O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu pedi a palavra porque entendo que é importante comunicar ao País, primeiro, o estado de perplexidade, de indignação por que estou passando e, depois, para prestar a esta Casa os esclarecimentos necessários e cobrar posição de órgãos de comunicação que devem ter a responsabilidade de informar de forma responsável.

            Fui surpreendido, neste final de semana, Sr. Presidente, por uma matéria da revista Época e, em consequência disso, uma matéria do jornal O Globo e, em decorrência disso, de matérias publicadas em vários veículos de comunicação da notícia de que o relatório da Polícia Federal havia apontado, em investigação complementar à questão do “propinoduto” do caso do Marcos Valério, outros políticos que teriam sido beneficiários dessa ação irregular ocorrida dentro do Banco do Brasil.

            Fiquei surpreso, fiquei indignado e quero repudiar as informações da revista e do jornal que dizem respeito a minha pessoa. Não conheço Marcos Valério, não tenho nenhuma ligação com esse esquema e, por conta disso mesmo, de estar com a consciência tranquila, junto com o advogado, fui atrás do relatório da Polícia Federal de que falava a matéria, que é este relatório que está aqui nas minhas mãos: o inquérito complementar da Polícia Federal. E qual foi a minha surpresa? Ver que em todas essas páginas não há uma única menção ao meu nome. Zero! Não se fala aqui no Senador Romero Jucá. Não sei de onde a revista Época e o jornal O Globo tiraram essa informação.

            Quero prestar essas informações e dizer que, no que diz respeito à relação comercial do meu irmão, da empresa Alfândega Participações, com o Banco do Brasil, e não com Marcos Valério, e não com outros setores, SMP&B ou DNA, com o Banco do Brasil, está a documentação à disposição da imprensa para qualquer tipo de averiguação. Em nenhum momento, a empresa de que meu irmão foi sócio teve qualquer negócio com o Sr. Marcos Valério.

            Então, faço este esclarecimento para dizer que me sinto atingido na minha honra. Essa matéria mentirosa gerou 191 matérias em sites pelo Brasil me difamando e repassando uma informação que não é verdadeira.

            Portanto, quero aqui, ao repudiar essas informações, desafiar qualquer um que encontre, nesse relatório da Polícia Federal, qualquer menção ao meu nome.

            Quero pedir à revista Época e ao jornal O Globo que refaçam a matéria, que reponham a verdade e que informem da forma correta a população brasileira.

            Se isso ocorrer, estarei satisfeito. Se isso não ocorrer, procurarei a justiça para reparar meus direitos, porque o que se fez foi um absurdo. Não é possível se criar um fato do nada e se denegrir a imagem das pessoas da forma como foi feito.

            Estou disposto a ir à justiça para reparar essa questão. E quero dizer que estou muito tranquilo sobre essa ação ou qualquer outra questão da minha vida política. Estou tranquilo. Ajo com responsabilidade. E qualquer questão levantada será respondida com transparência e com a maior responsabilidade.

            Peço, Sr. Presidente, que conste desta minha fala não só o material da documentação referente à Alfândega Participações, mas que conste também carta que encaminhei ao Ministro da Justiça hoje pela manhã, solicitando que o Ministério da Justiça e a Polícia Federal se pronunciem se há nesse relatório ou em outra questão do Valerioduto qualquer informação ou qualquer menção acerca do meu nome. Estou cobrando da Polícia Federal e do Ministério da Justiça, por escrito, que me informem se há alguma menção ao meu nome no relatório sobre esta questão.

            Portanto, ao prestar esses esclarecimentos, Sr. Presidente, informo à Casa a minha tranquilidade e a minha responsabilidade com essas ações.

            Algumas pessoas da imprensa têm me solicitado cópia desse inquérito. É um inquérito sigiloso. Não poderei juntá-lo ao material da Mesa, mas a revista Época conseguiu o inquérito, tem condição de procurar e verificar se há alguma menção ao meu nome.

            Pois não.

            Concedo o aparte ao Senador Francisco Dornelles.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O Sr. Francisco Dornelles (Bloco/PP - RJ) - Senador Jucá, eu quero cumprimentar V. Exª.

            O SR. PRESIDENTE (José Sarney. Bloco/PMDB - AP) - Senador Jucá... Ilustre Senador Dornelles, ele está falando como líder, numa breve comunicação pessoal, e não comporta aparte.

            Depois, V. Exª poderá falar como líder também, da mesma maneira.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Fora do microfone) - Senador Dornelles, agradeço a V. Exª a manifestação. Sr. Presidente, era essa a comunicação que eu queria fazer à Casa.

            Muito obrigado.

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ROMERO JUCÁ EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

- Carta do Senador Romero Jucá encaminhada ao Ministro da Justiça;

- Ofício nº 171/2007;

- Resposta ao ofício nº 171/2007 referente à Alfândega Empreendimento e Participações Ltda.

- Contrato de Patrocínio Banco do Brasil S. A. e A lfândega Empreendimento e Participações Ltda;

- Notas Fiscais de Serviço nº0017, 0018;

- Extrato 17/07/2007

- Ministério da Cultura nº Pronac 02.2536;

- Extrato de conta/corrente 30 Horas Unibanco.

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