico. Eu vislumbro em breve esta Casa discutindo temas determinantes para o futuro deste País, como, por exemplo, a reforma tributária, a reforma política e o Código Florestal.

            Hoje pela manhã, tivemos uma reunião na Comissão de Meio Ambiente - V. Exª também estava presente - para apreciarmos, dentre outros, o requerimento do Senador Rodrigo Rollemberg, Presidente da nossa Comissão de Meio Ambiente, que propunha um ciclo de debates envolvendo comunidade científica, setores agrícolas, o segmento governamental, o terceiro setor, enfim, uma proposta para verdadeiramente pluralizar o debate. E tenho absoluta certeza de que o Senado Federal não se furtará ao seu papel constitucional e promoverá esse debate com profundidade, com qualidade, com responsabilidade e com espírito público.

            É um tema de extrema importância em se tratando de Brasil, porque o Brasil é o espelho, é a vitrine, do ponto de vista de legislação ambiental, para o mundo. Nós não temos como importar experiências de outros países e de outras regiões, até porque elas não existem. Isso aumenta sobremaneira a nossa responsabilidade nessas discussões que serão travadas neste plenário e no plenário da Comissão de Meio Ambiente. Todos - e aí foi um bom diagnóstico que eu fiz hoje pela manhã -, todos imbuídos do espírito de discussão responsável, todos com o propósito de acabar definitivamente com a falsa crendice, se posso assim dizer, de que preservar o meio ambiente é se opor ao desenvolvimento. De forma nenhuma. Nós precisamos criar esse compromisso e desmitificar essa ideia.

            Os ambientalistas não são contra o agronegócio. Nós não somos contra a produção, nós queremos - e acho que podemos e vamos conseguir - é o bom convívio, um convívio harmônico entre meio ambiente e produção, o desenvolvimento sustentável propriamente dito. E é possível conseguir isso. Mas, para que consigamos chegar no meio termo, chegar no equilíbrio, precisamos estabelecer um debate responsável.

            Há quem diga que não se pode debater emocionalmente. Não há problema, até porque as emoções sempre estão presentes nos grandes debates. E isso não viabiliza o raciocínio lógico e o bom tirocínio. De forma alguma. O que eu acho, o que espero e o que torço é para que façamos um debate voltado para o destino deste País, que tem um potencial produtivo gigantesco, mas também tem um patrimônio ambientalista insofismável. É um patrimônio ambiental invejável, e todas as nações desenvolvidas do mundo olham para o Brasil na expectativa de que façamos esse debate no sentido de provar a todos que há condição, sim, de discutirmos uma modernização do Código Florestal sem perder a vanguarda deste País, do ponto de vista de legislação ambiental.

            Tenho absoluta certeza, Sr. Presidente, de que as propostas inseridas ou adicionadas ao requerimento inicial são propostas que vão enriquecer muito. Eu, por exemplo, fiz minha uma proposta do Senador Pedro Taques criando uma subcomissão para discutirmos mais detalhadamente. E acredito que há necessidade, sim, de um debate mais detalhado, de esmiuçar mais essas questões ou algumas questões. Como, por exemplo, acho que é importante aumentar o número...

(Interrupção do som.)

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN) - Aumentar o número de audiências propostas no requerimento, já que é um tema tão importante, um tema estratégico, eu diria, um tema vital do ponto de vista de desenvolvimento sustentável.

            E aí eu propus nacionalizar o debate, porque a Floresta Amazônica é um patrimônio não só do Brasil, mas da humanidade. Da mesma forma que o Pantanal. Nós também temos a Mata Atlântica e o nosso Semiárido, lá no Nordeste. Propus acrescentar, nas instituições convidadas, a Fundação SOS Mata Atlântica, que eu acho importante, que tem um profundo conhecimento sobre aquela biota, e também a Ufersa, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Precisamos inserir o Semiárido nesse debate tão importante para o Brasil.

            Portanto, Sr. Presidente, são as informações que trago, em nome do meu partido, o Partido Verde.

            Muito obrigado.

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