Discurso durante a 76ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da audiência de S.Exa. e outras autoridades com o Ministro dos Transportes para tratar de temas pertinentes ao Estado do Piauí; e outros assuntos.

Autor
Wellington Dias (PT - Partido dos Trabalhadores/PI)
Nome completo: José Wellington Barroso de Araujo Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA AGRICOLA.:
  • Registro da audiência de S.Exa. e outras autoridades com o Ministro dos Transportes para tratar de temas pertinentes ao Estado do Piauí; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 19/05/2011 - Página 17306
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • REGISTRO, REUNIÃO, ORADOR, ALFREDO NASCIMENTO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), PRESIDENTE, DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DOS TRANSPORTES (DNIT), DISCUSSÃO, PROBLEMA, OBRAS, RODOVIA, ESTADO DO PIAUI (PI).
  • REGISTRO, RECEBIMENTO, SENADO, DOCUMENTO, AUTORIA, MOBILIZAÇÃO, PRODUTOR RURAL, REIVINDICAÇÃO, AMPLIAÇÃO, DIREITOS, TRABALHADOR RURAL, ERRADICAÇÃO, TRABALHO ESCRAVO, CRIANÇA, EXPANSÃO, EDUCAÇÃO RURAL, DEFESA, POLITICA AGRICOLA, DIFERENÇA, TRATAMENTO, PEQUENO PRODUTOR RURAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de ser muito breve, mas quero fazer primeiro um registro.

            Hoje, tive oportunidade de ter, juntamente com o Deputado Federal Marcelo Castro, Presidente da Assembleia Legislativa do meu Estado, Deputado Themístocles Filho, Deputado Federal Marlos Sampaio e meu Suplente de Senador, o meu querido Santana, uma audiência com o Ministro dos Transportes, o Presidente do Dnit mais o Secretário Executivo, Sr. Hideraldo, tratando de três temas importantes do meu Estado: primeiro, sobre a obra da BR-235. É uma obra importante. O Brasil hoje já toma conhecimento de uma região de cerrados importantes no sul do Piauí, que coloca hoje um desenvolvimento muito importante para o meu Estado.

            Pois bem, naquela região, nós conseguimos convencer o Presidente Lula a trabalhar um projeto no PAC para fazer essa BR, uma BR que começa na divisa com a Bahia, vai ao Município de Caracol em direção a Guaribas - uma região que tem uma grande reserva de fósforo e de calcário onde é possível fazer, a partir dessa mistura, as condições de um superfosfato triplo, adequado para a produção -, sai na porta de entrada dos cerrados, que é o Município de Bom Jesus, e, daí, de Redenção do Gurguéia, Gilbués em direção a Santa Filomena.

            Pois bem, descobri com os técnicos que essa obra estava parada porque precisava de uma autorização do ministério para que se fizesse ali uma incorporação, uma federalização, como se pode chamar, desse trecho. E eu manifestava ao ministro que, primeiro, não tem sentido aquela obra sequer ser considerada uma obra estadual. Não há asfalto, não há estrada piçarrada, ou seja, o traçado por uma estrada no chão, como a gente diz, uma estrada carroçável, uma estrada, portanto, que não tem nenhum padrão que se enquadre nessa necessidade de federalização.

            E bastou esse esclarecimento para que tivéssemos as condições de iniciar as obras. Começam, portanto, na próxima segunda-feira, dia 23, as condições da execução, a partir do trecho da divisa com a Bahia em direção à cidade de Guaribas, de Bom Jesus. Há um trecho de apenas 13 quilômetros que foi iniciado alguns anos atrás, cuja incorporação irá permitir as condições dessa obra. A outra é a BR-222. Pedimos um cronograma capaz de poder trabalhar as condições dessa obra.

            Juntamente com esses parlamentares, destaco o importante apoio do Deputado Fábio Novo e do Deputado Merlong Solano, que são do meu Estado e que também estiveram tratando temas importantes do meu Estado.

            Sr. Presidente, o que me traz hoje aqui é que entregamos, há pouco, à nossa Vice-Presidente - tratamos antes com o Presidente Sarney e V. Exª participou - o Grito da Terra Brasil, que ocorre todos os anos, há dezessete anos, com os trabalhadores liderados pela nossa Contag, nossa confederação dos trabalhadores, pelas Fetags, as federações dos Estados, pelos sindicatos dos trabalhadores rurais, que são quatro mil espalhados por todo o Brasil. Representando essas entidades, são 20 milhões de trabalhadores em todo o Brasil.

            Muitas dessas lideranças do meu Estado, do Estado do Piauí estiveram aqui presentes hoje. Fiquei feliz em hoje poder dar a condição de ter a presença desses trabalhadores num momento em que, na Comissão de Direitos Humanos - e sou grato ao Presidente Paulo Paim e às lideranças que me confiaram a coordenação de um trabalho na área de erradicação da miséria, ou seja, um trabalho para acompanhamento do Programa Brasil sem Miséria -, não havia nada mais importante para mim do que, já no primeiro momento, no dia em que tomo posse como Presidente dessa Subcomissão, no momento em que tenho o Petecão como Vice-Presidente e outros membros da Comissão presentes - como V. Exª, a Senadora Gleisi, a Senadora Ana Rita, o Senador Vicentinho -, a gente poder ali discutir e trabalhar com as lideranças do Grito da Terra Brasil a sua pauta de reivindicações.

            Essa pauta, entregue hoje aqui à nossa Vice-Presidente, Senadora Marta, trata sobre a política agrícola - e pede uma política agrícola diferenciada para os pequenos agricultores -, a ampliação dos direitos trabalhistas para os trabalhadores rurais, a erradicação do trabalho escravo e do trabalho infantil, a educação no campo. Ou seja, a própria Presidente da República, a Presidente Dilma, o Ministro Fernando Haddad... E já começou no governo do Presidente Lula essa expansão de ensino técnico, de ensino tecnológico, a Universidade do Campo, o ensino superior e, agora, o Pronatec, que, inclusive, tem uma vertente voltada exatamente para o campo.

            A saúde integral pública e gratuita, ou seja, poder trabalhar as condições de cada vez mais descentralizar, como o programa das Unidades Básicas de Saúde, que fazem a saúde chegar aos povoados, aos assentamentos. E essa é a meta também da nossa Presidente, do Ministro Alexandre Padilha.

            Em relação à preservação do meio ambiente, V. Exª, há pouco, demonstrava sua indignação com a divulgação de desmatamento na região amazônica. A superação da desigualdade de gênero e de todas as formas de discriminação, projetos tratados aqui, hoje, pelo nosso Senador Crivella. Enfim, são temas que já estão nesta Casa.

            Senador Lindbergh, o que o movimento Grito da Terra Brasil nos traz é o desafio de colocar na pauta, como prioridade, projetos que interessam aos pequenos agricultores. Trouxeram, inclusive, uma proposta para nortear a nossa defesa dos pequenos agricultores, por exemplo, na discussão do Código Florestal.

            Eu não poderia deixar de somar aqui a minha voz. Sempre apoiei a agricultura. Contava há pouco, Senador Lindbergh, do meu orgulho de ver agora sendo divulgados dados do meu Estado, do Estado do Piauí, que recebi com mais ou menos 3 milhões de habitantes, sendo que 50% da população colocada na miséria. E, agora, temos uma população de mais ou menos 3,4 milhões de habitantes e uma redução de aproximadamente 60% da miséria, com 665 mil. É um número elevado? Sim. Dos 16,5 milhões do Brasil, o meu Estado ainda tem 665 mil. Mas, proporcionalmente, se tivesse mantido o ritmo do nosso Estado da forma como o recebi, teríamos, hoje, aproximadamente 1,7 milhão. Essa redução é algo que me orgulha muito.

            Qual foi o segredo do trabalho? Além de investir em educação, além de ter tido total apoio do Presidente Lula para um conjunto de obras, de programas, de ações, nas mais diferentes áreas, eu destaco o trabalho no campo. Meu Estado ainda tem 60% da população no campo. E por conta exatamente disso, fizemos um trabalho voltado para a agricultura familiar. Apicultura, criação de caprinos e ovinos, irrigação para o pequeno, com condições de apoio nas mais diferentes áreas da piscicultura e da aquicultura, já que tem também a área de água salgada.

           E é por isso que eu acredito muito que o grande desafio da Presidente Dilma no Brasil sem Miséria é exatamente olhar para o campo, porque é ali que se concentra, lamentavelmente, a maior fatia da população na miséria.

           Então, eu queria ressaltar a importância dessa luta dos trabalhadores do campo, especialmente dos pequenos agricultores, liderados por movimentos como o Grito da Terra Brasil. Hoje, também em meu Estado, foram recebidos pelo Governo do Estado e pela Assembleia Legislativa.

           Quero parabenizar os trabalhadores e dizer que estaremos aqui apoiando essas importantes propostas.

           Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/05/2011 - Página 17306