O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Paulo Paim, quero saudar as palavras do Senador Suplicy e do nosso Senador Lindbergh - e também me somar a elas - em relação ao nosso Ministro Palocci. Creio que a forma contundente e segura com que ele apresentou sua justificativa mostra que, lamentavelmente, mesmo aquilo que é público, como é o caso das suas declarações, é levado dessa forma. Quero aqui, portanto, manifestar também a importância de toda essa transparência havida nesse processo.

            Mas, nesta oportunidade, Sr. Presidente, quero tratar de um tema que considero da maior importância. Eu estive reunido, nesta segunda-feira, em Teresina, no Estado do Piauí, com um conjunto de jovens, tratando da importância de trazermos para o âmbito nacional um programa de grande sucesso implantado no Estado do Piauí. É o programa Cursinho Popular.

            O Cursinho Popular é um sistema que, pela formatação que temos no Estado, permite que alunos da rede pública possam ter condições de acesso a uma preparação para concurso público e para vestibular. Esse trabalho envolveu 206 Municípios do Estado do Piauí, com 30 mil alunos. Não é necessária outra forma melhor para demonstrar a importância desse trabalho: saltamos de 18% de alunos da rede pública com acesso à universidade para 64% de alunos da rede pública preenchendo vagas de vestibular, vagas inclusive, Senador Lindbergh, de cursos como Medicina. Muitas vezes, os alunos da rede pública nem faziam vestibular para esse curso, porque se eliminavam por antecipação, quando não tinham, por exemplo, as condições de pelo menos pagar um cursinho popular.

            Esse trabalho envolve órgãos de comunicação, redes de televisão que fazem a transmissão, a distribuição de apostilas e a preparação, inclusive, em parceria com professores que têm experiência na área de cursinho popular, garantindo, com isso, as condições de êxito em todos os Municípios. Tivemos alunos aprovados tanto na Universidade Federal quanto na Universidade Estadual e em faculdades. O mais importante: registrando, nesses últimos anos, primeiro lugar em Engenharia Elétrica, primeiro lugar em Administração e em vários cursos, como Matemática e licenciaturas. Destaco o primeiro lugar em Medicina, ou seja, o primeiro lugar foi de um aluno oriundo da rede pública que passou pelas mãos do Cursinho Popular, o qual, inclusive, organiza para alguns desses cursos um trabalho especial, e as milhares de pessoas aprovadas em concursos públicos, concursos de Municípios e concursos do Estado.

            Então, por essa razão, eu não poderia deixar de dizer que recebi, hoje, um pleito para que possamos colocar no Plano Nacional de Educação, meu querido Paim, dentro do programa de reforço escolar, para o Brasil, a oportunidade de, também patrocinado pelo Ministério da Educação... Eu diria que não há nenhum programa mais forte, além do que é toda a educação, para um Brasil sem miséria, para um Brasil que quer erradicar a pobreza, que garantirmos essas condições.

            Hoje, estive com o Plínio, que é o líder da juventude, que está na Secretaria da Juventude, no Estado do Piauí, numa coordenação da Juventude, como lá é chamada, e ao mesmo tempo com o Dr. Robertônio Pessoa e o professor Wellington Soares, que fizeram comigo esse pleito que considero da maior importância: a gente poder ter, no MEC, um recurso e a condição de garantir a essa juventude a oportunidade de estudar numa rede pública cada vez, se Deus quiser, melhor, com professores bem-qualificados, com mais equipamentos, tanto na estrutura federal, como nas estruturas estadual e municipal. É claro, eu destaco as condições desse sonho de poder fazer um curso técnico, de poder fazer um curso superior.

            Então, eu queria destacar, chamado pela juventude do meu Estado, que apresentarei para o Plano Nacional de Educação exatamente uma proposta como essa. Se Deus quiser, seremos bem-sucedidos, pela importância que isso tem para o Brasil, para o Nordeste, para o Norte e para todas as regiões, mas, especialmente, repito, para as famílias que estudam exatamente na rede pública.

            Era isso, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.

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