Pronunciamento de Marcelo Crivella em 28/04/2011
Discurso durante a 59ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comentários sobre matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo intitulada "Arma ilegal entra pela fronteira até por motoboy" e defesa da criação da CPI das fronteiras. (como Líder)
- Autor
- Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
- Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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SEGURANÇA NACIONAL.:
- Comentários sobre matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo intitulada "Arma ilegal entra pela fronteira até por motoboy" e defesa da criação da CPI das fronteiras. (como Líder)
- Aparteantes
- Mozarildo Cavalcanti.
- Publicação
- Publicação no DSF de 29/04/2011 - Página 12956
- Assunto
- Outros > SEGURANÇA NACIONAL.
- Indexação
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- LEITURA, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DENUNCIA, FACILIDADE, ENTRADA, ARMA, BRASIL, COBRANÇA, ORADOR, IMPLANTAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), FRONTEIRA, URGENCIA, SOLUÇÃO, PROBLEMA, RISCOS, SOBERANIA.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Srª Presidenta. Srªs e Srs. Senadores, senhores telespectadores da TV Senado, senhores ouvintes da Rádio Senado, hoje a Folha de S. Paulo traz na capa uma matéria que nos chama atenção e que preocupa o Brasil.
‘Arma ilegal entra pela fronteira até por motoboy’. Repórter da Folha compra revólver em loja no Paraguai e recebe a entrega em frente ao hotel no Brasil.
Na fronteira considerada a mais vigiada do Brasil, a reportagem da Folha comprou ilegalmente um revólver em Ciudad del Este, Paraguai, e recebeu a mercadoria por motoboy em Foz do Iguaçu, no Paraná.
O calibre 38 foi adquirido por R$700 nos fundos de uma loja de armas da cidade. Pela lei do país, a venda é restrita a paraguaios e a estrangeiros residentes.
A reportagem pagou mais R$110,00 por uma caixa de munição com 50 balas e [mais] R$130,00 pela entrega no Brasil.
Ainda na loja, o entregador escondeu a carga sob o assento da moto. Outro motoqueiro atravessou a ponte da Amizade na frente, para ver se havia fiscalização.
A reportagem entregou a arma e a munição na sede da Polícia Federal em Foz do Iguaçu.
Srª Presidente, Srs. Senadores, meu Deus, isso aqui que a Folha de S.Paulo traz na capa, com mais detalhes no interior da sua edição de hoje, é um chamamento a esta Casa, que já deliberou cinquenta Senadores, todos os Líderes - Senador Humberto Costa, Senador Romero Jucá, Senador Sarney, Senador Renan, Senador Mozarildo - e a oposição também. A oposição somou, ombreou-se conosco, inclusive o Senador Alvaro Dias, e todos assinaram. Por quê? Porque é imprescindível que o Brasil retome a sua soberania, e a soberania nacional depende de guardarmos nossas fronteiras.
Precisamos instalar essa CPI. Devemos ler esse requerimento ainda hoje e votá-lo, e aí cada líder deve nomear os seus membros. Os membros se reúnem e votam para escolher o Presidente e o Relator, e começamos a trabalhar na semana que vem.
Senador Mozarildo, vamos às fronteiras; vamos conversar com as autoridades, com a Polícia Federal, com o Exército, com a Marinha, com a Aeronáutica; vamos atravessar as fronteiras; vamos conversar com os nossos colegas do Peru, da Colômbia, da Bolívia; vamos falar com os nossos colegas da Venezuela; vamos falar com os nossos colegas do Paraguai. Vamos tratar politicamente esse tema que nos aflige e que é um escárnio à soberania brasileira, quando um repórter da Folha de S.Paulo compra e recebe, numa entrega por um motoboy, um calibre 38 com cinquenta cartuchos. Meu Deus do céu!
Essas armas acabam matando crianças inocentes nas escolas, derramando sangue e estraçalhando o coração dos brasileiros.
Ouço V. Exª com muito prazer.
O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador Crivella, V. Exª foi muito iluminado quando propôs a criação dessa CPI das fronteiras - isso, em decorrência do que estava acontecendo no Rio de Janeiro. Essa reportagem de hoje mostra claramente a situação. Imagine V. Exª, o repórter fez o que fez para ter uma constatação, mas quantas pessoas passam dessa forma? Milhares, milhares e milhares. A Polícia Federal sequer tem condições de fazer uma fiscalização adequada por falta de pessoal, por falta de equipamento. Então, quero dizer a V. Exª que estou a seu lado e que me disponho a ser relator ou mesmo um simples membro da comissão, mas nós temos de fazer isso. Será uma grande ajuda para o Governo chegarmos a um diagnóstico feito pelo Senado Federal.
O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Quero aqui dizer ao Sr. Ministro da Justiça e à nossa Presidenta Dilma que não há razões para se preocuparem. Essa não é uma CPI contra o Governo, essa é uma CPI pelo Brasil, pelos brasileiros, pelas crianças que estão na escola, pelos nossos jovens que estão sendo seduzidos pelas drogas. Essa é uma CPI para retomarmos a soberania nacional, que custou tanto aos nossos antepassados, que nos legaram um país de dimensão continental.
Muito obrigado, Srª Presidente.
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