Discurso durante a 59ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a questão da vigilância das fronteiras, principalmente com a entrada de drogas e armas.

Autor
Marta Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Marta Teresa Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA NACIONAL.:
  • Preocupação com a questão da vigilância das fronteiras, principalmente com a entrada de drogas e armas.
Publicação
Publicação no DSF de 29/04/2011 - Página 12961
Assunto
Outros > SEGURANÇA NACIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DENUNCIA, FACILIDADE, ENTRADA, ARMA, FRONTEIRA, BRASIL, CRITICA, GOVERNO FEDERAL, AUSENCIA, CAPACIDADE, COMBATE, TRAFICO, FAIXA DE FRONTEIRA, DISCORDANCIA, ORADOR, EFICACIA, POLICIAMENTO, COAÇÃO, CRIME, ESPECIFICAÇÃO, FALENCIA, MODELO, ADOÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), DEFESA, BUSCA, ALTERNATIVA, NEGOCIAÇÃO, GOVERNO ESTRANGEIRO, UNIÃO, ESFORÇO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª MARTA SUPLICY (Bloco/PT - SP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Dois textos publicados, hoje, pela imprensa voltam à questão da vigilância das fronteiras, ressaltando principalmente o problema das drogas e do tráfico de armas.

            A manchete principal da Folha de S.Paulo coloca a entrada ilegal de armas no Brasil por motoboys. A reportagem comprou ilegalmente uma arma em Ciudad Del Leste e a recebeu no lado brasileiro, trazida por um motoboy. Um fato sério. Todos os dias, cerca de 13 mil motocicletas cruzam a Ponte da Amizade.

            Hoje, também há um artigo assinado pelo candidato à Presidência da República na eleição passada. O candidato José Serra escreveu um artigo em O Estado de S. Paulo sobre três temas: fronteira, drogas e armas. Serra critica o Governo da Presidenta Dilma porque, segundo ele, “não faz o que deveria fazer”, ou seja, “combater duramente a entrada das drogas no Brasil, enfrentar o tráfico, promover campanhas educacionais e recuperar os dependentes químicos”.

            Também pautando-se pela mídia, José Serra aborda reportagem de O Globo da semana passada sobre o óxi.

            As informações nas quais se baseia não são atuais. O primeiro ponto é que a vigilância pura e simples das fronteiras não é a ação policial mais efetiva para combater o tráfico, seja ele de drogas, de armas ou de pessoas.

            Quem faz essa afirmação é o Diretor-Geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra. O delegado cita como exemplo a ineficácia do controle criado pelos Estados Unidos na fronteira com o México. Essa estratégia policial encontra-se totalmente superada, dando lugar ao combate aos cartéis e contrabandistas nos seus países de origem.

            O Brasil vem adotando essa mesma estratégia com os nossos países vizinhos, já com acordo celebrado com a Colômbia e em negociações bastante adiantadas com o Peru e a Bolívia, onde a questão da coca não se limita à produção da droga, mas tem raízes culturais seculares.

            Portanto, vigiar as fronteiras, como insiste o ex-candidato para argumentar contra o Governo Dilma... Não tem consistência esse argumento. A gente poderia até perguntar o que, na gestão Serra e Kassab, foi feito em relação à cracolândia, na cidade de São Paulo, que a gente sabe que, até hoje, é uma chaga que persiste em nossa cidade.

            O Delegado Daiello Coimbra queixa-se: “Todas as vezes em que a mídia pauta a questão da vigilância das fronteiras, a Polícia Federal é levada a dispersar seus esforços e recursos.”

            Agora, tratando do óxi, que é realmente devastador, dando vida útil máxima de dois anos para seus usuários, o que a Polícia Federal diz é que o seu surgimento é, antes do tudo, sinal de perda de poder financeiro e de produção do narcotráfico. Então, o surgimento de uma nova droga é relacionado a uma maior e mais competente eficácia da Polícia Federal.

            O óxi não é um derivado da cocaína, como diz o tal artigo publicado na Folha de S.Paulo, mas um refugo da pasta de cocaína misturado à cal virgem, utilizada para pintar paredes.

            Para não ir além do tempo que eu tenho para esta comunicação inadiável, eu também gostaria de ressaltar que não é com belicosidade em relação aos nossos países vizinhos, como Colômbia e Bolívia, que vamos ter uma situação melhor em relação ao controle de drogas, mas, sim, com ações eficazes, respeitosas como devem ser, modernas e criativas, como a nossa Presidenta Dilma está implementando no Brasil, em relação à questão das drogas.

            Muito obrigada, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/04/2011 - Página 12961