A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Presidenta Marta Suplicy.

            Srs. Senadores, companheiros e companheiras, gostaria de falar aqui, mesmo que num tempo reduzido, de um importante evento de que participamos semana passada, do dia 8 ao dia 10, do último domingo até a última terça-feira, ocorrido em Londres, Reino Unido, organizado pela Globe International, organização internacional que reúne parlamentares de vários países, que tem como tema central o meio ambiente. Na semana passada, mais uma vez a Globe se reuniu para debater, dessa vez, exclusivamente questões relativas ao Redd.

            O que vem a ser o Reed, sigla em português? Redução de Emissão de Gases Tóxicos por Desmatamento e Degradação Florestal. O Redd, Srª Presidente, Srs. Senadores, é um mecanismo pelo qual lutamos há muitos anos para que seja reconhecido e institucionalizado pelas organizações internacionais, sobretudo a Organização das Nações Unidas.

            O Redd foi tratado pela primeira vez no âmbito das Nações Unidas, ONU, no ano de 2007, em Bali, na Conferência das Partes, COP-13. De 2007 até o final de 2010, nós tínhamos apenas a previsão do Redd sem que esse mecanismo estivesse regulamentado. No final do ano de 2009, em Copenhague, na Conferência das Partes nº 15, COP-15, realizada na Dinamarca, havia uma grande expectativa para que muitas coisas, muitos itens e pontos em relação ao meio ambiente avançassem, inclusive o Redd. Infelizmente conhecemos o resultado daquela conferência que apenas fez anotações sem aprovar qualquer compromisso, o que veio acontecer somente um ano depois, durante a COP-16, realizada em Cancun, no México.

            E, como as notas passaram a ser compromissos, o Redd, esse sistema de redução de emissões por desmatamento e degradação, foi finalmente reconhecido e regulamentado na última Conferência das Partes, das Nações Unidas, em Cancun.

            Ocorre, Srª Presidente, que precisamos acelerar o debate no mundo inteiro,...

(Interrupção do som.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) -...nos países e nos parlamentos acerca da aplicação desse programa importante. É um programa que, em primeiro lugar, muda a lógica, para melhor, do relacionamento e da política ambiental do mundo inteiro.

            Senadora Marta, até antes do Redd, o que tínhamos eram programas internacionais, colaborações internacionais, financiamentos internacionais que garantiam financiamentos de projetos para recuperação de áreas degradadas, portanto, de florestas derrubadas. Aqueles países que fazem um grande esforço para manter suas áreas florestadas em pé, intactas, contribuindo, prestando um grande serviço ambiental ao planeta Terra, esses países não eram reconhecidos e, por isso, não recebiam absolutamente nada.

            O Redd muda essa lógica. O Redd financia exatamente os programas e os países que mantêm suas florestas em pé. Ele financia para que essas florestas continuem em pé, mas não como santuários, e sim como florestas que recebam financiamentos para que ali seja promovido o desenvolvimento sustentável.

            A gente tem dito muito na Amazônia, aqui está o Senador João Pedro, que somos defensores da preservação ambiental, nós somos defensores das nossas florestas em pé. Mas o que queremos fazer é manejar aquela floresta, é conhecer, é dominar um a um, desenvolver a riqueza natural que temos, que a natureza nos deu em produtos sustentáveis com alto valor agregado.

(Interrupção do som.)

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP. Fazendo soar a campainha.) - Para encerrar, Senadora. 

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - Apenas para concluir.

            Há um dado muito importante que não canso de repetir e não sei se é do conhecimento de todos. Mas 25% dos medicamentos, Senador Mário Couto, 25% dos medicamentos comercializados no mundo têm a matéria-prima oriunda da Amazônia, oriunda da Amazônia. São pesquisadas fora por grandes empresas multinacionais, sintetizados os princípios ativos e voltam os medicamentos pelos quais pagamos royalties.

            Queremos inverter essa lógica, e o programa Redd ajuda muito. Além de Brasil, Indonésia, Congo, México, Reino Unido, nós tínhamos todos os diretores - exatamente todos - da ONU ligados ao meio ambiente, além do diretor do programa Redd, da ONU. Lá estava a diretora do Pnuma, a diretora do Programa Nacional para o Desenvolvimento da ONU e o diretor da Organização das Nações Unidas para...

(Interrupção do som.)

(A Srª Presidente faz soar a campainha.)

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Para encerrar, Senadora.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - ... Agricultura e Alimentação. Portanto, a Globe International é uma entidade que reúne parlamentares de vários países do mundo. Nossa preocupação é aproximar os parlamentos dos países da Organização das Nações Unidas e, em reuniões internacionais, discutirmos a aplicação desses programas importantes em cada um de nossos países.

            Quanto ao Brasil, nós temos vários projetos de lei tramitando que tratam da regulamentação do Redd, que foi previsto na lei que trata da política nacional de mudanças climáticas, mas precisamos aprovar a lei específica que regulamenta este que será um grande programa, que deverá trabalhar não apenas no mercado de carbono, mas com fundos públicos, fundos governamentais e fundos internacionais. Importantíssima a reunião de que participamos eu e o Senador Rodrigo Rollemberg.

            Muito obrigada, Srª Presidente.

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