Discurso durante a 27ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação com a escolha do tema "Fraternidade e a Vida no Planeta", e do lema "A criação geme em dores de parto" para a Campanha da Fraternidade de 2011.

Autor
Paulo Davim (PV - Partido Verde/RN)
Nome completo: Paulo Roberto Davim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
RELIGIÃO.:
  • Satisfação com a escolha do tema "Fraternidade e a Vida no Planeta", e do lema "A criação geme em dores de parto" para a Campanha da Fraternidade de 2011.
Publicação
Publicação no DSF de 16/03/2011 - Página 6871
Assunto
Outros > RELIGIÃO.
Indexação
  • REGISTRO, SAUDAÇÃO, CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB), ESCOLHA, ASSUNTO, MEIO AMBIENTE, RELAÇÃO, CAMPANHA DA FRATERNIDADE, OBJETIVO, CONVOCAÇÃO, SOCIEDADE CIVIL, MOBILIZAÇÃO, PRESERVAÇÃO, NATUREZA, PLANETA TERRA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. PAULO DAVIM (PV - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje, quando cheguei nesta Casa - tive uma audiência no Ministério da Saúde -, já estava no final a sessão solene alusiva à Campanha da Fraternidade. Na condição de Senador do Partido Verde, eu não poderia me furtar o direito das poucas palavras, que direi neste momento e nesta tribuna.

            A CNBB, há alguns anos, vem demonstrando a sua preocupação com o meio ambiente. Em 2003, a Campanha da Fraternidade teve como tema “Água, fonte de vida”. No ano de 2011, mais uma vez, a CNBB, externando sua preocupação com o meio ambiente, um tema urgente, grave, que exige um olhar cuidadoso de toda a sociedade, escolheu como tema “Fraternidade e a Vida no Planeta”. Trata-se de um tema que vem a calhar com o momento político por que atravessa o mundo, onde o meio ambiente, onde as catástrofes climáticas, ambientais se amiúdam, e é momento de despertar as consciências.

            Eu fico particularmente feliz em falar sobre a Campanha da Fraternidade por uma razão muito simples, Sr. Presidente: a Campanha da Fraternidade, além da importância social, tem um dado histórico que me toca em particular e toca a todos os potiguares. A Campanha da Fraternidade teve início em Natal, no Rio Grande do Norte, no ano de 1962, quando um grupo de sacerdotes, recém-ordenados, faziam reuniões frequentes para reflexões e orações, mas também para discutir assuntos importantes, de interesse social. Eram coordenadas pelo jovem sacerdote de Acari, do interior do Rio Grande do Norte, Dom Eugênio de Araújo Sales.

            Pois bem, essas reuniões resultaram em medidas pioneiras, em medidas efetivas e duradouras.

            Foi esse grupo de sacerdotes que criou a primeira Regional da CNBB, a qual abrangia as dioceses do Maranhão à Bahia. Foi esse grupo que promoveu o primeiro planejamento pastoral. Foi esse grupo que organizou os trabalhadores em sindicatos rurais. Foi por meio desse grupo que houve a maturação e, posteriormente, a criação da primeira Federação dos Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Norte. Desse grupo surgiu a concepção da ideia da Campanha da Fraternidade em 1962.

            Em 1963, dezenove dioceses, pelo Brasil afora, já tinham aderido à Campanha da Fraternidade. Em 1964, todo o Brasil já estava integrado nessa campanha. E hoje a Campanha da Fraternidade não é mais um movimento da Igreja Católica: a Campanha da Fraternidade é um movimento ecumênico, é um movimento sobretudo social, que conclama e consegue sensibilizar os mais diversos segmentos da sociedade para temas importantes como o deste ano: “Fraternidade e Vida no Planeta”.

            A Comissão de Direitos Humanos desta Casa, presidida pelo Senador Paulo Paim - que, por sinal, hoje aniversaria -, apresentou um requerimento, subscrito por mim, para promovermos uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos a fim de discutirmos o tema da Campanha da Fraternidade e aprofundarmos esse tema, pois o achamos necessário, já que o direito à vida é, sobretudo, um direito do ser humano. A Comissão dos Direitos Humanos vai debater, sim, esse tema suscitado pela Campanha da Fraternidade.

            Espera a CNBB, abordando esse tema, viabilizar meios para a formação da consciência ambiental; promover discussões sobre a problemática em tela; mostrar a gravidade e a urgência dos problemas ambientais, e especialmente mobilizar pessoas, igrejas e a sociedade para assumirem o protagonismo na construção de alternativas à superação dos problemas socioambientais; denunciar situações e apontar responsabilidades no que diz respeito aos problemas ambientais decorrentes do aquecimento global.

            Essa iniciativa da CNBB, no momento que vivemos no Brasil e no mundo, é um tema de rara felicidade porque precisamos, sim - e nunca precisamos tanto! -, sensibilizar as consciências mundo afora para que tomemos conta, com responsabilidade, com zelo e com carinho, da nossa casa, que é o planeta. Não é à toa que as enchentes estão se tornando mais freqüentes, as catástrofes ambientais estão se tornando cada vez mais frequentes, os terremotos, os tsunamis, e vidas estão sendo ceifadas pela violência da natureza, que sabe albergar com carinho, mas também sabe mostrar a sua força quando agredida.

            Então, Sr. Presidente, na condição de Senador do Partido Verde, um partido que se notabiliza por essa bandeira ambientalista - o Partido Verde não é uma ONG ambientalista, mas essa é a principal bandeira do nosso partido -, eu não poderia, em função disso, deixar de registrar a minha satisfação, a minha alegria, na condição de ambientalista, na condição de médico, na condição de Senador pelo Partido Verde e na condição de cristão, pela escolha desse tema tão oportuno, escolhido pela CNBB para ser o tema da Campanha da Fraternidade deste ano.

            Era só, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/03/2011 - Página 6871