Discurso durante a 54ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Anúncio da apresentação de requerimento de voto de aplauso à organização não governamental Desafio Jovem, de Fortaleza-CE; e outro assunto. (como Líder)

Autor
Eunício Oliveira (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/CE)
Nome completo: Eunício Lopes de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. DROGA.:
  • Anúncio da apresentação de requerimento de voto de aplauso à organização não governamental Desafio Jovem, de Fortaleza-CE; e outro assunto. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 21/04/2011 - Página 12101
Assunto
Outros > HOMENAGEM. DROGA.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, REQUERIMENTO, ORADOR, HOMENAGEM, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), ESTADO DO CEARA (CE), ATUAÇÃO, TRATAMENTO, JUVENTUDE, PROBLEMA, DEPENDENCIA QUIMICA, DROGA.
  • COMENTARIO, REALIZAÇÃO, AUDIENCIA PUBLICA, COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO JUSTIÇA E CIDADANIA, OBJETIVO, DISCUSSÃO, DEBATE, RELAÇÃO, DEPENDENCIA QUIMICA, DROGA, JUVENTUDE.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. EUNÍCIO OLIVEIRA (Bloco/PMDB - CE. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Senadora Presidente.

            Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, acabo de apresentar requerimento de voto de aplauso com a finalidade de homenagear a organização não governamental Desafio Jovem, um posto avançado da luta contra as drogas e os seus efeitos trágicos e desagregadores na vida da juventude de Fortaleza e do meu Estado do Ceará.

            Em 1975, quando, mesmo nos maiores centros metropolitanos do País, havia pouquíssimos serviços especializados para o tratamento de dependentes químicos, o saudoso médico Dr. Silas Munguba, falecido, lamentavelmente, há cerca de dois anos, fundou a instituição em uma chácara de sua propriedade, na Avenida Dedé Brasil, onde o Desafio Jovem funciona até a data de hoje, atendendo agora, Srª Presidente, principalmente pessoas com a vida devastada pelo uso do crack.

            Ela é agora presidida pela filha do seu fundador, Cristina Munguba, que recorda: “No início, cerca de 35 anos atrás, o público-alvo da nossa ação assistencial era constituído pelos usuários de maconha e dependentes do álcool”.

            A casa foi montada graças a doações de alimentos, móveis e roupas e à obstinação de um médico humanitário chamado Silas Munguba.

            Ainda hoje, a maior parte dos recursos que sustentam o Desafio Jovem provém de doações da sociedade: cidadãos, empresários, famílias, pessoas comuns que conhecem e reverenciam a saga humanitária de um médico e de seus seguidores, cuja vida foi e é inteiramente devotada a salvar outras vidas. Uma parte menor consiste em dotações do Governo Federal, por intermédio da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad).

            Com isso, o Desafio Jovem desenvolve dois tipos de trabalho: o ambulatorial e o internamento. No primeiro caso, são cerca de mil homens e mulheres jovens que são atendidos todo mês, com a meta de chegar a dois mil atendimentos. Afinal, mesmo depois de receber tratamento mais intensivo, os pacientes precisam de acompanhamento contínuo, que oscila entre sete e nove meses.

            Para a prestação desses serviços, há profissionais de várias áreas -assistentes sociais, psicólogos, terapeutas -, e a Secretaria Estadual de Educação do Estado do Ceará disponibiliza professores que ministram cursos supletivos para os pacientes que querem retomar seus estudos como aspecto importante de sua reintegração à sociedade.

            O custo, Srª Presidente, de um interno sai hoje em média por R$1,2 mil a R$2 mil por mês, totalmente bancado por esses pequenos recursos. A atual carência também se reflete na degradação física das instalações, que clamam por reformas urgentes, conforme assinala o Diretor-Geral Eudson Matias.

            Para inúmeros jovens como o artista e ex-viciado em crack Jonny Chaves, o Desafio Jovem significou o resgate do seu futuro e da sua própria vida, ele que, durante sessões de terapia ocupacional ali ministradas, descobriu seu talento para retratar paisagens magníficas, usando pedaços de madeira, parcas ferramentas e muita imaginação.

            Srª Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, a iniciativa do meu requerimento, a par de prestar uma justíssima homenagem, tem também por objetivo chamar a atenção da sociedade, do Governo Federal e dos governos estaduais e municipais para o grave problema que não é só de Fortaleza, que não é só do Estado do Ceará, que não é só do Nordeste brasileiro, mas é um grave problema de todo o País.

            A propósito, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria de lembrar que, no próximo dia 27, realizaremos, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania desta Casa, do Senado da República, audiência pública sobre a questão do crack e de outras drogas. Vamos contar ali com a participação de todos os Srs. Senadores membros daquela Comissão, com a participação também de expositores dos meios de comunicação, da área de saúde e, se Deus quiser, com a participação do povo brasileiro e do mundo acadêmico.

            Era, Sr. Presidente, o que tinha a comunicar a esta Casa neste início de tarde.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/04/2011 - Página 12101