A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Há número regimental.

            Declaro aberta a sessão.

            Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.

            O tempo dos oradores da primeira hora da presente sessão será destinado a comemorar o lançamento da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2011, cujo tema será “Fraternidade e a vida no planeta”, nos termos do Requerimento nº 51, de 2011, da Senadora Ana Rita e outros Srs. Senadores.

            Convido para compor a Mesa o Bispo de São Luís do Maranhão e representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, V. Exª Rev^mª Dom José Belisário da Silva; o Diretor-Executivo da Campanha da Fraternidade, V. Rev^ma Padre Luiz Carlos Dias; a Senadora Ana Rita, primeira signatária do requerimento; V. Rev^mª Padre Ernani Pinheiro, Assessor Político da CNBB.

            Convido a todos para, de pé, acompanharmos o Hino da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2011.

(Execução do Hino da Campanha da Fraternidade 2011).

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Eu pediria a todos para permanecerem em pé e que façamos um minuto de silêncio pelos irmãos do Japão, em solidariedade a essa dor. (Pausa.)

            Srªs e Srs. Senadores, Il^ma Mesa, a quem saúdo saudando o Bispo de São Luís do Maranhão, Rev^mo Dom José Belisário da Silva e a Senadora Ana Rita.

            Como tradicionalmente acontece desde 1964, o período da quaresma traz mais uma Campanha da Fraternidade, momento muito oportuno para que todos nós, independentemente de credo religioso, possamos refletir e agir sobre determinada questão que é relevante para toda a sociedade brasileira.

            Promovida pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), neste ano de 2011 a campanha traz como tema central “Fraternidade e a vida no planeta”. É oportunidade preciosa para que possamos pensar com mais calma e atenção a respeito do meio ambiente.

            No passado, a natureza foi tratada apenas como mais um recurso a ser consumido pelo homem. Não existiam florestas, animais, rios, mares, montanhas, mas tão somente madeira, água, areia, peles, ossos, carne que pudessem ser utilizados para satisfazer os nossos interesses.

            Essa maneira de ver as coisas cobra agora seu alto preço. As águas de nossos rios transformaram-se em esgotos, nossas terras estão contaminadas, muitas de nossas florestas foram derrubadas e o planeta passa por inequívoco processo de aquecimento.

            A natureza não é apenas matéria-prima para que saciemos nossos desejos. Não estamos acima de tudo. Não pairamos além do bem e do mal, sem que haja cobrança de nossos atos.

            Somos parte do mundo natural. É correto afirmar que a natureza poderia sobreviver sem os homens, mas nós não podemos sobreviver sem a natureza. É este o grande desafio que temos a enfrentar neste século XXI: saber conciliar as nossas necessidades com as do planeta. Não é mais aceitável o tratamento que a natureza vem recebendo do homem. É hora de dizer “chega”. É hora de terminar com os abusos sofridos pelo meio ambiente.

            De tal maneira, a Campanha da Fraternidade ocorre no momento extremamente oportuno. São incontestáveis as provas a respeito do aquecimento global. São evidentes os sinais de que cruzamos determinadas linhas na maneira como tratamos o planeta. São corretas as afirmações de que devemos mudar nossas atitudes.

            Eis, pois, o que a Campanha pode fazer por nós. Ser, em primeiro lugar, momento para que possamos examinar as nossas atitudes: o que estamos fazendo, o que é correto, o que é errado, o que pode ser aperfeiçoado, o que deve ser evitado e o que pode ser feito, principalmente.

            Mas não basta apenas a reflexão. Não basta que saibamos o que é certo ou errado. Não é suficiente que saibamos o que deve ser feito e como deve ser feito. Isso de nada vai servir se não for dado o passo de mudar atitudes, hábitos e comportamentos. Todo autoexame necessita de uma segunda etapa que é a ação. Esse segundo passo também é o objetivo da Campanha. São diversas as propostas apresentadas pela CNBB.

            Além daquelas grandes ideias e propostas, há também algumas que às vezes parecem pequenas, mas que, se adotadas por todos, produzirão resultados gigantescos. Um exemplo é a adoção de sacolas recicláveis em lugar de plásticas. É um exemplo tão pequenininho, mas é um exemplo do que cada um pode fazer na sua casa.

            A Campanha da Fraternidade 2011 se constitui, portanto, em um daqueles raros momentos em que temos a chance de mudar o mundo para melhor e abraçar uma causa que trará benefícios para todos nós.

            Eu gostaria de parabenizar a CNBB por essa iniciativa das Campanhas, que têm sido sempre tão oportunas e que tanto bem têm trazido para nossa população. Esse tema mostrou, como nunca, a oportunidade de ter sido levantado.

            Passo a palavra à nossa primeira oradora inscrita, a Senadora Ana Rita, primeira subscritora do requerimento.