Discurso durante a 35ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo em favor da admissão dos aprovados em concurso para a Receita Federal. (como Líder)

Autor
Itamar Franco (PPS - CIDADANIA/MG)
Nome completo: Itamar Augusto Cautiero Franco
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXECUTIVO.:
  • Apelo em favor da admissão dos aprovados em concurso para a Receita Federal. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 25/03/2011 - Página 8259
Assunto
Outros > EXECUTIVO.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, MIRIAN BELCHIOR, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO ORÇAMENTO E GESTÃO (MOG), ATENÇÃO, AUTORIZAÇÃO, CONTRATAÇÃO, PESSOAS, APROVAÇÃO, CONCURSO PUBLICO, AUDITOR FISCAL, ANALISTA, TRIBUTOS, RECEITA FEDERAL, OBJETIVO, PREENCHIMENTO, CARGO PUBLICO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, agradeço a fineza do Senador Pedro Simon, que, com a sua paciência, já cedeu pela segunda vez o seu lugar para que pudéssemos nos pronunciar e, ao mesmo tempo, atender ao compromisso da primeira reunião do Conselho Político da Presidenta Dilma Rousseff, que se dará logo mais, às 17 horas.

            Sr. Presidente; Srs. Senadores e Senadoras; meu caro Embaixador Simões, com quem trabalhamos aqui intensamente para fortalecer o Mercosul; meu caro Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que conduz, neste momento, a posição estratégica do Mercosul; senhores representantes da Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela, que acompanham esta nossa audiência;

            Sr. Presidente Itamar Franco e Presidente Sarney, que acompanham esta sessão, quero dizer que nós assistimos, com orgulho, aos passos que já foram alcançados até aqui, nessa importante conquista de unir a nossa região, unir os povos da nossa região, povos com essa formação extraordinária ditada por Darcy Ribeiro, que produziu não só o texto O Povo Brasileiro, mas também produziu As Américas e a Civilização, extraordinários materiais de consulta de todos nós.

            Esses povos precisam, sim, cada vez mais, estar unidos para, entre outras coisas, não deixar que aconteça entre nós o que, infelizmente, acontece no norte da África, onde povos de civilizações milenares são massacrados pelos velhos colonizadores de sempre - três ou quatro: os franceses, que querem voltar a ser imperialistas; os ingleses, que perderam esse trono e tentam posar de imperialistas; os italianos, talvez ainda com aquela ideia romântica, antiga, e a nova potência mundial, já de mais de século, os Estados Unidos da América, para cometer atrocidades, brutalidades e genocídios, como cometeram aqui, na América, destruindo civilizações milenares também, como a dos Incas, dos Maias e dos Astecas, que foram dizimados e quase sumiram, os Tupis, os Guaranis, nossa gente originária, os povos originários, que resultaram, no final, como nos disse Darcy Ribeiro, na formação do nosso povo, com a tragédia africana do açoite e da tortura, do movimento sanguinário.

            É disso que nascemos. Foi esse movimento que fez com que nascessem nossas nações. Hoje, essas nações precisam estar unidas para que não voltem a ser colonizadas, porque o desejo de açambarcar as riquezas espetaculares dessa região não falta. Ou algum de nós acha que o petróleo venezuelano não é cobiçado? Ou as riquezas extraordinárias de um aquífero guarani, que une as quatro nações neste sul da América, não são cobiçadas? Ou esse mar fantástico, territorial, que nos dá o pré-sal, não é cobiçado? Ou a vasta planície amazônica, que reúne pelo menos cinco dessas nações da América do Sul, não é cobiçada? É claro que é. Por isso, é preciso cada vez mais amarrarmos nossa unidade.

            Preparei, Sr. Presidente, um texto. É disso que estou falando. É dele. E peço a V. Exª que o acolha em conjunto com as ilustrações que vamos fazendo aqui, ao longo da nossa fala. 

            Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, ainda hoje nós podemos comemorar essa integração que já se dá desde antes. Vejam Itaipu, riqueza extraordinária que, ainda hoje, é a maior geradora hidroelétrica de energia do mundo. Temos barragens cuja capacidade instalada é até maior, mas a maior geração é a de Itaipu. Temos, entre o Paraguai e a Argentina, Yacyretá: mais um elemento de integração, estamos amarrados ali. Argentina e Uruguai têm Salto, outra grande unidade. Estamos, no Brasil, no Rio Grande do Sul, também fazendo uma nova amarra de produção de energia: estamos instalando uma unidade no Uruguai, em Montevidéu, para fornecer gás para Buenos Aires, na Argentina, e a Bolívia nos fornece o gás. Estamos também nos amarrando no meio norte: Manaus, Acre, até chegar no Peru, por cima, nos corredores bioceânicos que vão ligar o Brasil com o Pacífico, unindo o Peru e a Bolívia, e temos ali a Colômbia, a Venezuela. Passou-se a ideia de que o Mercosul seria uma coisa do Sul, mas não, é do Brasil inteiro; o nosso País inteiro está interligado com a América do Sul, ao norte, ao meio e ao sul.

            Por isso, quero cumprimentar o esforço dos nossos dirigentes. Mesmo enfrentando dificuldades, tiveram uma visão para frente, uma visão para o futuro, enxergaram adiante.

            Há problemas, há muitos problemas, e é bom que os tenhamos para que possamos resolvê-los juntos, aqui na mesa, sentados, unidos, fortalecendo as nossas nações. É assim que imagino, e considero que será cada vez mais forte a nossa integração.

            Cumprimento nossos dirigentes, mas igualmente cumprimento os paraguaios, os argentinos, os uruguaios e os chilenos, que são associados, os bolivianos, que são associados, os equatorianos, que são associados, e os peruanos, que são associados - e ainda virá a Venezuela, que deverá ser membro permanente em breve.

            E os passos vão sendo dados. Daqui a pouco, vem a Unasul, que é toda a América do Sul. Vamos fazer um mercado só, não para contrapor, não só para enterrar a Alca - não é só para isso, mas também para isso -, mas para fortalecer a nossa base. Temos de fortalecer, primeiro, a nossa base, precisamos nos fortalecer entre nós. Primeiro, devemos dar esse passo, avantajado, forte, seguro, para que possamos, então, dialogar com todos esses grandes blocos. Não há como dialogar para ser engolido, para ser tragado, temos de dialogar para poder ter uma atitude próxima à igualdade, que é o que buscamos nas relações com o mundo.

            Cito mais: a busca, quem sabe brevemente - claro que resolver assimetrias não é coisa fácil -, para termos a nossa moeda comum.

            Um passo que nós já adiantamos com as nossas trocas, encontrando o mecanismo creditício na nossa região para permitir as nossas trocas fora das chamadas fortíssimas moedas ou das moedas que têm um emissor que pode fazê-las a toda hora, do jeito que quiser, como o dólar ou mesmo o euro. Podemos trocar entre nós, fortalecer-nos, criar efetivamente um Banco do Sul.

            No nosso Bloco, já estamos até pensando na TV digital - talvez para dar uma ajudinha aos japoneses - no mesmo modelo brasileiro, que é o modelo japonês - diante dessa crise, quem sabe a gente também não ajuda um pouquinho os japoneses a saírem da crise? Com o mesmo modelo por quê? Porque isso fortalece a unidade; por isso o mesmo modelo nessa nossa batalha pelas comunicações.

(Interrupção do som.)

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Quem sabe aqui nós não criamos também um mecanismo forte de relações midiáticas, para que não seja de proprietários, de donos, de uma família, de duas, que dizem o que é bom e o que é ruim para os nossos povos.

            Os nossos bancos: a unidade do Fonplata, do BNDES, da CAF, do próprio BID, que não é o mais importante, mas é importante para a nossa região.

            Sr. Presidente, ao comemorar esse período de unidade que vivenciamos, quero me congratular com os homens e mulheres do povo da nossa região que buscaram a construção desse caminho, desse caminho que enxerga o futuro, o futuro à nossa frente.

(Interrupção do som.)

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Temos graves, gravíssimos problemas, e não os esconderemos jamais, porque só os resolveremos se colocarmos todos eles à luz do dia. Temos, sim, força e energia capaz de garantir a nossa unidade para a frente.

            Agradeço.

            Parabéns, Sr. Presidente, pela iniciativa.

            Parabéns aos Mercosul.

            Vamos continuar fortalecendo, com o nosso Parlamento, o Parlamento do Mercosul. Brevemente a nossa Mesa do Senado vai apreciar essa construção magnífica que, com certeza, dá muito trabalho, mas é benéfica para a nossa região.

            Muito obrigado.

            Mais uma vez, parabéns!

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR INÁCIO ARRUDA

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            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Sem apanhamento taquigráfico.) -


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/03/2011 - Página 8259