Discurso durante a 38ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reverência à memória do ex-Senador Mário Covas no transcurso do décimo aniversário de seu falecimento.

Autor
José Agripino (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Reverência à memória do ex-Senador Mário Covas no transcurso do décimo aniversário de seu falecimento.
Publicação
Publicação no DSF de 30/03/2011 - Página 8663
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • CUMPRIMENTO, AUTORIDADE, CONGRESSISTA, PRESENÇA, HOMENAGEM, DECENIO, ANIVERSARIO DE MORTE, MARIO COVAS, EX GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, VIDA PUBLICA, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, FUNDAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB).

                          SENADO FEDERAL SF -

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            O SR. JOSÉ AGRIPINO (Bloco/DEM - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Sarney; Governador Geraldo Alckmin; ex-Governador José Serra; proponentes desta sessão: Senadora Marisa Serrano, Vice-Presidente do partido; Senador Aécio Neves; meu sempre caro Senador Presidente do PSDB, Sérgio Guerra; Bruno Covas, que aqui representa a família; Srs. Deputados, Srs. Senadores, minhas senhoras e meus senhores; Bruno Covas, eu aqui falo em meu nome e em nome do meu partido. Eu fiz carreira para chegar. Fizemos um seminário, hoje pela manhã, que terminou às duas da tarde, sobre reforma política, reunindo a opinião dos meus companheiros de partido, sobre o que é preciso fazer para mudar a política do Brasil. Mas, enfim, consegui chegar a tempo para trazer a minha palavra e a palavra do meu partido de homenagem a um brasileiro com quem convivi.

            Sou meio antigo nesta Casa. A exemplo do Senador Sarney, sou veterano e peguei Covas, Senador. Ele sentava mais ou menos onde estava o Deputado José Aníbal. Eu ficava atrás, onde está o Senador Paulo Davim. Àquela época, eu era meio calouro nesta Casa e ele já era meio veterano. E eu prestava muita atenção aos discursos de Covas, que era, como eu, engenheiro. Normalmente, políticos são médicos, advogados, às vezes economistas; engenheiros, poucos. Covas era daqueles que enobrecem a profissão. Era engenheiro dos bons e era político dos bons, o que não é fácil.

            Eu prestava muita atenção ao pragmatismo, uma característica muito própria dos engenheiros. Eu prestava muita atenção ao pragmatismo dos discursos de Covas, à objetividade. Ele não arrodeava os assuntos, ia direto ao ponto. E fui, à distância, discípulo dele; e fiz com ele uma amizade à distância.

            Lembro-me como se fosse hoje. Nunca esqueci, Governador Geraldo Alckmin. Ele, num dado momento, não me lembro se foi à época em que um grupo de brasileiros do PMDB resolveu fundar o PSDB, ou se foi no exercício da Liderança. Ele era um homem de gestos fortes aqui, como foi no Governo. E porque era homem de gestos fortes exerceu liderança. E caminhava no corredor, no rumo de onde hoje é a Liderança do Governo - não sei à época o que era -, acompanhado de uma coisa que era inusitada. Naquela época - e isso faz mais de quinze anos -, a imprensa não era tão apetrechada como é hoje, as tevês não tinham tantas câmeras, tantos repórteres, que hoje fazem com que um evento de importância seja acompanhado por uma multidão de repórteres e por um clarão que faz o dia nesses corredores. Lembro-me de que Covas passou por esse corredor acompanhado por um inusitado batalhão de repórteres. E passei ao lado dele, à esquerda dele, e ele, modesto, porque ele era modesto à sua maneira, olhou de soslaio para mim e disse: “É para eu pensar que sou importante”. Aquilo era Mário Covas: um homem que era importante e que brincava com a importância de ser importante.

            Importante por quê? Porque era vaidoso? Não; porque era um homem de atitudes, era um homem firme, era um homem de convicções, era um homem preparado, era um bom executivo e um bom político. Foi bom arregimentador. Tanto foi que criou um partido político que honra hoje a política do Brasil, que é o PSDB. Talvez tenha sido ele a mola mestra da fundação desse partido. Depois foi Governador, um homem de coragem cívica e pessoal - referências.

            Eu não esqueço aquela cena das grades do Palácio Bandeirantes: uma multidão enfurecida querendo derrubar, e ele, pessoalmente, indo e, com aquele gesto, abortando o movimento de reação.

            Não que ele fosse um afobado. Ele era um homem de convicções pessoais, de coragem cívica e coragem pessoal. Ele foi o Governador que recuperou - eu me lembro - as faladas finanças de São Paulo em processo pré-falimentar. Ele, Governador, um calvário de meses, de anos até recuperar, pelo equilíbrio fiscal que impôs, com sacrifício político, as finanças de São Paulo e fazer o grande governo que fez.

            Por essa razão, o seu avô Mário Covas, está hoje merecendo a homenagem que o Senado da República lhe presta. Quantos Senadores, quantos Governadores passaram por esta Casa ou pelo Palácio dos Bandeirantes e não merecem a homenagem nem têm a memória reverenciada como tem Mário Covas? É porque ele foi uma referência; ele foi uma figura singular, um modelo de homem público de competência, de probidade, de seriedade e de caráter.

            Por essa razão, fiz carreira para vir aqui, para chegar a tempo e prestar a homenagem do meu partido e a minha homenagem pessoal ao PSDB, do Senador Sérgio Guerra, de Geraldo Alckmin, de Aécio Neves, de José Serra, de Marisa Serrano, de tantos companheiros de um partido irmão, que é o meu partido, mas, acima de tudo, reverenciar a memória de uma figura singular da República do Brasil, que foi o seu avô Mário Covas.

            Quero, terminando as minhas palavras, manifestar aqui a minha tristeza pelo falecimento, hoje, agora há pouco, de um outro grande amigo, de um outro grande brasileiro: José Alencar. Quando eu era Governador do meu Estado, do Rio Grande do Norte, S. Exª foi ao meu Estado, várias vezes, como empresário, e deixou lá fundados milhares de empregos. Eu, como Senador, como político e como potiguar, homenageio a figura exemplar de José Alencar, ex-Vice-Presidente da Republica do Brasil.

            E, de minha parte, da parte do meu partido, o aplauso à homenagem e o reconhecimento à memória e ao símbolo que significou para a política do Brasil a figura de Mário Covas.

            Muito obrigado.

            (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/03/2011 - Página 8663