O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, os que fazem esta Casa, os que nos assistem pela TV Senado e ouvintes da Rádio Senado, quero aqui, Senador João Vicente, primeiro, dizer que me somo à fala de V. Exª e dou aqui meu testemunho.

            Eu não acredito que seja possível, nas regras atuais, um município, mesmo um Município grande como São Paulo, que tem receitas até mais confortáveis, dar conta sozinho de uma tarefa como essa de um hospital de urgência, de emergência, como o HUT; exatamente por conta de que ele atende não só municípios do próprio Estado, como também os de outros Estados. Esse é o caso do Hospital Pronto-Socorro de Teresina.

            Então, quero aqui me somar a V. Exª, junto ao Ministro Padilha, para que a gente tenha essa condição. Eu já previa essa aflição do Prefeito Elmano. Quando a gente inaugurou o hospital, eu era Governador e conversava, na época, com o então Prefeito Silvio Mendes sobre a importância desse pronto-socorro ficar sob a coordenação do Estado. Naquela época, já era um início, mas nos aproximávamos de um período eleitoral, o que terminou, de alguma forma, atrapalhando.

            Da mesma forma, também quero me somar à homenagem que V. Exª faz ao Grupo Cidade Verde, em relação a esse evento do tênis, e à equipe maravilhosa do Tribunal de Contas do Estado, liderada pelo nosso Conselheiro Kennedy, além de outros amigos, outros Conselheiros experientes, como o Conselheiro Anfrísio, a Waltânia, que foi minha colega da Caixa Econômica, o Olavo Rebelo, que foi do Banco do Brasil, tive o privilégio de atuar com ele depois no Parlamento, Xavier Neto, o Abelardo, entre outros tantos que ali atuam.

            Quero aqui, nesta oportunidade, fazer também três registros importantes.

            Na última sexta-feira, tive o privilégio de viajar para a região sul do Piauí, inaugurando ali com o Governador Wilson Martins e tantas outras lideranças a estrada que liga a cidade de Curimatá a Parnaguá. Uma obra importantíssima. Na verdade, é uma rodovia que vem com o nome de BR ali na divisa com a Bahia, de Cristalândia até Corrente. De Corrente em direção a cidade de Parnaguá, que está em obras, Visitamos lá a obra em andamento.

            Parnaguá é uma cidade histórica, uma das mais antigas do Brasil. Ao lado da lagoa de Parnaguá, uma região com grande potencial na área de criação do gado bovino. No sul do Piauí, está o nosso grande rebanho, além do minério e da produção agrícola em outras áreas para aquela região.

            Ali, também tivemos o compromisso do governador em parceria com o Governo da Presidenta Dilma de retomar a obra para Júlio Borges, a obra para Sebastião Barros e o recapeamento asfáltico, a recuperação em direção a Redenção do Gurguéia.

            Essa rodovia, como disse, que passa por Corrente, Parnaguá, Curimatá e vai até Avelino Lopes, tem no Orçamento deste ano uma emenda do Deputado Marcelo Castro. Espero que, nesses cortes, tenhamos condição de discutir sobre as emendas estratégicas ao desenvolvimento de cada Estado com a Presidenta Dilma, porque uma delas é para completar a ligação de Avelino Lopes em direção a Morro Cabeça no Tempo até a divisa com o Estado da Bahia.

            Portanto, é uma alegria muito grande. Estivemos aqui, neste período, V. Exª e toda a Bancada do Piauí, ajudando para que tenhamos a liberação dos recursos para a retomada dessas importantes obras. Não só testemunhei a conclusão e a inauguração dessa obra, começada no meu governo, tanto essa de Avelino até Curimatá, que ficou pronta, como o outro trecho de Curimatá em direção a Parnaguá. Agora, faltando cerca de 20km a 24km para completar entre Parnaguá e a cidade de Corrente.

            Ali estavam presentes os prefeitos, as lideranças daquela região, bastante satisfeitos com todas essas obras.

            Depois, um evento de que tive a privilégio de participar, dessa vez na região Norte, na cidade de Parnaíba. Com lideranças do Ministério da Educação e representantes de faculdades, pudemos analisar a possibilidade da implantação do curso de medicina naquela região.

            Naquela mesma audiência a que V. Exª fez referência aqui, o Ministro Alexandre Padilha se comprometeu com um conjunto de mudanças nessa área da saúde. Entre elas, a implantação do cartão SUS, o cadastro dos equipamentos e profissionais de saúde, a central de regulação, a central de compensação que vai resolver problema como esse de Teresina, do Hospital Pronto-Socorro de Teresina. Ou seja, um paciente de um outro Município, do Piauí ou de outro Estado, que seja atendido em Teresina, Teresina tem de receber a compensação pelo serviço prestado. Acho que esse é o caminho que marca uma grande diferença, além do pacto pela saúde.

            Pois bem, nessa ocasião também, o Ministro reconhece a carência de profissionais médicos em muitas regiões do Brasil. Estive com o Prefeito José Hamilton, seu correligionário, nosso amigo de Parnaíba, e o Vice-Prefeito Florentino. Veja a aflição que vivemos em algumas regiões. Ele acaba de fazer um concurso, com trinta vagas, para médico, oferecendo um bom salário. Agora, de trinta aprovados, apenas dois compareceram. Por quê? Porque não pode haver duplicidade de atividade além da carga horária exigida pelo Ministério. E não há outros médicos livres, em condições de poder preencher essas necessidades do Município. Some-se a isso a falta de especialistas, lá mesmo, no Hospital Dirceu Arcoverde, que visitamos, discutindo a ideia da implantação, no norte, do curso de medicina.

            E o Ministro dava essa boa nova, quer dizer, a ideia de trabalharmos mais cerca de três mil vagas de medicina, no Brasil - essa é uma idéia -, além de engenharia e de outras áreas que o MEC também está discutindo, e fazer isso em regiões onde há problemas. E no Piauí, os estudos apontam o norte, onde Parnaíba deve ser a sede, por ser a cidade mais importante daquela região, e onde existe um hospital de média e alta complexidade. Enfim, existem tem todas as condições. No sul, provavelmente Picos, mas alguma cidade ao sul, que também possa abrigar o curso de medicina.

            Estamos trabalhando com a Universidade Federal e com faculdades do Piauí e de outros Estados que possam ali abrigar as condições desse curso de medicina.

            Pois bem, na visita ao Hospital Dirceu Arcoverde, o diretor dizia da sua dificuldade de fazer funcionar o hospital. Faltam pediatras e um conjunto de profissionais e especialistas, como ortopedistas. Naquele dia, ele disse: “Estou hoje sem plantão de ortopedista, por falta de profissionais. Ou seja, não temos condição de fazer funcionar essa unidade”.

            Então é algo também que considero importante.

            Ali participei de um debate sobre a reforma política, puxado pela direção do meu partido, o Partido dos Trabalhadores, oportunidade em que pudemos ali ver o sentimento, há uma vontade muito grande de uma reforma, embora haja muitas dúvidas com relação ao caminho mais adequado para essa reforma.

            E aí eu destaco ainda uma visita que fizemos a Campo Maior, onde tivemos a participação em um congresso, em uma conferência nessa área da pessoa com deficiência, liderada pelo Helder Jacobina, Secretário da Pessoa com Deficiência, que substituiu a hoje Deputada Rejane Dias, que fez ali esse belo trabalho com relação a pessoa com deficiência. Foi um evento com o qual fiquei encantado, mais de mil pessoas, participando desse evento. Agentes de Saúde, estudantes, médicos, pessoas da área social, de toda uma região, com cursos de qualificação para profissionais nas mais diferentes áreas, para a educação, para a área do trabalho, para a área social, para a área da saúde, e o amadurecimento com relação a como lidar... Ali a presença de faculdades, de empresários e de comerciantes, dizendo que estão fazendo as adaptações.

            Lembro-me de um depoimento, do dono de uma faculdade dizendo: “Olha, nós percebemos que as pessoas com deficiência hoje têm uma autoestima mais elevada, estão estudando. Então, nós temos que, não só adaptar a nossa faculdade, ter banheiro, ter rampa de acesso, mas também viabilizar as condições técnicas para receber esse público. É um público que tem renda, é um público que trabalha e que também busca as condições de consumir produtos no comércio e em outros serviços e também na educação”.

            Então eu quero aqui louvar o momento em que ali se comemora esses três anos de funcionamento como secretaria, mas, desde 2003, temos essas conferências. A próxima vai ser na cidade de Valença, e eu quero destacar todo esse belo trabalho ali, com a presença novamente também do Governador.

            Esteve ali o Deputado Wilson Brandão, a Deputada Flora Izabel e o Deputado Federal Assis Carvalho, para citar aqui algumas das lideranças, além da Deputada Rejane Dias.

            E destaco um momento triste. A Deputada Federal Rosinha, de Alagoas, que se deslocou aqui da Câmara Federal para participar desse evento, estando lá, foi informada do falecimento do seu noivo, uma pessoa com quem ela estava de casamento marcado para os próximos dias. Isso a abalou muito, e ela teve que voltar ao seu Estado. Nos juntamos aqui também com o povo do Piauí para demonstrar o nosso sentimento de toda a força de Deus, para ela, para a família dele e dela, neste momento de muita dor.

            Destaco a importância desse trabalho. Vou tratar exatamente com mais carinho sobre isso. Por último, Sr. Presidente, ainda hoje praticamente acabei de chegar do aeroporto de Teresina vindo de São João do Piauí, onde lá também nosso amigo e seu correligionário Deputado Paes Landim, a Deputada Rejane, o Prefeito da cidade, o Roberth Paes Landim, outras Lideranças, vereadores e o Professor Santana, nosso reitor do instituto Federal de Ensino Técnico e Tecnológico. Tivemos ali o lançamento da pedra fundamental - V. Exª tem contribuído nessa direção - para instalação do Instituto Federal de São João do Piauí, um instituto que, na verdade, é ensino técnico, que é a base principal, e é esse o destaque, nessa área da mineração. Lá temos a presença da Vale do Rio Doce, no Município de Gervásio Costa, a presença de argila branca, de que se faz louças e um conjunto de outros produtos, a presença do fósforo com reserva de fosfato, de calcário, ou seja, de todo potencial que tem naquela região.

            Então, Pedro II, que também foi lançada essa base do Instituto Federal Paulistano em São João do Piauí, com foco nessa área da mineração, logicamente também atuando em outras áreas, por exemplo, com cursos de nível superior na área de química, física, biologia e cursos técnicos na área de gastronomia e outros cursos, já que é uma região turística perto da região da Serra da Capivara.

            Destaco, portanto, que nessa ocasião recebemos uma forte cobrança das Lideranças para a restauração da rodovia, especialmente do trecho de Itaueiras em direção a Canto do Buriti e de Canto do Buriti à cidade de São João do Piauí. Dali mesmo fiz um contato com o Governador do Estado. Temos que atuar juntos aqui, através da Codevasf, através do Ministério da Integração, através do Ministro Luiz Sérgio para liberação desses recursos.

            Vejam, lá tem uma emenda que está empenhada desde o ano passado e essa liberação é importante para a conclusão desta obra.

            Destaco ainda que nessa região também foi liberado agora, dessa vez também pelo Ministério da Integração e da Codevasf, pelo Plano de Aceleração do Crescimento, o projeto Marrecas Jenipapo, um projeto de irrigação importante também naquela região. Ali tem já uma experiência com a produção de uva, de goiaba, de banana, de melão, de melancia.

            Tem o Festival da Uva, que espero neste ano possa ser retomado. Há ali, ainda, uma experiência da Embrapa, que trabalha em pesquisa em Petrolina, São João do Piauí, nessa área de produção de oliva, a nossa azeitona, com bons resultados - conversei com o pessoal da Embrapa sobre isso -, produção de maçã e produção de pera.

            Quando eu era menino, eu achava que esse negócio de pera, uva ou maçã - a gente brincava muito nos tempos de menino, com as meninas: uva, pêra ou maçã -, era coisa da Itália, de lugares frios. A nossa Embrapa desenvolveu uma tecnologia que nos permite produzir em uma região de semiárido. A região tem muita água de subsolo, tem muito sol e solo profundo, que é o ideal para a plantação.

            Pois bem, estou dizendo que essa base do PAC, nesse projeto de irrigação, vai dar um novo salto de desenvolvimento àquela região, com a presença do Banco do Nordeste, com a presença, repito, de um conjunto de outros investimentos importantes, um comércio forte. Estive lá com o seu amigo Ferraz e tantos outros comerciantes, colocando a importância dessas obras de energia e de um conjunto de outras, estabelecidas naquela região.

            Então, eu quero aqui, com essas palavras, dizer que estamos cobrando do Governo Federal, que estaremos acompanhando juntos com V. Exª, com o Senador Cyro, com a Bancada da Câmara, a liberação desses recursos.

            A Construtora Sucesso já retomou a obra de Simplício Mendes em direção a Oeiras. Ali, também será feito o recapeamento em direção ao Município de Paes Landim, ou seja, integrando com São Miguel do Fidalgo, com São José do Peixe, com Pedro Laurentino um conjunto de outras rotas que faltam ser completadas. São obras iniciadas no meu Governo e é importante a continuidade delas, agora, no Governo do Governador Wilson Martins.

            Enfim, quero aqui com essas palavras registrar essa maratona, que nos dá muita alegria, ao visitar as várias regiões do Estado e ver que as coisas estão começando a acontecer. Estamos aqui cobrando a retomada da obra da estrada - já foi tomada de União em direção a Miguel Alves -, do trecho de José de Freitas em direção a Cabeceiras, também uma estrada importantíssima, que precisa de todo nosso apoio e acompanhamento.

            Quero, para encerrar, Senador Vicente, dizer que estou me somando a V. Exª e quero ir além. V. Exª fazia um apelo ao Governo Federal em relação à situação do Pronto-Socorro.

            Faço um apelo ao Supremo. Acho que temos hoje um conjunto de razões para acreditar que houve falha em relação à pesquisa do IBGE na cidade de Teresina. São inúmeras as pessoas que declaram que não participaram daquela pesquisa e com base nisso o Município fez um recurso para manter o cálculo do Fundo de Participação do Município como uma população acima de 840 mil habitantes que com certeza Teresina tem.

            Teresina é uma cidade com cerca de pelo menos 900 mil habitantes. E certamente esses estudos o IBGE deverá fazer para poder convalidar exatamente esses dados.

            Como é que se imagina uma cidade daquela ter reduzido o número de habitantes?

            Todos os dias está.... Só naquela região de Santa Maria da Codipe, há cerca de 20 mil famílias a mais do que havia em 2002. Só agora em Jacinto Andrade são 4.300 casas que estão sendo entregues, mas o conjunto da Vila Nova Teresina e um conjunto de outras comunidades. Estou citando apenas uma região da cidade, para dizer do tamanho da expansão da Capital do Piauí.

            Portanto, eu acredito que o Supremo também terá toda a sensibilidade de atender esse apelo do Prefeito Elmano porque se trata de algo importante para essa população. A cidade tem a responsabilidade de cuidar como Capital de um conjunto de atendimentos de necessidades não só da população que ali vive, mas da população que ali transita, de Timon, Caxias do Maranhão, de cidades ali da nossa vizinhança.

            Então, é por tudo isso que vamos estar juntos aqui também trabalhando para uma solução.

            Era isso, Sr. Presidente. Quero agradecê-lo.

            Muito obrigado, era o que tinha a dizer.

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