Discurso durante a 64ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da faixa de renda que o Governo adotará para identificar o número de famílias a serem atendidas pelo Programa Brasil sem Miséria, de superação da extrema pobreza.; e outro assunto. (como Líder)

Autor
Lídice da Mata (PSB - Partido Socialista Brasileiro/BA)
Nome completo: Lídice da Mata e Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL. HOMENAGEM.:
  • Registro da faixa de renda que o Governo adotará para identificar o número de famílias a serem atendidas pelo Programa Brasil sem Miséria, de superação da extrema pobreza.; e outro assunto. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 05/05/2011 - Página 14145
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL. HOMENAGEM.
Indexação
  • ANALISE, ALCANCE, PLANO NACIONAL, ERRADICAÇÃO, MISERIA, GOVERNO FEDERAL, APRESENTAÇÃO, DADOS, GRAVIDADE, PROBLEMA.
  • CONGRATULAÇÕES, PESQUISADOR, ESTADO DA BAHIA (BA), RECEBIMENTO, TITULO, CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTIFICO E TECNOLOGICO (CNPQ), CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO CIENTIFICO, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, BRASIL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco/PSB - BA. Pela Liderança. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desejo registrar que o Governo Federal divulgou, na terça-feira passada, a faixa de renda que adotará para identificar o número de famílias a serem atendidas pelo programa de superação de extrema pobreza, o Brasil sem Miséria.

            São cerca de 16,2 milhões de brasileiros considerados extremamente pobres, o equivalente a 8,5% da nossa população. Esse contingente está concentrado principalmente no Nordeste. Estão no Nordeste quase 60% dos extremamente pobres: 9,61 milhões de pessoas. Segue-se o Sudeste, com 2,7 milhões. O Norte tem expressivos 2,65 milhões de miseráveis; o Sul, 715 mil. E o Centro-Oeste, com 557 mil pessoas em situação de extrema pobreza, mostra-nos que o problema tem solução e que de fato é possível vencermos a miséria, quando há vontade política.

            Mas essa pesquisa revela também, Sr. Presidente, a triste verdade: a miséria no Brasil é negra, jovem e nordestina. E é sobre essa situação que vamos precisar refletir, Srªs e Srs. Senadores, aqui, no nosso trabalho permanente, na nossa Comissão de Integração Regional e Turismo, em que hoje já houve um debate profundo sobre a situação da logística brasileira, proposto pela Senadora Ana Amélia, vamos percebendo a distância de investimentos em logística entre as Regiões do Sul e Sudeste do Brasil e a situação do Norte e Nordeste, Senador Randolfe.

            E vamos percebendo que, na verdade, essa situação de miséria que o Brasil enfrenta, que o Governo da Presidente Dilma estipulou ser necessário superar, com a elaboração do Plano Brasil sem Miséria.

            Tenho a impressão de que a Ministra Tereza Campello vai ter o mais desafiador dos compromissos a serem realizados pelo Governo da Presidente Dilma, que é justamente a superação da extrema pobreza em nosso País.

            Na situação de extrema miséria, lamentavelmente, encontram-se 70,8% de negros, e 50,9% têm, no máximo, 19 anos de idade.

            O estudo também revela que o campo brasileiro, embora abrigue apenas 15,6% da população total, concentra 46,7% dos extremamente pobres. Nas nossas cidades, onde vivem 84,4% da população total, encontraremos 53,3% dos brasileiros miseráveis.

            Além da baixa renda, a população em extrema pobreza não tem acesso aos serviços públicos básicos, como água encanada, coleta de esgoto e energia elétrica. Mais de 300 mil casas não estão ligadas à rede de energia elétrica. Muitas dessas residências não têm sequer banheiro.

            O compromisso prioritário da Presidente Dilma foi a erradicação da miséria, e é dentro dessa prioridade que o Plano Brasil sem Miséria será lançado em breve.

            Em linhas gerais, nós esperamos que a Ministra Tereza Campello assuma esse desafio, mais um que mais uma mulher no Poder Executivo vai assumir para realizar, e que o Senado Federal possa dar apoio e responder às necessidades também desse desafio.

            Ontem, a Ministra anunciou que o Plano será uma combinação das políticas de transferência de renda e de capacitação profissional, com a ampliação dos serviços ofertados pelo Estado. Um esforço do Estado brasileiro nos três níveis: federal, estadual e municipal.

            E eu só posso desejar, Srªs e Srs. Senadores, uma grande sorte para a Ministra Tereza Campello. Que possamos, aguardando o lançamento do Plano, dar a contribuição necessária que o nosso Senado e o nosso Congresso Nacional precisam dar para apoiar este que é o plano prioritário do Governo da Presidente Dilma.

            Dentre esses miseráveis, na população da Bahia, isso significa 2.407.999 pessoas; uma população rural de 1.287.177 pessoas, um pouco acima dos 1.120.813 baianos.

            Esses dados serão, sem dúvida, fundamentais para que o Governo da Bahia possa contribuir com esse plano e esse processo de erradicação da miséria no nosso País.

            O segundo registro, Sr. Presidente, que quero fazer, em nome da nossa Bancada, do Senador Walter Pinheiro, do Senador João Durval, uma vez que não pude fazer ontem, parabenizar o Dr. Zilton Andrade, Chefe do Laboratório de Patologia Experimental da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia, que ganhou o título do CNPq de Pesquisador Emérito pelas contribuições ao desenvolvimento científico e tecnológico do País.

            Dr. Zilton é natural de Santo Antonio de Jesus, cidade do Recôncavo Baiano, diplomou-se em 1950 pela Faculdade de Medicina da UFBA, foi pesquisador visitante do Hospital Mount Sinai e também professor visitante da Cornell University, Medical College, ambos em Nova Iorque.

            Além do trabalho na Fiocruz, Zilton de Araújo Andrade é professor permanente dos cursos de Pós-Gradução em Patologia Humana e em Imunologia na Universidade Federal da Bahia. Entre suas funções acadêmicas estão a orientação aos mestrandos e doutorandos, além de projetos de iniciação científica. Já publicou mais de 300 trabalhos científicos ao longo de sua carreira em revistas nacionais e internacionais. Prestou continuados serviços como assessor para a Organização Mundial de Saúde, tendo reconhecimento internacional em suas pesquisas com relação a doenças parasitárias como doença de chagas, esquistossomose e parasitologia.

            Dr. Zilton é membro honorário da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene. Em 1995 recebeu a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico e se tornou sócio Emérito da Sociedade Brasileira de Patologia. Em 2004, tornou-se membro Titular da Academia de Medicina da Bahia e, no ano seguinte, obteve a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Em 2006, tornou-se membro da Academia Brasileira de Ciências e foi eleito Membro Honorário Nacional da Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, em 2009.

            O reconhecimento do trabalho pelo CPNq desse ilustre baiano demonstra sua importância como cientista não só para o Brasil, mas para a população de diversos países que sofrem com as doenças pesquisadas por Dr. Zilton Andrade. Tenho orgulho - e a certeza de que toda a Bahia também o tem - da importância desse cientista, de seu trabalho e do exemplo para milhares de estudantes baianos e brasileiros, estudantes de Medicina e pesquisadores do Brasil inteiro.

            Além disso, Dr. Zilton sempre se pronunciou de forma destacada na Academia baiana como defensor das liberdades políticas e sempre se manifestou contra o governo autoritário e a ditadura que o nosso País viveu.

            Nesse sentido, desejo saudar desta tribuna esse digno pesquisador da Universidade Federal da Bahia que engrandece a área do ensino e da pesquisa no nosso País.

            Muito obrigada!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/05/2011 - Página 14145