O SR. GEOVANI BORGES (Bloco/PMDB - AP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Agradeço a nossa Presidenta, Senadora Vanessa, e logicamente com um pouquinho mais de tolerância.

            Srª Presidente, Senadora Vanessa, Srªs e Srs. Senadores, esta é uma Casa com função propositiva, inspiradora de debates, num perfil que se consolida até mesmo na representação equilibrada de cada federação.

            Por essa razão, muitas das manifestações feitas nesta tribuna, sobretudo as críticas, não têm o propósito de ferir e condenar a capacidade desse ou daquele gestor, desse ou daquele partido,

            E sim apontar erros que podem ser corrigidos com uma ação conjunta, afinada, que acaba por atender a diferentes expectativas e necessidades. Refiro-me hoje à situação precária das escolas públicas brasileiras.

            Todos os Estados aqui representados têm histórias positivas e negativas para contar, experiências que deram certo e gestões fracassadas ou que ainda não mostraram seu potencial de ação.

            No caso das escolas, somos todos conhecedores das insuficiências que ainda estão a impedir o estímulo, a motivação, o interesse dos alunos pelo ambiente escolar.

            Num cenário que se repete em todas as localidades brasileiras, o protesto ganha força e unifica os discursos. A motivação para aprendizagem tornou-se um problema de ponta em educação, porque a sua ausência representa queda de qualidade na aprendizagem.

            Diversos estudos realizados sobre o tema enfocam os aspectos da cognição e da motivação, o uso de recompensas e metas de realização como fatores de estímulo para tornar o universo escolar interessante, alegre, inspirador para crianças e jovens.

            Num cenário de portas quebradas, cadeiras sucateadas, salas abafadas, paredes sujas, banheiros fétidos, é muito difícil querer que o estudante se sinta feliz e orgulhoso da instituição que freqüenta.

            Senhoras e senhores, o final do Século XX e início do Século XXI caracterizou-se por grandes mudanças em praticamente todos os setores da vida humana. Essas transformações não podem deixar de ser consideradas no âmbito da educação, que precisa ser inserida e adequada às novas necessidades de sua clientela.

            Não se concebe mais, por exemplo, uma escola onde os alunos não tenham acesso a computadores e à Internet, fonte imediata de pesquisas; não se concebem escolas sem áreas próprias e suficientes para a recreação infantil, para as atividades lúdicas e para a prática de esportes.

            Diante dessas exigências, a escola precisa oferecer serviços de qualidade e um produto de qualidade, de modo que os alunos que passem por ela ganhem melhores e mais efetivas condições intelectuais. É este o desafio que se põe à educação escolar.

            Até pouco tempo, a grande não questão escolar era somente a aprendizagem de conteúdos. Acreditávamos que conhecer era acumular conhecimentos.

            Atualmente, a questão está centrada em interpretar e selecionar informações na busca de soluções de problemas ou daquilo que temos vontade de aprender. O desafio para o educador foi além e a maioria das escolas lamentavelmente ainda deixam muito a desejar na sua estrutura física, deixando para os professores uma missão quase impossível. São eles que mais diretamente lidam com a ausência de motivação dos alunos para a aprendizagem.

            A motivação para a aprendizagem tornou-se um problema de ponta em educação. A sua ausência representa queda de qualidade na aprendizagem.

            No meu Estado, o querido Estado do Amapá, a situação ainda é precária. A estrutura das escolas estaduais do Amapá tem colocado em risco a integridade física de alunos e corpo docente. Ventiladores que caem do teto, móveis quebrados, ausência de bibliotecas e a insuficiência no acesso às tecnologias da internet são fatores de desestímulo e desmotivação.

            Vejam os senhores que é um Estado quente, zero grau, zero minuto, zero segundo. E o calor muito forte desanima as crianças, incomoda os jovens, aumenta o cansaço dos professores. É um só aspecto de tantos que ainda deixam a desejar.

            O Senador Gilvam Borges, pela iniciativa, na época, junto com líderes comunitários, professores, corpo docente, alunos e empresários, conseguiu dar um exemplo de que é possível todas as escolas do meu estado serem climatizadas. E pegou uma escola para exemplo lá no grupo Amapá, que está totalmente climatizada e serve como exemplo para que as autoridades do meu Estado tomem as devidas providencias.

            E em diversas escolas pelo Brasil afora, Amazônia, o Brasil todo, a falta de espaço obriga alguns alunos a acompanhar as aulas em pé. Outras sofrem com deficiência no abastecimento de energia e água. Em outras tantas a precariedade é na alimentação - e vejam que a merenda oferecida na escola, para muitas crianças, é vital por ser a única garantia.

            O tema é vasto, senhores. O tema é extenso e a lista de reclamações é igualmente vasta demais. Mas aqui fica este apelo modesto. Ficam aqui essas falas motivadoras numa esperança tênue de que um dia a educação, o ambiente escolar, o atendimento aos apelos dos alunos, pais e professores ganhe eco e seja considerado.

            Muito obrigado!

            Era o que tinha a dizer, Srª Presidente, Senadora Vanessa. Muito obrigado pela tolerância. V. Exª foi muito complacente com este orador aqui, na tribuna.

            Muito obrigado!

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