O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, os meios de comunicação de todo o País deram amplo destaque, como era de se esperar, à marca dos quatro meses de Governo da Presidente Dilma Rousseff, completados em abril. A avaliação desse início de Governo era cercada de muita expectativa, pois havia uma desconfiança, por parte da mídia e do eleitorado, de que Dilma Rousseff não tinha luz própria para exercer sua liderança no jogo político e na coordenação da administração federal.

            Pois a Presidente Dilma, em pouco mais de quatro meses, já disse a que veio: imprimiu um estilo próprio de governar, desfazendo dúvidas de jornalistas e de cientistas políticos quanto à sua competência para administrar sem a sombra do ex-Presidente Lula . E o fez, Srªs e Srs. Senadores, com absoluta naturalidade, sem declarações bombásticas, sem se desgastar com a oposição e sem qualquer tentativa de intimidação da base governista. Simplesmente fez valer suas prerrogativas, agindo com autoridade e até rigor, quando as circunstâncias o exigiam, mas também sem exageros e sem arrogância.

            A propósito, um Ministro ouvido pelo jornal O  
Estado de S. Paulo definiu bem a atitude de Dilma, ao comentar: “A segurança de que está sendo leal ao antecessor permite que a Presidente se mantenha afastada desse debate”.

            Assim, não é de se estranhar que a historiadora Maria Aparecida de Aquino tenha declarado ao mesmo periódico que a Presidente Dilma “já conseguiu se estabelecer como presidente, e não há mais como confundir os dois mandatos”.

            A avaliação do seu desempenho, medida pela pesquisa CNI/Ibope, não poderia ser diferente. Dilma obteve 56% de aprovação do seu mandato (conceitos de “ótimo” e “bom”, superando até mesmo os ex-Presidentes Fernando Henrique e Lula, que, em seus cem primeiros dias de mandato, obtiveram respectivamente 41% e 51%. A pesquisa foi publicada pelo já citado O Estado de S. Paulo, no último dia 10 de abril, e mostra que a avaliação positiva de Dilma não sofreu grandes variações entre função de sexo, faixa etária, grau de escolaridade ou renda familiar dos entrevistados. Nesse último quesito, por exemplo, Dilma alcançou 64% de aprovação pelos entrevistados, com renda familiar de até um salário mínimo. Essa aprovação, Srª Presidente, cai ligeiramente com a melhoria da renda, mas logo se recupera para chegar aos 63% entre aqueles com renda familiar acima de dez salários mínimos.

            O mesmo, Srª Presidente, ocorre no quesito escolaridade: embora tenha a maior preferência - 62% - entre os entrevistados com menos de cinco anos do ensino fundamental, ela logra uma aprovação de 55% entre aqueles que têm curso superior.

            Por sua vez, o jornal Folha de S.Paulo, em sua edição também de 10 de abril último, destacou: “Economista e tecnocrata, experiente, candidata de uma única eleição, Dilma Rousseff iniciou seu governo com redução bem-sucedida dos conflitos no meio político e elevação das tensões na área econômica”. O periódico se refere às mudanças na política econômica que provocaram desconforto entre analistas e investidores, como o anúncio de corte nos gastos públicos, o volume de recursos destinados ao BNDES e o receio de uma escalada inflacionária. Ao mesmo tempo, a reportagem destaca seus méritos na condição da política externa e sua agilidade na unificação dos discursos de sua equipe.

            Entre os fatos mais relevantes, Srª Presidente, desses primeiros quatro meses, o jornal destaca o anúncio da criação do Programa de Combate à Miséria, no dia 6 de janeiro; a posição do Planalto e do Itamaraty contrária à permanência no poder do ditador egípcio Hosni Mubarak, no dia 2 de fevereiro; o anúncio do corte de R$ 50 bilhões no Orçamento, no dia 9 de fevereiro; a aprovação do salário mínimo pelo Congresso Nacional no valor de R$545,00, no dia 23 de fevereiro; a visita do Presidente americano Barack Obama, que rendeu bons dividendos para as transações brasileiras, no dia 19 de março; a votação do Brasil na Assembleia da ONU pela investigação de denúncias de violações dos direitos humanos no Irã, no dia 24 de março; e o aumento do imposto sobre compras com cartão de crédito no exterior.

            Na mesma reportagem, o jornal destaca o profissionalismo da Presidente Dilma Rousseff na construção de sua imagem.

(Interrupção do som.)

(A Srª Presidente faz soar a campainha)

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO) - Muito obrigado.

            Na mesma reportagem, o jornal destaca o profissionalismo da Presidente Dilma Rousseff na construção de sua imagem:

Associada até recentemente à figura da administradora implacável, a Presidente vem conseguindo rapidamente alterar esse perfil - que também era agravado por ela ser vista como uma criação artificial do Presidente Lula.

            Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, aqueles que conhecem bem a Presidente Dilma não se surpreenderam com sua alta aprovação nesse começo de Governo. Ao escolhê-la para sucedê-lo, o ex-Presidente Lula já sabia da sua extraordinária capacidade de trabalho e de sua inquestionável competência - e uma prova dessa confiança foi nomeá-la Ministra-Chefe da Casa Civil. Dilma Rousseff, além de comprovar-se uma competente...

(Interrupção do som.)

(A Srª Presidente faz soar a campainha)

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO) - ... além de comprovar-se uma competente administradora, tem se revelado uma grande estadista, admirada até mesmo por setores da oposição.

            Pelo que já mostrou nesses primeiros quatro meses, tenho a convicção de que todo o Brasil torce por ela e, mais do que isso, vai contribuir para que seu Governo fique marcado pela inclusão social, pelo desenvolvimento, pelo aprimoramento dos serviços públicos e pela consolidação da democracia.

            Para encerrar, Sr. Presidente, quero agradecer à Presidente Dilma por ter liberado, esta semana, R$500 milhões para pagar os convênios das Prefeituras municipais e já no próximo mês serão liberados mais R$200 milhões.

            Mas peço, encarecidamente, que todos os restos a pagar, que todos os convênios, convênios importantes para a saúde, para a educação, para as nossas estradas, para a infraestrutura urbana, que os recursos para o pagamento de todos os convênios importantes para os municípios brasileiros sejam liberados o mais rapidamente possível.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.

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