Discurso durante a 38ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao ex-Vice-Presidente da República, José Alencar.

Autor
Lindbergh Farias (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Luiz Lindbergh Farias Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao ex-Vice-Presidente da República, José Alencar.
Publicação
Publicação no DSF de 30/03/2011 - Página 8755
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, JOSE DE ALENCAR, EX VICE PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, BIOGRAFIA, LUTA, COMBATE, CANCER, RELEVANCIA, ATUAÇÃO, POLITICA NACIONAL.
  • ANUNCIO, SUGESTÃO, ORADOR, NOMEAÇÃO, INSTITUTO DE SAUDE, CARDIOLOGIA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), HOMENAGEM, JOSE SERRA, EX VICE PRESIDENTE DA REPUBLICA.

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            O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco/PT - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente José Sarney, tenho que me associar a todas essas homenagens ao nosso ex-Vice-Presidente José Alencar.

            O Presidente Lula deu declarações, à imprensa de Portugal, muito emocionado, falando sobre a trajetória com José Alencar. Ele, em vários momentos da sua história, disse que não poderia ter havido um melhor Vice-Presidente da República do que José Alencar.

            Mas sinto, Sr. Presidente - e quero parabenizá-lo por estar presidindo esta sessão, até o final, de homenagem ao nosso ex-Vice-Presidente -, que nós vamos ter - e várias ligações recebo do meu gabinete - um clima de comoção no País, porque é uma identidade muito grande do homem comum com o nosso ex-Vice-Presidente José Alencar, pela sua história. Na política, o que passa para a gente, para uma nova geração, é um caminho com muita honradez. Há uma frase dele que não me sai da memória: “Não tenho medo da morte. Tenho medo da desonra.”

            Mas falar de José Alencar é mais do que falar de política. É falar de sua trajetória de superação, da sua infância pobre, da construção de sua vida empresarial, da vitória junto ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Estou convencido de que aquele caminho de 2002, a vitória do primeiro operário eleito Presidente da República, não teria sido possível sem um empresário do perfil de José Alencar. O Senador Randolfe falou muito bem: muita gente da esquerda tinha preconceito contra um empresário, um grande empresário, como vice do Lula. Ele rompeu também com isso. Até se demonizava o grande empresário e, quando você olhava o grande empresário, estava lá José Alencar, um homem muito sensível, dedicado às causas populares.

            Mas eu queria chamar a atenção e encerrar, Sr. Presidente, falando sobre esta última luta dele: a luta contra o câncer. Eu falava, agora há instantes, com o professor Santini, que é Presidente do Instituto Nacional de Câncer - Inca, e ele dizia que o que o José Alencar fez foi mais do que 70 anos de luta nossa organizada, porque conseguiu enfrentar essa doença com muito otimismo, com bom humor. Mais do que isso: me falava o professor Santini que o Inca tem feito várias pesquisas de opinião e que elas demonstram que as pessoas temem, e é natural, temem o câncer. Só que esse temor acaba sendo uma atitude ruim, pois muitos preferem não fazer exames preventivos, muitos preferem nem fazer exames para saber se possuem ou não a doença. E o nosso ex-Vice-Presidente José Alencar, nesse período dele todo, chamou atenção para a doença, que era necessário fazer os testes, os exames preventivos.

            Então, eu acho que essa última luta dele pode ter uma importância muito grande, por um período grande da nossa história.

            Eu sugeri ao Presidente do Inca, ao professor Santini, que colocasse o nome do Inca como Instituto Nacional de Câncer José Alencar. Liguei para o Ministro Padilha, Presidente Sarney, Ministro da Saúde, que achou a ideia fantástica. E falava o Presidente do Inca, professor Santini, que não é só uma homenagem a José Alencar. É porque, pela forma como ele enfrentou essa doença, na verdade, se colocarmos o nome do Inca de José Alencar, nós não estaremos apenas homenageando, mas também dando força para as pessoas que enfrentam a doença e que procuram o Inca.

            A gente sabe, Sr. Presidente, como é duro o enfrentamento. V. Exª mesmo e cada um de nós, em nossas vidas, temos as nossas experiências pessoais. Meu pai morreu de câncer. Foram dois anos duríssimos. Mas sinto que o nosso ex-Vice-Presidente José Alencar pode, com essa sua história, ajudar ainda muita gente no futuro. Ajudou muita gente sim. Os depoimentos de pessoas que estavam enfrentando essa batalha contra o câncer mostravam sempre como aquele exemplo de José Alencar estava sendo importante. E acho que isso pode ser importante também para o futuro.

            De forma que espero que essa sugestão que fiz ao Inca, ao professor Santini, ao Ministro Padilha, seja acatada. Acho que vai ser. E volto a dizer, Sr. Presidente: não só como homenagem, mas para que esse exemplo de luta, de otimismo, de determinação, de bom humor em um momento como esse, mostre que o câncer pode ser tratado. Ele acreditava nisso, e muita gente acha que não. O câncer pode ser tratado, pode ser curado, e as pessoas têm que enfrentar isso.

            Acho que, até na morte dele, ele deixa um grande exemplo, e espero que esse exemplo fique para a nossa história, para a história das pessoas que enfrentam esse tipo de problema. E que fique também para nós da política.

            Encerro e agradeço a V. Exª pela tolerância, dizendo que a história do nosso ex-Vice-Presidente e ex-Senador desta Casa passa para gente um caminho de muita honradez, de muita decência, que se expressa nesta frase: “Não tenho medo da morte. Tenho medo da desonra”.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/03/2011 - Página 8755