Discurso durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao aumento dos gastos com cartões corporativos nos primeiros meses do Governo Dilma Rousseff.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Críticas ao aumento dos gastos com cartões corporativos nos primeiros meses do Governo Dilma Rousseff.
Publicação
Publicação no DSF de 07/04/2011 - Página 10262
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, AUMENTO, GASTOS PUBLICOS, CARTÃO DE CREDITO, GOVERNO FEDERAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ontem abordei desta tribuna um tema que me preocupa muito. Refiro-me à tomada da Vale do Rio Doce pelo Governo Federal. Preocupa-me o poder excessivo deste Governo. Preocupa-me a democracia desta Nação querida.

            Mas, Sr. Presidente, o assunto de hoje é preocupante também.

            Há alguns meses, a Presidenta da República veio à Nação e disse à Nação brasileira, meu caro Presidente, que cortaria os gastos públicos, e esse corte era um corte significativo de R$50 bilhões.

            Tenho certeza de que a maioria dos brasileiros acreditou na Presidenta. Eu, por exemplo, meu caro Senador Jarbas Vasconcelos, imediatamente preocupei-me em saber onde seriam cortados os gastos públicos e pensei, Mozarildo, que a Presidenta iria realmente cumprir com a palavra, que seria bom à Nação brasileira.

            Todos sabem que a Presidenta deste País é do Partido dos Trabalhadores. Então, tínhamos tudo, Nação, para acreditar. Tínhamos tudo para ter a certeza do que aquilo que a Presidenta Dilma estava falando naquele momento era verdadeiro. Realmente, a Presidenta da República vai cumprir com o que está falando, afinal de contas, é Presidenta de uma Nação, uma Nação grande, uma Nação honrada.

            Mas, brasileiros e brasileiras, as palavras da Presidente não foram verdadeiras. A Presidenta da República faltou com a verdade à Nação brasileira. A Presidenta da República pouco se interessa em cortar gastos neste País, especialmente aqueles mais dolorosos, que são os gastos públicos, que ofendem a Nação, que maltratam o povo brasileiro, que criam dificuldades para a dona de casa.

            Pasmem, senhoras e senhores, brasileiros e brasileiras: ao iniciar o seu Governo, a Presidenta da República dá mostra de que não há seriedade no seu Governo, de que aquilo que se fala no seu Governo não se pode acreditar, não se pode confiar, Presidente.

            Brasileiros e brasileiras, olhem o que a imprensa brasileira publica nesta semana, olhem esta Nação arrasada com o que falou a nossa Presidenta: cartões corporativos, aqueles que já deram inquérito, que já deram CPI, que já deram o que falar para a Nação brasileira, cresceram no Governo da Dilma, apenas em três meses, 64%. Pior, Nação, pior ainda é que aqueles gastos sigilosos da Presidência da República somaram, em dois meses, quase R$ 2 milhões!

            A esses gastos sigilosos, Presidente, nem V. Exª, como Presidente do Senado, nem o Presidente do Supremo Tribunal Federal, nem o Presidente do Congresso Nacional pode ter acesso!

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Esse é o dado mais preocupante! Uma vez se soube nesta Nação que um Presidente (Fora do Microfone.), por meio desses gastos sigilosos, comprava vestido para sua esposa...

            Em dois meses, Brasil; em dois meses, janeiro e fevereiro do Governo da Dilma, os gastos sigilosos foram de quase R$ 2 milhões nos cartões corporativos. Como se quer cortar gastos públicos?

            Vou dar um dado arrasador, estarrecedor, que a imprensa publica no Correio Braziliense. TV Senado, mostre à Nação o que o Correio Braziliense publica hoje. Senhores e senhoras, olhem estes dados. O Correio Braziliense diz que o consumidor paga a conta. Oito, oito - repito, Nação - oito bilhões, oito bilhões, Nação brasileira, em dois meses, oito bilhões, Nação brasileira, o Governo gasta, em dois meses, com gasolina!

            Dilma! Ah, se fosse verdade, Dilma! Ah, se fosse verdade, Dilma, que tu irias levar a sério o corte nos gastos públicos, Dilma! Contra fatos reais não há argumento, Nação brasileira!

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Esses são dados reais. São dados do que gastaram, Presidente! São dados comprovados! São dados estatísticos que a imprensa tem na mão. E são fatos comprovados. E a inflação reflete esses gastos (Fora do Microfone.).

            A inflação só quer esse alimento para crescer cada vez mais. Diga-me, senhora dona de casa, a senhora que vai no supermercado semanalmente, mensalmente, diga se a senhora não está sentindo no bolso esses gastos públicos? Diga-me, minha senhora!

            Nós estamos só no início deste Governo, Nação. Eu não posso ficar calado, mesmo sabendo que muitos não gostam da minha fala. Mesmo sabendo que muitos criticam a minha fala, este Senador não pode calar. Este Senador não vai calar!

            Dilma, eu espero que em outra vez tu fales a sério à Nação.

            Eu espero que na próxima vez, Presidenta, você respeite a Nação brasileira.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/04/2011 - Página 10262