A SRª MARTA SUPLICY (Bloco/PT - SP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Senador Paim, eu agradeço a liberalidade dos seus dois minutos. Mas, como Presidenta da Mesa, acabei de dizer que nós não podíamos doar minutos, vou-me ater ao Regimento.

            Caros Senadores e Senadoras, ontem, em Manaus, a Presidenta Dilma anunciou o fortalecimento da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer. Essas medidas estão inseridas nos programas nacionais de controle de dois tipos de câncer que mais atingem a mulher: o de mama e o de colo de útero. Vão ser R$4,5 bilhões para esses investimentos tão necessários.

            Pelas declarações da Presidenta, é fácil enxergar que ela explicita uma preocupação muito especial pelo tema por ter vivido uma situação de câncer, por ser mulher, por toda a sensibilidade que tem. Fico muito satisfeita e muito feliz que a nossa Presidenta tenha tido essa ação, porque R$4,5 bilhões para serem investidos nessa questão realmente vão fazer uma diferença. Serão destinados ao controle do câncer de colo de útero e de mama, ampliação e fortalecimento da rede oncológica e informação à população.

            Para se ter uma ideia da urgência do Governo Federal em promover ações que cuidem da saúde de nossas mulheres, é importante que apresentemos alguns números que nunca é demais repetir.

            O câncer de colo de útero é o segundo tumor mais frequente nas mulheres. Só em 2008, último ano do registro feito pelo Sistema Nacional de Informação, foram 4.873 mulheres que morreram. Já o câncer de mama, o que mais mata as mulheres, é o responsável pela morte, em 2008, de 11.813 mulheres, e, para este ano, a estimativa vai ser de 18 mil.

            São dados muito fortes, mas as capitais da Região Norte são as mais sofridas; lá nós temos mais do que o dobro da média nacional.

            Então, quero dizer à Presidenta que foi um gesto de muita sensibilidade ter ido deslanchar esse programa, investir, falar desse novo investimento na saúde da mulher em Manaus.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senadora...

            A SRª MARTA SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Pois não.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Posso fazer um aparte a V. Exª?

            A SRª MARTA SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Com muito prazer, Senador Mozarildo.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Quero dizer que fico, como amazônida e, principalmente, como ginecologista - profissão que exerci durante 14 anos -, muito positivamente entusiasmado com a atitude da Presidente Dilma, e pela simbologia, como disse V. Exª. A nossa Região Norte, por várias razões, principalmente pela falta de prevenção, tem uma incidência altíssima, como disse já o Senador João Pedro, de câncer de colo de útero. Portanto, essa iniciativa de ontem, sob todos os aspectos, merece os aplausos. A Presidente Dilma foi muito feliz no evento.

            A SRª MARTA SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Fico contente que concordamos com essa percepção.

            Quanto à questão do mamógrafo - e a Presidenta ontem mencionou, no seu discurso, que parte deles estão quebrados -, eu lembro, Senador Mozarildo, que, quando assumi a cidade de São Paulo como Prefeita, com 11 milhões de habitantes, uma das minhas preocupações, no estado calamitoso em que recebi a cidade, foi ver quantos mamógrafos tínhamos na cidade. O senhor, que é ginecologista, vai ter uma ideia do número que vou dizer: nós tínhamos quatro mamógrafos para toda as mulheres da cidade de São Paulo. E não vou esquecer nunca, em uma sensação de extrema humilhação - mas eu tive que ousar -, quando, em uma celebração de uma companhia de cosméticos para a mulher - a Avon, até vou dar o nome -, no Ibirapuera, tive a ousadia de pedir, porque estava lá o Diretor de Assuntos Latino-Americanos, para doarem cinco mamógrafos para a cidade de São Paulo. Então, essa era a situação recebida. Hoje eu sei que muitas das cidades do Brasil continuam em situação calamitosa. Eu não sei quantos mamógrafos tem hoje a minha cidade, mas espero que nós tenhamos o suficiente para cobrir o restante das mulheres paulistanas que, naquele momento, não puderam ser atendidas.

            Daí a sensibilidade desse programa, porque aumentar o dinheiro para a saúde é ótimo, nós todos queremos que sejam investidos mais recurso, mas, quando se foca, quando se tem um compromisso e se quer ter metas, eu acho que faz uma diferença enorme.

            Por isso, quero parabenizar essa força-tarefa do Ministério da Saúde em relação a esse combate ao câncer de mama, ao câncer de útero. E que nós possamos, daqui a pouco tempo, ter resultados diferentes para a mulher brasileira.

            Muito obrigada.

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