O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Vital, conversei com o Senador Cícero, vindo da Mesa para o plenário, e pedi permissão a S. Exª para fazer essa intervenção pela ordem, um pequeno relato, breve, de um minuto, sobre uma audiência que tivemos, eu e a Deputada Federal Maninha Raupp, com o embaixador boliviano aqui, no Brasil; embaixador que veio recentemente da Argentina. Eu até brinquei com o embaixador, dizendo que, certamente, o Presidente Evo Morales mandou para o Brasil o melhor quadro da diplomacia boliviana.

            Tratamos de alguns assuntos, juntamente com o Prefeito de Guajará-Mirim, cidade fronteiriça do nosso Estado de Rondônia, com alguns vereadores de Guajará-Mirim, com a associação comercial e industrial, alguns representantes também do governo boliviano, na fronteira, do outro lado, em Guayaramerín. Lá, foram tratados assuntos importantíssimos, como, por exemplo, que a Bolívia e o Brasil são dois países soberanos, que, na América do Sul, mantêm laços seculares de solidariedade e de cooperação, e, mais uma vez, aproximam-se para a construção da ponte internacional sobre o rio Mamoré, com imensas perspectivas de incremento das relações bilaterais.

            A ponte, ligando o Município brasileiro de Guajará-Mirim ao território boliviano, representará para o Brasil uma importante opção de saída da nossa produção para o Oceano Pacífico e, para a Bolívia, a oportunidade de incremento de suas exportações para o mercado brasileiro.

            Srªs e Srs. Senadores, a integração física é a pedra de toque, o fundamento e a mais importante iniciativa para que nossos povos, na América do Sul, possam aprofundar o processo de integração regional, como no caso do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).

            Para nós, brasileiros, a aproximação com nossos vizinhos é objetivo de tamanha envergadura que jaz insculpido no parágrafo único do art. 4º da Constituição Federal, segundo a qual, “a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações”.

            A ponte, com mil e cem metros de extensão e ao custo aproximado de R$200 milhões, aprofunda nossa integração física com a Bolívia, além de resgatar o compromisso histórico do Governo brasileiro, que data de 1903, presente na assinatura do Tratado de Petrópolis. Pelo Tratado, o Brasil se comprometeu a oferecer aos bolivianos uma saída para o Oceano Atlântico, tendo por contrapartida a anexação do futuro Estado do Acre, território até então pertencente ao país vizinho.

            Srªs e Srs. Senadores, acreditamos que o Brasil só tem a se beneficiar com projetos dessa natureza. Nossa ponte com a Bolívia terá grande importância para toda a região do Município brasileiro de Guajará-Mirim e, também, para a cidade boliviana de Guayaramerim e arredores.

            No território brasileiro, novos acessos à ponte serão necessários, o que resultará na abertura da BR-080, cujo trecho final irá ligar a cidade de Machadinho do Oeste a Nova Mamoré. A BR-080 cruzará, então, a BR-364 em Ariquemes, conectando toda a região com os Estados do sul.

            Por tudo o que essa magnífica ponte significará de progresso para o Estado de Rondônia e para o Brasil, congratulamo-nos com o Governo brasileiro na esperança de que nossas autoridades sigam no seu esforço, vencendo todos os obstáculos, até que essa crucial obra pública seja inteiramente construída.

            Da mesma forma, que as usinas de Cachoeira Ribeirão e Cachoeira Esperanza - uma usina binacional e outra boliviana - sejam construídas, também, pelas autoridades brasileiras e bolivianas, beneficiando toda aquela região.

            Muito obrigado, nobre Presidente.

            Muito obrigado, Senador Cícero Lucena, por este espaço.