Discurso durante a 44ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Lamento pela tragédia ocorrida hoje em uma escola pública municipal de Realengo, Rio de Janeiro, na qual um atirador matou 11 crianças, prestando solidariedade às famílias das vítimas.

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CALAMIDADE PUBLICA.:
  • Lamento pela tragédia ocorrida hoje em uma escola pública municipal de Realengo, Rio de Janeiro, na qual um atirador matou 11 crianças, prestando solidariedade às famílias das vítimas.
Aparteantes
Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 08/04/2011 - Página 10341
Assunto
Outros > CALAMIDADE PUBLICA.
Indexação
  • COMENTARIO, GRAVIDADE, ATENTADO, ESCOLA PUBLICA, CRIANÇA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, senhores telespectadores da TV Senado, senhores ouvintes da Rádio Senado, hoje, ocupo a tribuna deste Senado com o coração estraçalhado de tristeza e de pesar.

            Morreram crianças inocentes numa escola pública de Realengo. As notícias ainda não são definitivas, mas falam de dez meninas, dois meninos e do assassino, que se suicidou. Ainda jovem, 23 anos, num acesso de loucura, ele deu cem tiros no terceiro andar de uma escola. Mais crianças foram internadas e algumas estão em estado grave.

            Sr. Presidente, nunca tivemos um episódio como esse no Estado do Rio de Janeiro, onde a nossa gente, sofrida e valente, tem na índole e na vocação o espírito da paz. Nunca tivemos no Brasil um incidente como esse. Isso abala profundamente a nossa alma, e o ano perdeu a primavera. O ano de 2011 já não tem mais primavera no Rio de Janeiro.

            Eu gostaria de prestar a minha solidariedade em nome do Senador Lindbergh, em nome do Senador Dornelles - nós que temos a honra de ser a bancada popular do Rio, a representação popular do Rio no Senado Federal - às famílias, às mães que hoje ficarão na porta da escola esperando seus filhos que não sairão junto com as outras crianças; prestar a nossa mais profunda solidariedade às professoras, aos funcionários.

            Eu sei que o Governador do Estado e o Prefeito tomarão todas as providências para que psicólogos sejam alocados a essa escola e possam conversar com essas crianças nas próximas semanas, nos próximos meses, porque esses meninos - as vítimas tinham de 12 a 14 anos - não entenderam o que aconteceu.

            No coração de uma criança... Eles estão tão próximos às fontes da vida que não conseguem entender a barbaridade da morte. O Rio de Janeiro está enlutado.

            No momento em que o Senado Federal, por meio da bancada do Rio de Janeiro, presta, reverente, o tributo da sua dor às famílias cariocas, eu gostaria de dizer também que, com o apoio dos meus Colegas, na Comissão de Relações Exteriores, apresentei um voto de pesar às famílias, que foi aprovado e virá para a Mesa do Senado Federal.

            Não tenho palavras para expressar a minha dor. Estou ao lado da Presidenta Dilma que hoje extravasou a sua emoção nas lágrimas porque ela é mãe, porque é avó como eu também sou pai e sou avô, lamentar profundamente e dizer, Sr. Presidente, que temos neste Senado uma missão a cumprir: é a nossa CPI da fronteira.

            Cem cartuchos de revólver foram disparados, duas armas foram utilizadas. Eu já tenho a assinatura de todos os líderes e os meus Colegas já assinaram, para que possamos nos debruçar sobre as melhores maneiras de conter o tráfico de armas e drogas nas fronteiras.

            O Brasil tem apenas uma fábrica de munição que é a Companhia Brasileira de Cartuchos, que, suspeito, esteja exportando muita munição para a Bolívia, para o Peru, para o Paraguai, para a Colômbia e que essa munição volte contrabandeada e caia na mão de loucos, assassinos, traficantes nas grandes cidades do Rio de Janeiro. Nós precisamos averiguar isso.

            Mas, neste momento de imensa dor e tristeza e de saudade, quero me solidarizar com os meus irmãos do Rio de Janeiro, sobretudo com as famílias da vítimas que estão, como eu, estraçalhados de tristeza e de angústia.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - V. Exª me permite um aparte, Senador?

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Pois não, Senador Suplicy.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Marcelo Crivella, quero aqui transmitir também a minha solidariedade e o meu abraço a V. Exª, aos Senadores do Rio de Janeiro, Lindbergh Farias e Francisco Dornelles, a todos, em especial aos familiares da Escola Tasso da Silveira que tiveram as suas crianças perdidas, mortas - doze ou treze mortas, informam do Rio de Janeiro, e mais de vinte outras feridas. Certamente isso causou imensa tristeza a toda comunidade da Escola Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, e também a todos nós, desde a Presidenta Dilma Rousseff, a cada brasileiro e brasileira...

(Interrupção do som.)

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Que possamos todos nós, em nossas orações hoje, aqui, no Senado, ou onde estivermos no Brasil, pensar em como podemos confortar essas famílias, os pais, as mães, pela perda dos seus filhos e filhas queridas, na faixa de 10, 12 e 14 anos, idade em que as pessoas estão se constituindo para bem viver a vida com tanta alegria, em especial na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro, onde as oportunidades são extraordinárias para as pessoas poderem realizar tantas coisas em sua vida. Infelizmente, pudemos perceber hoje, no noticiário...

(Interrupção do som.)

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - ...a tristeza e o desespero de tantas mães e pais que ali souberam da perda de seus filhos, mas também os atos de solidariedade dos demais pais, que também sofreram, e o depoimento dos colegas dessas meninas e meninos que sobreviveram, mas que viveram um dia de verdadeiro terror, como não imaginávamos que pudesse acontecer no Brasil, na sua cidade, Senador Marcelo Crivella. Portanto, o nosso abraço, a nossa solidariedade, o nosso sentimento de pesar de todos nós também, de São Paulo, à população do Rio de Janeiro.

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Muito obrigado, Senador.

            Já vou terminar, Sr. Presidente, pedindo apenas...

(Interrupção do som.)

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - ...que Deus, Sr. Presidente, que o Senhor Jesus, neste momento de imensa dor, que não podemos expressar em palavras, possa consolar essas famílias, seus pais, seus irmãos, sobretudo suas mães, as mães dessas inocentes crianças, para que tenham forças para prosseguir. E a nós, autoridades, que possamos, nesses momentos trágicos da nossa evolução social, encontrar caminhos melhores para a segurança do nosso povo.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/04/2011 - Página 10341