O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco/PR - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

            Cumprimento os Senadores e Senadoras aqui presentes.

            Ocupo hoje a tribuna, Sr. Presidente, para cumprimentar todos os cuiabanos, todos aqueles que vivem na cidade de Cuiabá, que hoje completa 292 anos e que tem uma importância bastante grande no cenário nacional. Uma cidade que nasceu do garimpo, quando os portugueses, por intermédio dos bandeirantes, começaram a andar para o oeste à procura do ouro, à procura das riquezas que, naquela época, valiam e era o que a Coroa portuguesa procurava.

            Desde, então, passaram-se várias décadas, e Cuiabá acabou ficando esquecida por um determinado tempo. Muito afastada do oceano, muito afastada de São Paulo, na época sem estradas, sem comunicação, a não ser o caminho dos bandeirantes e, um pouco mais tarde, o caminho pelo rio Paraguai, depois pela bacia do Prata, saindo lá na Argentina, Buenos Aires, pegando o navio, o vapor, para o Rio de Janeiro.

            Essa foi a história de Cuiabá e do seu isolamento do resto do País; até que na, década de 1970, 1980, começaram a chegar para o Estado de Mato Grosso novos migrantes atrás de novas oportunidades. E Mato Grosso, então, com aqueles que lá viviam e aqueles que lá chegavam, começou a construir uma nova capital, uma nova identidade, uma mistura de cultura centenária da baixada cuiabana com aqueles que lá chegaram. Aliás, quando eu cheguei também, fui muito bem recebido pelos mato-grossenses, pelos cuiabanos.

            Desde então, esse somatório fez com que a cidade de Cuiabá crescesse muito, se modernizasse e chegasse ao ponto de hoje, no dia do seu aniversário, ser uma cidade que ainda tem muitos problemas. Todos nós, do meio político, do meio empresarial, os governos, todos nós ainda temos muita responsabilidade, muita coisa por fazer e fazer para a cidade de Cuiabá. Mas, neste momento, a cidade passa por uma transformação, porque ela é e representa todos nós mato-grossenses, ela é a nossa capital, ela é a cidade que representa, que tem a síntese de todo mato-grossense.

            Então, no dia do aniversário da cidade, nós estamos nos preparando para sediar uma das etapas da Copa do Mundo em 2014. Não é uma tarefa fácil, é uma tarefa dispendiosa, cara, mas que fará com que a cidade de Cuiabá dê um salto nos próximos três ou quatro anos, praticamente três anos e meio, que estão faltando para a Copa do Mundo. E foi importante o momento de sermos escolhidos sede da Copa porque, assim como no Brasil e no Estado do Mato Grosso, também faltam recursos para muitas obras de infraestrutura na cidade de Cuiabá. No momento em que nós ganhamos o direito de disputar a Copa do Mundo, todos os mato-grossenses de todos os Municípios, de todos os cantos do Mato Grosso compreenderam que este é o momento de o Governo do Estado dar uma parcela maior para cidade de Cuiabá, para a baixada cuiabana.

            O Governo Federal também entende assim, ele terá que priorizar as 12 cidades que serão sedes da Copa do Mundo em 2014 e, portanto, Cuiabá está dentro.

            Portanto, neste dia de aniversário de Cuiabá, quero comemorar com todos os cuiabanos e dizer a eles o que já disse várias vezes, como Governador por dois mandatos daquele Estado: esse é o momento da nossa capital. Esse é o momento da cidade de Cuiabá aproveitar para fazer a infraestrutura necessária para a Copa do Mundo, que também ficará de legado para aquela comunidade. E aquela capital, como eu já disse antes, representa e é a síntese de todos nós mato-grossenses.

            Portanto, Sr. Presidente, ocupo a tribuna hoje para comemorar, junto com todos os cuiabanos, o dia do aniversário da nossa capital, uma cidade que tem crescido...

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador.

            O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco/PR - MT) - Pois não, Senador Mozarildo.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Quero, digamos assim, intrometer-me no pronunciamento de V. Exª, no bom sentido, para me associar aos cumprimentos, aos parabéns que V. Exª dá a Cuiabá, capital daquele belo Estado do Mato Grosso, que V. Exª governou por dois mandatos. Sou testemunha, até porque, por coincidência, estamos aqui quatro Senadores da Amazônia - Senador Acir, de Rondônia, presidindo, V. Exª, de Mato Grosso, na tribuna, eu e o Senador Geovani, ele, do Amapá, eu, de Roraima - nesta sessão de sexta-feira. Eu sou um apaixonado e um defensor ardoroso da Amazônia, como todos nós, e quero dar o testemunho aqui, com V. Exª na tribuna, de que, antes de V. Exª ser Governador, havia no seu Estado o chamado “Nortão do Mato Grosso”, um sentimento muito grande de desatendimento, de abandono. Inclusive, isso ensejou a defesa, porque defendi isso na Constituinte, da criação de novos Estados na Amazônia, dada a dimensão dos Estados, notadamente o Amazonas, o Pará e Mato Grosso. Lembro-me que, naquela altura, nós defendíamos a criação do Estado do Araguaia, e havia um sentimento muito forte a favor. Depois do seu Governo, V. Exª inverteu essa expectativa, porque realmente investiu de maneira uniforme no Estado, até priorizando a parte norte de Mato Grosso, e, hoje, digamos assim, aqueles ardorosos defensores da criação do novo Estado já estão revendo ou reviram essa posição. Portanto, quero parabenizar os cuiabanos e V. Exª, pelo bom trabalho que fez à frente do Governo de Mato Grosso.

            O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco/PR - MT) - Muito obrigado, Senador Mozarildo, pelo seu aparte e sua lembrança.

            Talvez, Senador, um dos maiores presentes para o dia do aniversário da nossa cidade, que nós podemos comemorar como mato-grossenses - e isso é muito bom para Cuiabá -, é a unidade que nós vivemos hoje, a forma como Mato Grosso se vê por inteiro.

            De fato, V. Exª tem toda razão. Naquele período em que se propôs a criação de novos territórios no Mato Grosso, os que viviam mais ao norte do Estado estavam completamente abandonados pelo governo. De fato, havia uma vontade muito grande de se criar uma nova unidade da federação naquela região, pois abandonados já estavam e o pouco que viria para a nova unidade seria muito melhor do que aquilo que eles estavam recebendo.

            Com a minha chegada ao Governo, procurei entender esse movimento. Já havia placas, em todas as regiões de Mato Grosso: “O futuro Estado do Araguaia”. E chamei os companheiros todos daquelas regiões e mostrei a eles que o Estado do Mato Grosso seria forte se permanecesse unido e que, para permanecer unido, o Estado tinha que se fazer presente, mostrar sua presença nessas regiões. E fizemos um grande pacto político. Tanto é, Senador Mozarildo, que o Governador atual do Estado do Mato Grosso, o Governador Sinval Barbosa, que foi meu vice - e ele veio ser meu vice dentro de um contexto de unidade do Estado do Mato Grosso -, hoje é o Governador do Estado, ele que, na época, liderou o movimento separatista do Estado do Mato Grosso. Então, o senhor vê como o mundo dá voltas, como na política as coisas acontecem - mas elas podem ser mais duras, mais graves ou mais suaves, dependendo da condução política.

            Portanto, Mato Grosso vive, hoje, um momento de extrema importância, um momento de unidade. Não se fala mais em separação, não se fala mais em criação de novos territórios e não se falará nesse assunto enquanto o governo central de Cuiabá estiver olhando para aqueles que moram no norte, no Araguaia, no leste e no sul.

            Penso que o Brasil também é assim. Nós não temos movimentos separatistas no País, mas temos muitas vezes vontade de reclamar da ausência do Estado, do Governo Federal, principalmente na nossa região da Amazônia, no Centro-Oeste, na questão das ferrovias, nas questões de infraestrutura. E aí nós nos perguntamos: Puxa, não somos todos brasileiros, não temos o mesmo direito, assim como o nosso “sul maravilha”, como tantos dizem, de receber os recursos? Será que nós não podemos receber? E esse era o pensamento que o mato-grossense tinha.

            Portanto, quero agradecer aqui o seu aparte e a sua lembrança. O senhor pode ter certeza de que um dos maiores presentes do cuiabano hoje é podermos comemorar a unidade em torno de um só Estado, de uma só capital, que é a nossa capital Cuiabá.

            Quero deixar aqui meus cumprimentos a todos os cuiabanos e que tenhamos um dia de festas pela comemoração do aniversário da nossa capital.

            Um grande abraço a todos.

            Muito obrigado.

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