Discurso durante a 26ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Encaminhamento de requerimento de voto de pesar pelo falecimento de Francisco Lopes de Arruda, pai do Senador Inácio Arruda.

Autor
Vanessa Grazziotin (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Encaminhamento de requerimento de voto de pesar pelo falecimento de Francisco Lopes de Arruda, pai do Senador Inácio Arruda.
Publicação
Publicação no DSF de 15/03/2011 - Página 6734
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, EX-DEPUTADO, SOLIDARIEDADE, FAMILIA.
  • HOMENAGEM POSTUMA, PAIS, INACIO ARRUDA, SENADOR, REGISTRO, BIOGRAFIA, ENCAMINHAMENTO, MESA DIRETORA, REQUERIMENTO, VOTO DE PESAR.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Senador Humberto Costa, Líder do nosso Bloco aqui no Senado Federal.

            Eu quero dizer que é com muita tristeza que ocupo a tribuna neste momento. Primeiro, porque venho aqui para falar da partida de uma pessoa importante, o genitor, o pai do Senador Inácio Arruda, e sou surpreendida com o pronunciamento do Senador Paulo Paim, que nos trouxe a notícia do falecimento, neste último final de semana, do ex-Deputado Eduardo Valverde, seu amigo, meu amigo, amigo de todos nós; uma pessoa firme nas suas convicções, que não é Deputado Federal porque se candidatou ao Governo do Estado de Rondônia, senão, sem dúvida nenhuma, estaria de volta à Câmara dos Deputados, e lá, na tarefa árdua, cotidiana na defesa do Governo, daquilo que é certo, que vem sendo encaminhado pelo Governo.

            Então, fica aqui o meu abraço, a minha solidariedade aos amigos, à família do Deputado Eduardo Valverde e ao povo de Rondônia, do meu querido vizinho Estado de Rondônia. Quantas vezes participei de atividades naquele Estado juntamente com o Deputado Eduardo Valverde!

            Quero dizer também, Sr. Presidente, que, ao cair da tarde da última quinta-feira, dia 10 deste mês, a vida de Francisco Lopes de Arruda, pai do Senador Inácio Arruda, encontrou-se com a eternidade.

            “Seu” Lopes, como era conhecido, faleceu aos 97 anos, deixando esposa, filhos, filhas, netos, netas, genro, noras, amigos e muitas amigas com eternas saudades e muitas lembranças de um honrado homem do sertão que viveu na cidade grande tudo o que há para viver.

            Orgulhoso filho da localidade de Sítio Madeiro, na pequena e serrana cidade de Mulungu, Ceará, Chico Camundo - apelido de infância que o acompanhou por toda a vida - foi para Fortaleza ainda jovem. Trabalhou no cais do porto, em um hotel do centro da cidade e em outros empregos até se estabelecer como funcionário civil da Base Aérea de Fortaleza. Serviu aos militares da esquadra norte-americana sediados em Fortaleza na II Guerra Mundial, tendo com eles aprendido frases em inglês que deixavam escapar a dureza com que os homens simples eram tratados naqueles tempos, mas que sempre foram motivo de orgulho pelo vivido e também motivo de sorrisos mangadores.

            Galante e dono de um bom humor tipicamente sertanejo, conquistou e casou-se com a jovem migrante de Mossoró, Rio Grande do Norte, Francisca Nunes de Arruda. Fizeram morada no Bairro Dias Macedo e juntos tiveram, criaram e educaram sete filhos, entre eles o nosso querido companheiro, nosso colega, Senador Líder da minha bancada, do meu Partido, o PCdoB, Inácio Arruda.

            Homem de hábitos simples, era amante da sanfona, do violão, do cordel, do repente, das cantigas populares, do tempo bonito pra chover e da fartura conquistada com o trabalho duro na roça ou no batente.

            De pouco estudo, mas de muita inteligência, nunca deixou faltar nada em casa, sempre garantiu o suficiente para alimentar a família e garantir o estudo da prole. Conservador, respeitou tanto quanto não entendeu quando os filhos e filhas declararam sua escolha pelas lutas e causas populares. Mesmo assim, vigiou inúmeras reuniões, abrigou muitas e muitos lutadores em sua casa e foi eleitor fiel dos “encarnados”, como são conhecidos os vermelhos, os comunistas, no Nordeste brasileiro.

            Já não estava tão lúcido quando perdeu um dos filhos e mais recentemente uma neta, mas quase sempre lembrava seus nomes quando perguntado e lamentava suas partidas precoces. Um dos seus prazeres nos últimos anos era passear no carro do filho.

            A mão estendida em busca do aperto, o chamado pela companheira Francisca Nunes de Arruda, com quem partilhou quase sessenta anos de vida, e um ar sério que, de vez em quando, deixava escapar o espírito gaiato são algumas das muitas marcas do “Seu” Lopes, o Chico Camundo, que ficarão eternizadas na lembrança de quem teve a felicidade de conhecê-lo e principalmente com ele conviver.

            Foi esse homem solar que, no último dia 10, na última quinta-feira, se fez eterno ao pôr do sol.

            Então, Sr. Presidente, eu quero encaminhar também à Mesa um requerimento em que nós solicitamos voto de pesar pelo falecimento do Sr. Francisco Lopes de Arruda e também externamos toda nossa solidariedade não só ao Senador Inácio Arruda, mas aos seus familiares.

            Fica aqui a expressão do nosso mais profundo sentimento. Um homem simples, que não entendia muito da política, mas de tudo fazia para proteger aqueles que colocavam suas vidas em risco, lutando em prol da democracia, lutando por um País melhor.

            Então, meu mais profundo abraço ao Senador Inácio Arruda e a todos os seus familiares, amigos e amigas.

            Obrigada.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/03/2011 - Página 6734