Pronunciamento de Romero Jucá em 14/04/2011
Discurso durante a 49ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Reconhecimento da competência da política externa brasileira, sua habilidade e sutileza no trato de assuntos vitais à soberania do Brasil.
- Autor
- Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
- Nome completo: Romero Jucá Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA EXTERNA.:
- Reconhecimento da competência da política externa brasileira, sua habilidade e sutileza no trato de assuntos vitais à soberania do Brasil.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/04/2011 - Página 11548
- Assunto
- Outros > POLITICA EXTERNA.
- Indexação
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- ELOGIO, COMPETENCIA, ANALISE, POLITICA EXTERNA, BRASIL, GOVERNO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, IMPORTANCIA, DIPLOMACIA, AUMENTO, PRESTIGIO, PAIS, EXTERIOR.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é indisfarçável o relevo da posição brasileira no cenário internacional na atualidade do século que desponta. Na última década, o crescimento extraordinário do Brasil chamou a atenção do mundo. E não por acaso. Para começar, o País ocupa lugar indiscutível de liderança regional, promovendo importante integração nas Américas. E mais, em vez de receptor de ajuda externa, passa a ser doador, buscando um mundo sem armas nucleares e atuando na vanguarda dos esforços globais para combater as mudanças climáticas.
Prevalece o pragmatismo no trato dos interesses de Estado. Na visão dos especialistas, a linha da política externa não muda de um governo para outro, mas mudam as prioridades, mudam as ênfases. Do ex-Presidente Lula à Presidenta Dilma, nota-se continuidade, mas com mudanças coerentes. A síntese desse movimento contínuo pode ser vista no esforço do governo atual em equilibrar melhor os interesses brasileiros e a necessidade de manter o prestígio internacional do País.
E parte fundamental dessa nova fase do Itamaraty se assenta na construção de uma cooperação ainda mais profunda com os centros de influência do século vinte e um. Sem dúvida, o G-20, por força do Brasil, se converteu no principal fórum global de cooperação econômica, ampliando o voto brasileiro e seu papel nas instituições financeiras internacionais.
No momento em que o Brasil se prepara para sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas, nossa política externa sedimenta parcerias estratégicas para a implementação de projetos ambiciosos de infraestrutura, para cujo fim não podemos prescindir da ajuda das economias avançadas. Paralelamente, a emergência do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) inaugura novas águas políticas para navegações conjuntas ainda mais desafiantes.
Sr. Presidente, sem prejuízo à nossa reputação histórica de discreta diplomacia, o Brasil não se acanha mais diante das grandes questões que afligem o mundo. A perspectiva externa do Governo brasileiro não esconde sua preferência política pelo multilateralismo, cujos alicerces favorecem os valores da autonomia, da soberania e do universalismo enquanto matrizes de inserção.
Nessa nova ordem, para além de uma projeção de um lugar de maior destaque na agenda internacional, o ativismo externo brasileiro privilegia o multipolarismo e as organizações internacionais como instâncias prioritárias para a disputa do jogo internacional.
De um outro ângulo, o Brasil se esforça por sair de anos de baixo desenvolvimento, buscando relações comerciais mais justas e equilibradas. Desse modo, é fundamental que sejam rompidas as barreiras que se erguem contra nossos produtos de exportação. Mais que isso, é crucial que se expandam as parcerias tecnológicas e educacionais com os outros países.
Para tanto, cumpre-nos alertar a lentidão das reformas nas instituições multilaterais, que ainda refletem uma realidade anacrônica de um mundo antigo. O País trabalha exaustivamente pela reforma no gerenciamento do Banco Mundial e do FMI. Aliás, nossa política externa tem propugnado por uma reforma estrutural no desenho da administração global, via ampliação do Conselho de Segurança da ONU.
No fundo, o que mobiliza o interesse brasileiro é a certeza de que um mundo mais multilateral produzirá benefícios para a paz e para a harmonia entre os povos. Não por acaso, há menos de um mês, entrou em vigor o Tratado Constitutivo da Unasul, que deverá reforçar ainda mais a unidade do nosso continente. Na mesma linha, o Mercosul completou 20 anos de existência, derrubando mitos sobre a suposta fragilidade das instituições políticas da América Latina.
Como bem salientou a Presidenta Dilma em recente pronunciamento, o Brasil está empenhado na consolidação de um entorno de paz, segurança, democracia, cooperação e crescimento com justiça social. É nesse ambiente que a política externa brasileira ancora suas bases de intervenção no intricado e intrigante tabuleiro das relações internacionais.
Em suma, evocando as palavras da Presidente Dilma, o País dará os passos necessários para alcançar nosso lugar entre as nações com desenvolvimento pleno, forte democracia e ampla justiça social. Nossa política externa merece, por fim, o reconhecimento de sua competência, sua habilidade e sua sutileza no trato de assuntos tão vitais à soberania do Brasil.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado.
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