Discurso durante a 29ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre os dados divulgados hoje sobre a geração de empregos em fevereiro último; e outros assuntos. (como Líder)

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Comentários sobre os dados divulgados hoje sobre a geração de empregos em fevereiro último; e outros assuntos. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 18/03/2011 - Página 7290
Assunto
Outros > ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, AUMENTO, CRIAÇÃO, EMPREGO, PAIS, RESULTADO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, GOVERNO FEDERAL.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, GOVERNO FEDERAL, RELAÇÃO, INVESTIMENTO, INDUSTRIA PETROQUIMICA, INDUSTRIA NAVAL, REGIÃO, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), RESULTADO, CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco/PT - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu queria, na tarde de hoje, em nome da Liderança do PT, fazer dois registros importantes.

            O primeiro é que, no dia de ontem, foi divulgado o número de empregos formais gerados no mês de fevereiro, que atingiu 280.800 empregos, configurando mais um recorde de geração de empregos no nosso País, demonstrando, inclusive, o acerto na continuidade da política econômica que o governo Lula desenvolveu e que é continuada agora pela Presidenta Dilma Rousseff.

            Portanto, quero registrar isso e mostrar que o nosso País, apesar de todas as dificuldades que ora vivemos por conta as pressões inflacionárias hoje existentes, continua em um caminho correto de fazer com que o País cresça e se desenvolva.

            E o segundo registro é para falar sobre o meu Estado de Pernambuco.

            Pernambuco, ao longo desses últimos anos, está passando por uma profunda mudança em sua economia, em sua estrutura social e vem, inclusive, modificando o perfil econômico que secularmente o caracterizou.

            Sempre tivemos uma forte tradição na agricultura, especialmente na área da cana-de-açúcar. A partir do governo Lula, que deu um grande impulso ao desenvolvimento regional e apoiou de forma decisiva os Estados nordestinos nesse objetivo de promover a sua industrialização, nós agora abrigamos setores industriais modernos, como o polo petroquímico e o polo naval.

            Esses dois ramos da indústria só foram possíveis em uma região pobre do Nordeste porque o governo Lula adotou uma política diferenciada em relação à Petrobras, no sentido de que ela deveria implantar novos investimentos na área do refino e, por outro lado, decidiu também que nós deveríamos, a partir das demandas da Petrobras, revitalizar a indústria naval brasileira.

            E não foi à toa que o jornal Folha de S.Paulo recentemente, ainda no domingo de carnaval, publicou uma matéria em que caracterizava Pernambuco como “Locomotiva do Nordeste”. O texto falava dos R$46 bilhões em investimentos públicos e privados, previstos até 2014, que o Estado deve receber e de como esses investimentos estão melhorando a vida dos pernambucanos.

            A matéria dizia: “Os investimentos têm mudado não só a vida dos 8,7 milhões de pernambucanos, mas, sobretudo, têm permitido a volta dos retirantes que um dia caíram no mundo atrás de uma vida melhor”.

            Esse cenário tão positivo em Pernambuco é fruto de uma política econômica e social que vem dando certo. Desde o início do Governo Lula, houve inversão de prioridades em relação ao Nordeste, tão esquecido por gestões anteriores, e que passou a ter o destaque que merecia.

            O Presidente Lula em sua política econômica, em sua política de desenvolvimento, definiu claramente, até sem uma grande elaboração, ou sem uma grande formulação de princípios, mas definiu uma política de eliminação das desigualdades regionais, e o Nordeste foi, sem dúvida, uma das regiões mais beneficiadas por essa decisão.

            Hoje um dos maiores polos de desenvolvimento de Pernambuco é o complexo de Suape. O porto, responsável pela atração de vários empreendimentos para a região, também está na liderança no que se refere à qualidade. Em 2010, o Instituto de Logística e suprimentos na cadeia de Supply Chain (Ilos) colocou o porto no topo da lista entre os portos brasileiros.

            Para se ter uma ideia da importância de Suape hoje para a economia pernambucana, só no ano passado, a movimentação de carga chegou a nove milhões de toneladas. E esse número deve-se ampliar muito nos próximos anos. Com a previsão de novos investimentos para o nosso Estado, a expectativa é que a movimentação chegue a 40 milhões de toneladas.

            O maior empreendimento dentro do complexo hoje é a Refinaria Abreu e Lima, que representa um investimento de US$12,2 bilhões, que será capaz de produzir 230 mil barris de petróleo por dia, tendo a sua inauguração prevista para 2013. E esse projeto deve gerar cerca de 130 mil empregos diretos e indiretos, sendo hoje já considerada uma das estações de refino mais avançadas do mundo.

            Outro importante investimento para a região é o Estaleiro Atlântico Sul. O projeto deu um novo impulso à indústria naval brasileira e foi responsável pela descentralização do setor. O estaleiro já ajudou inclusive na atração de outras indústrias para o porto de Suape. Dois novos empreendimentos do tipo estaleiro estão sendo projetados para a região.

            Ainda em Suape, merece destaque o polo Petroquímico. E aí pessoalmente tenho a satisfação de ter trabalhado de forma decisiva para que, mediante um trabalho junto à Petrobras, implantássemos duas plantas, uma de POY e outra de PTA para o Estado de Pernambuco, as quais, juntamente com uma planta de PET, formarão três unidades fabris que estão sendo erguidas em Suape, num investimento de R$4 bilhões.

            Por conta da criação da Petroquímica, outras fábricas de matérias-primas também começaram a se instalar em Suape para dar suporte ao polo, gerando uma cadeia de desenvolvimento.

            Os avanços em Pernambuco, no entanto, extrapolam, e muito, os limites de Suape. Em todas as regiões, nós vemos setores de desenvolvimento, seja pela realização de obras de infraestrutura do porte daquela de transposição do São Francisco e da ferrovia Transnordestina, seja pela atração de novas empresas, como a Hemobras, empresa de produção de hemoderivados, e tive a honra de participar na decisão política de sua implantação no Estado de Pernambuco, na condição de primeiro Ministro da Saúde do Governo do Presidente Lula. Será em Goiânia, em outra região - aliás, está sendo porque ela já está a implantação -, onde a fábrica será erguida. A empresa terá a função de tornar o Brasil autossuficiente no setor de derivados do sangue foi definido, como eu disse, para a região, ainda em 2004, e deve representar um investimento de US$330 milhões, trazendo grande desenvolvimento para a região, inclusive com agregação de inúmeras empresas do ramo da indústria farmacêutica produzindo biotecnologia e outras tecnologias avançadas.

            Com tantos investimentos, Pernambuco vem crescendo nos últimos anos mais do que a média nacional. Em 2010, o crescimento registrado pelo PIB pernambucano atingiu a marca de 9,3%.

            E, ontem, nós ouvimos os Parlamentares de Minas Gerais, com toda nossa admiração e respeito, falarem de crescimento mineiro acima de crescimento chinês. É verdade, mas Pernambuco também cresceu mais do que a China, só que com uma diferença de Minas Gerais: lá, eles partiram de um PIB negativo, em 2009, e nós, em Pernambuco, partimos já de um PIB superior a 6%, em 2009, dando ideia do dinamismo que a economia pernambucana apresenta nos dias de hoje.

            Estamos crescendo e, o melhor, dividindo o bolo: a forte expansão econômica do nosso Estado elevou a renda per capita a quase R$10 mil, acima da média do Nordeste, mas ainda inferior à Renda Nacional.

            O turismo e o setor de serviços também avançam em ritmo acelerado. Este ano o setor hoteleiro, por exemplo, teve uma média de ocupação de 99% nos dias de carnaval (período de 4 a 9 de março). No pré e pós-carnaval, o índice girou em torno de 85%. Calcula-se que meio bilhão de reais foram injetados na economia local durante o período carnavalesco, um incremento econômico de 20% em relação ao ano anterior.

            Outro investimento importantíssimo para o desenvolvimento nos próximos anos no Estado é a construção da nova fábrica de automóveis da Fiat, que funcionará no Porto de Suape. Serão mais de R$3 bilhões em investimento e 3,2 mil empregos diretos.

            A vinda na nova fábrica da Fiat, que estava sendo disputada por outros Estados - e também pelo México - mostra que o Nordeste pode, sim, e cada vez mais vai abrigar investimentos desse porte. A nova indústria também deverá estimular a implantação de outras empresas na região, gerando ainda mais empregos e desenvolvimento.

            Com tantas ações em nosso Estado e com a segurança de que a Presidente Dilma manterá os investimentos no Nordeste, tenho certeza que a locomotiva nordestina vai continuar acelerando o desenvolvimento.

            Especialmente porque temos hoje, e desde de 2007, à frente do Governo Estadual, o Governador Eduardo Campos, que tem sido um exemplo de gestor público; tem sido capaz de produzir todas as condições para que esses empreendimentos possam se implantar; tem feito crescer a arrecadação do nosso Estado e tem investido fortemente na infra-estrutura do Estado de Pernambuco.

            A nossa expectativa é que a Presidenta Dilma faça exatamente aquilo que nós temos pedido a ela, que continue a tratar Pernambuco da mesma forma que o Presidente Lula tratou o nosso Estado.

            Muito obrigado, Srªs e Srs. Senadores.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/03/2011 - Página 7290