Discurso durante a 25ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do nonagésimo aniversário de fundação do jornal Folha de S.Paulo.

Autor
Ricardo Ferraço (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Ricardo de Rezende Ferraço
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do nonagésimo aniversário de fundação do jornal Folha de S.Paulo.
Publicação
Publicação no DSF de 15/03/2011 - Página 6682
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, PIONEIRO, MODERNIZAÇÃO, IMPRENSA, CONTRIBUIÇÃO, REDEMOCRATIZAÇÃO, CAMPANHA, ANTERIORIDADE, ELEIÇÃO DIRETA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. RICARDO FERRAÇO (Bloco/PMDB - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. Presidente do Senado da República, Senador José Sarney; Exmº Sr. Ministro da Previdência Social, Senador Garibaldi Alves Filho; Exmº Sr. Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro Gilmar Mendes; Exmº. Sr. Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ministro João Oreste; signatário desta propositura de homenagem este estratégico e relevante conglomerado de comunicação brasileiro que é a Folha de S.Paulo, Senador Marcelo Crivella; Sr. jornalista Otávio Frias Filho, Diretor Editorial da Folha de S.Paulo; Maria Cristina Frias, colunista da Folha de S.Paulo; Srªs Senadoras, Srs. Senadores; colunista Melchiades Filho, Diretor-Executivo da sucursal de Brasília, em nome dos quais desejo cumprimentar todos os acionistas, diretores, editores, colunistas, jornalistas e colaboradores da Folha de S.Paulo.

            Homenagear a Folha de S.Paulo pelos seus 90 anos de história - uma história de sucesso, independência e pioneirismo - é homenagear, na verdade, a liberdade de opinião e de imprensa, pilares fundamentais da democracia.

            Se a Folha é hoje um dos veículos de comunicação mais respeitados do País, isso se deve à firmeza de um posicionamento sempre crítico e independente, que não costuma se dobrar a um ou outro interesse específico, a um ou outro grupo particular.

            A guinada política que levou a Folha a ter um papel relevante no processo de redemocratização do País e que colocou o jornal na linha de frente da campanha pelas eleições diretas, no início dos anos 80, foi seguramente um marco na história do nosso jornalismo.

            O Projeto Folha, conduzido por Otavio Frias Filho, tem pautado uma linha editorial baseada no plural e no apartidário. Um exercício nem sempre fácil no dia a dia da imprensa brasileira, mas essencial para a reflexão crítica e o equilíbrio democrático.

            O espírito de inovação está no DNA do jornal desde os tempos da Folha da Noite, que nasceu em 1921. Segundo registros históricos da própria Folha, o estilo mais leve e a linguagem mais coloquial, bem diferentes do usual na época, já prenunciavam novos tempos.

            E esses novos tempos ficaram ainda mais arejados a partir dos anos 40, quando a Folha imprimiu uma linha editorial até então inédita, de imparcialidade. Já eram duas Folhas na época - a da Noite e a da Manhã. A elas se somaria depois a Folha da Tarde. Os três títulos dariam origem, em 1960, à Folha de S.Paulo.

            Foi a paixão pela notícia e o espírito empreendedor e inovador de Otavio Frias que pavimentaram o caminho para que a Folha se tornasse o embrião do grande conglomerado de comunicação que conhecemos hoje.

            Nessa longa trajetória, pesaram muito a credibilidade e o respeito conquistados com o apoio à abertura política e reforçados com o pioneirismo que revolucionou o jornalismo brasileiro. Pioneirismo, é bom frisar, não só na linha editorial, mas também nas áreas de gestão e de tecnologia.

            A Folha foi o primeiro jornal da América Latina a ser rodado em offset, ainda no final dos anos 60. O primeiro jornal no Brasil a informatizar sua redação, no começo dos anos 80, a digitalizar imagens e a produzir suas páginas de modo inteiramente eletrônico.

            A Folha também saiu na frente ao estabelecer uma política de transparência e avaliação criteriosa dos seus próprios erros, com a seção “Erramos” e a adoção da figura do ombudsman. Foi pioneira na criação do Instituto Datafolha e no uso intensivo de infográficos, que enriquecem as notícias.

            O dinamismo da Folha, que sabe tão bem conciliar grandes reportagens com a agilidade da informação on line, pode ainda ser apontado pela preocupação constante com as reformas gráficas, que conferem cada vez mais atualidade e praticidade ao projeto do jornal.

            Antenada à nova realidade e velocidade do mundo digital, a Folha.com é, sem dúvida, um ganho inestimável para o leitor. Um ganho em qualidade e agilidade da informação.

            Mais, porém, que qualquer avanço tecnológico, o que faz da Folha de S.Paulo o grande jornal que admiramos hoje é seu compromisso com a verdade, seu compromisso com o leitor. O profissionalismo e isenção dos seus profissionais. As reportagens que muitas vezes despertam polêmica, mas que sempre garantem o contraditório.

            Encerro minhas palavras, Sr. Presidente, senhoras e senhores, homenageando a todos que fizeram e fazem da Folha de S.Paulo não apenas um dos jornais mais importantes do País, mas um jornal indispensável. Indispensável para a formação de tantas gerações, inclusive para minha própria formação pessoal.

            Vida longa à Folha de S.Paulo! (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/03/2011 - Página 6682