Pronunciamento de Romero Jucá em 18/04/2011
Discurso durante a 52ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Considerações sobre a necessidade de se continuar a investir de maneira maciça em transporte hidroviário no Brasil.
- Autor
- Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
- Nome completo: Romero Jucá Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA DE TRANSPORTES.:
- Considerações sobre a necessidade de se continuar a investir de maneira maciça em transporte hidroviário no Brasil.
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/04/2011 - Página 11834
- Assunto
- Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
- Indexação
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- ANALISE, PROBLEMA, INFRAESTRUTURA, TRANSPORTE, BRASIL, DEFESA, INVESTIMENTO, TRANSPORTE AQUATICO, SUPERIORIDADE, BENEFICIO, COMPARAÇÃO, TRANSPORTE FERROVIARIO, TRANSPORTE RODOVIARIO, REDUÇÃO, CUSTO, FRETE, INFERIORIDADE, EMISSÃO, GAS CARBONICO, IMPORTANCIA, APROVEITAMENTO, CAPACIDADE, HIDROVIA, GARANTIA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL.
SENADO FEDERAL SF -
SECRETARIA-GERAL DA MESA SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA |
O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há muito se fala sobre os grandes problemas de infraestrutura de transportes no Brasil. São comuns as críticas e os relatos de que a atual malha rodoviária - por onde passa a maior parte de nosso transporte de cargas - é insuficiente tanto em termos de quantidade quanto em qualidade. Além dos altos gastos necessários para a manutenção, é preciso observar que o transporte rodoviário tem agravantes também em termos ambientais, ou seja, caminhões são poluentes e trazem danos à fauna e flora.
Existem, pois, razões suficientes para se buscar alternativas às rodoviárias. Uma delas é o transporte ferroviário, que foi prestigiado pelo Governo Lula e agora o está sendo pela presidenta Dilma. Mas, além das ferrovias, há também outro meio de transporte que é comumente visto como a última alternativa possível.
No entanto, podemos afirmar que há condições objetivas para que o transporte hidroviário venha a desempenhar papel central em nossa matriz de transportes.
A rede hidrográfica brasileira possui 29 mil quilômetros de rios navegáveis sem a necessidade de qualquer tipo de obra, sendo possível aproveitar mais outros 15 mil quilômetros.
Todavia, o uso atual dessa rede é muito menor do que o seu potencial. Apenas 8 mil e 500 quilômetros são utilizados regularmente, sendo que, desses, 5 mil e 700 se encontram na região amazônica.
Comparativamente, a União Europeia tem 37 mil quilômetros de hidrovias, os Estados Unidos, 47 mil e a China, 124 mil.
Além disso, em grandes distâncias, ou seja, acima de mil quilômetros, o custo da hidrovia é muito mais baixo. É por isso que o Brasil tem um custo de transporte da soja quase três vezes maior do que os Estados Unidos, onde há investimentos em hidrovias. O frete hidroviário custa 10% do frete rodoviário e 25% do ferroviário.
Uma barcaça, em média, pode transportar o equivalente a 37 vagões ou 50 caminhões. Em relação ao combustível gasto, é impressionante a diferença. Uma barcaça consome 1 litro para transportar 1 tonelada por 250 quilômetros. Um trem percorre 90 quilômetros para transportar 1 tonelada com 1 litro de combustível. O caminhão, por sua vez faz apenas 23 quilômetros para levar 1 tonelada com 1 litro de combustível.
Em alguns casos, essa proporção pode ser ainda mais favorável para as hidrovias. Na hidrovia Tietê-Paraná, por exemplo, um comboio transporta o equivalente a 135 caminhões.
Vejam só a economia em termos financeiros ou, ainda, em relação à quantidade de emissão de gases causadores do efeito estufa.
Lamentavelmente, porém, tem havido pouca compreensão por parte da sociedade a respeito dos benefícios que podem advir das hidrovias. Notícias espalhadas sem fundamentação científicas apresentam ideias absurdas. Acerca disso, há clara distorção dos defensores do meio ambiente no Brasil. No afã de defender a natureza, não compreendem que as hidrovias trazem benefícios evidentes ao planeta, como a retirada de milhares de caminhões das estradas e a diminuição na emissão de gases de efeito estufa. Além disso, o avanço das hidrovias significa, também, melhorar a vida de milhões de brasileiros.
Em suma, há de se continuar a investir de maneira maciça em transporte hidroviário no Brasil. Trata-se seguramente do meio mais eficiente para que se possa combinar crescimento econômico e justiça social, a fim de que se tenha, efetivamente, desenvolvimento sustentável.
Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.
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