O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Presidente.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho, na tarde de hoje, falar sobre o caso Palocci. Mais uma vez, o País se depara com corrupções no Governo. Mais uma vez, o Brasil se escandaliza com atos do Chefe da Casa Civil, que não é o primeiro. Até hoje, meu querido País, nada aconteceu com ninguém.

            O brasileiro paga seus impostos, o brasileiro que vai às compras sente, além dos impostos que paga, a elevação dos preços, o brasileiro não tem educação de qualidade, o brasileiro não tem saúde, o brasileiro sofre de uma violência poderosa nas ruas das grandes capitais e do interior do País, o brasileiro não tem estradas, o brasileiro sofre nos aeroportos, o brasileiro não tem portos. Mas existe um micróbio dentro do Governo chamado corrupção.

            Dez milhões de reais, Brasil querido, faturados em dois meses após as eleições, já comprovados pela imprensa brasileira. Dez milhões de reais foi quanto faturou a empresa de Palocci, dois meses depois das eleições.

            Por que esse faturamento tão alto depois das eleições, Brasil? Para pagar dívida de campanha, desconfio eu. “Gastamos muito na campanha para eleger a Presidenta. Precisamos pagar as dívidas. Como vamos pagar?” Aí surge o anjo salvador chamado Palocci. “Joga cliente para as empresas do Palocci para ele faturar, para pagar as dívidas de campanha.” É, Brasil. É assim que funciona, Brasil. E o Governo ainda prega moralidade neste País. E o salário mínimo que a Dilma mandou para cá, humilhando o povo brasileiro; e a corrupção vista a olho nu por todos os brasileiros; e o TCU, que a todo momento manda relatório para este Senado, mostrando a corrupção nos órgãos brasileiros, especialmente no Dnit.

            Ó, meu querido País, aonde vamos chegar? Onde vamos parar, Brasil? Escândalos em cima de escândalos. Que empresas trabalharam para o Sr. Palocci? Aquelas, com certeza, que precisam do Governo vão lá na consultoria do Palocci, e facilmente o Palocci fatura, fica rico, paga as dívidas de campanha e pousa como inocente para este País.

            Dilma, minha querida Dilma, ainda nem bem começou seu Governo, Presidenta, Vossa Excelência vai ter que dizer, igual ao Lula, que não viu nada, que não sabe de nada, que não percebia nada. Daqui a pouco, Vossa Excelência vai ter que se explicar e vai ter que usar as mesmas frases do ex-Presidente.

            A oposição aqui luta para por a limpo o que acontece neste País. Sofremos perseguições de todos os lados, brasileiros e brasileiras. Eu, especialmente, não me intimido. Eu, especialmente, não calarei a minha voz. Eu, especialmente, dedico minha luta ao povo brasileiro. Na minha família, na minha casa não existem covardes. Não afastarei um milímetro da minha posição de combatente, da minha posição de zelar pelo interesse do povo brasileiro, de denunciar, porque, afinal de contas, quem paga a conta é o povo brasileiro.

            E aberrações. Enquanto o Chefe da Casa Civil da Presidência da República tem um apartamento de R$6,6 milhões, o povo brasileiro passa fome, o aposentado passa fome, e o Governo apóia.

            Estamos abrindo uma CPI aqui, Brasil. Vamos ver. E vou dizer ao Brasil, todos os dias, desta tribuna, o que aconteceu e o que vai acontecer com essa CPI. Com certeza, o Governo não vai querer. Com certeza, o Governo vai chamar aqueles que obedecem ao Governo, a maioria dos Senadores, Brasil. Serão chamados para se dizer a eles o seguinte:

Não é para assinar essa CPI. Nós não podemos abrir essa CPI no Senado. Essa CPI pode esclarecer muita coisa. Essa CPI pode mostrar o nome das empresas, principalmente, que eram clientes do Palocci.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Já vou descer, meu caro.

            Eu estarei aqui Brasil! Estarei aqui dizendo, um por um, os Senadores que assinaram. Estarei aqui, Brasil, dizendo, um por um, os Senadores que se negaram a assinar; aqueles Senadores que se negaram a mostrar para o Brasil a corrupção de Palocci. Mais um a roubar o povo brasileiro! Mais um a tirar dinheiro de você, contribuinte brasileiro, para sua própria fortuna!

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Fora do microfone.) - Mas a ditadura branca deste País não vai deixar que nada lhe aconteça. O que vai acontecer, Brasil? A única coisa que poderá acontecer, Brasil, é vocês, brasileiros, fazerem justiça nas urnas, nas próximas eleições, tirando do caminho de vocês essas pragas que servem para ir corroendo nosso querido País. E a justiça divina...

            Faz 15 ou 20 minutos que a oposição está colhendo a assinatura dos Senadores. Atenção, Brasil! Anote quem já assinou a CPI do Palocci! Anote, Brasil: José Agripino, Alvaro Dias, Demóstenes Torres, Rondolfe Rodrigues, Marinor Brito, Mário Couto, Jarbas Vasconcelos, Cyro Miranda, Cícero Lucena, Marisa Serrano e Ataídes Oliveira. Anote, Brasil!

            Amanhã voltarei a esta tribuna. Amanhã vou ler de novo o nome dos Senadores que assinaram, dos Senadores que os protegem, dos Senadores que não obedecem à ordem da rainha, dos Senadores que não se curvam aos pés da rainha, dos Senadores que amam este País, dos Senadores que respeitam o povo brasileiro, dos Senadores que dizem “não” à corrupção neste País.

            Mas vou dizer também, Brasil, o nome daqueles que se curvam aos pés da rainha, daqueles que não ligam para vocês, daqueles que querem ver o brasileiro na miséria, daqueles que não se opõem à corrupção, brasileiros. Eu vou dizer!

            Estarei aqui vigilante todos os dias, mostrando aqueles em quem vocês devem confiar neste País, neste Senado Federal.

            Muito obrigado, Presidente.

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