Discurso durante a 82ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem às mulheres, destacando os avanços obtidos em seus direitos.

Autor
Cyro Miranda (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Cyro Miranda Gifford Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem às mulheres, destacando os avanços obtidos em seus direitos.
Publicação
Publicação no DSF de 26/05/2011 - Página 18783
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, MULHER, RECEBIMENTO, CONCESSÃO HONORIFICA, SENADO, CONTRIBUIÇÃO, PROMOÇÃO, CIDADANIA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. CYRO MIRANDA (Bloco/PSDB - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, mudar a mentalidade dos grupos sociais é talvez o maior de todos os desafios, porque os valores retrógados tendem a se enraizar. Superá-los precisa ser uma missão coletiva, no mais amplo sentido.

            Por isso a emancipação e a participação da mulher, em todas as esferas da sociedade, serão possíveis apenas quando nós projetarmos esse objetivo não só na discussão dos grandes temas nacionais e internacionais, mas também em cada uma das ações do nosso cotidiano.

            Com o constante trabalho de inúmeras entidades representativas de defesas dos direitos da mulher, a sociedade brasileira tem avançado significativamente nesse tema, que se coloca como um dos pilares da cidadania. Mas a luta é permanente e inarredável.

            Por isso, esta Casa tem cumprido papel de extrema importância ao comemorar o Dia Internacional da Mulher por meio do Prêmio Bertha Lutz, instituído em 2001, e entregue a brasileiras com relevantes serviços prestados ao país na defesa dos direitos femininos e em questões de gênero.

            Sempre é relevante ressaltar, Senhor Presidente, o papel de Bertha Lutz como pioneira na batalha pelos direitos políticos da mulher. Foi ela que conduziu a aprovação da legislação que deu às brasileiras o direito de votar e de serem votadas. Foi ela que, em 1936, assumiu a cadeira de Deputada Federal, como primeira mulher eleita para o Parlamento brasileiro.

            Sempre é relevante lembrar, também, Senhoras e Senhores Senadores, a simbologia do Dia 8 de março de 1857, que nos empresta a data para a comemoração do Dia Internacional da Mulher, pelo martírio a que foram submetidas as mais de cem operárias nova iorquinas, queimadas porque reivindicavam melhores condições de trabalho.

            Nossas cinco homenageadas deste ano, Maria Ruth Barreto, Maria Liége, Carmem Helena Foro, Chloris Casagrande e Maria José Silva não poderiam ser um retrato mais fiel da diversidade da atuação feminina na sociedade brasileira.

            De um lado, encontramos a psicopedagoga Maria Ruth Barreto, a primeira mulher a ser presa pelo regime militar, no Ceará, por sua atuação política. De outro, Maria Liége Rocha, que se tem destacado como militante feminista desde a década de 70 e tem estado à frente da Secretaria Nacional da Mulher do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

            Encontramos, também, Carmem Helena Foro, como Secretária de Meio Ambiente da CUT e secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag, que traz consigo a força de milhares de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta.

            Nas letras, vemos Chloris Casagrande, que, além da atuação como pedagoga, é escritora e Vice-Presidente da Academia Paranaense de Letras.

            Por fim, reconhecemos em Maria José da Silva a tenacidade de uma piauiense, que se tem distinguido e trabalhado com coleta seletiva de lixo, incentivando as cooperativas formadas por mulheres catadoras de materiais recicláveis.

            Entendemos fundamental relembrar, também, que a data de hoje, como bem assinala a autora do requerimento desta Sessão Solene, a nobre Senadora Vanessa Grazziotin, bem como as demais signatárias, não pode ser resumida a homenagens a nossas valorosas mulheres.

            A data de hoje precisa ser o símbolo de uma luta permanente porque, como observa a Senadora, as mulheres querem ser donas do próprio destino, querem o fim de toda a violência contra as mulheres, o fim da violência doméstica que vitima esposas, companheiras, noivas e namoradas. Querem que a mulher ocupe cada vez mais espaços na sociedade e nas estruturas do poder.

            Sr. Presidente, o escopo da criação do Dia Internacional da Mulher continua de extrema pertinência e atualidade, porque precisamos estimular a realização de conferências e debates com a finalidade de discutir o papel da mulher na sociedade até termos a certeza de que já não exista entre nós qualquer preconceito contra a mulher ou desvalorização da sua força de trabalho ou participação no poder.

            É lamentável observar que, malgrado o progresso alcançado para banirmos a violência contra as mulheres, inclusive com a aprovação da Lei Maria da Penha, elas continuam a ser vítimas dos mais diversos preconceitos e abusos, não só no Brasil, mas, também, nas diversas partes do globo.

            Na pessoa de nossas homenageadas e de nossas nobres Senadoras, parabenizamos as mulheres do Brasil e nos colocamos como mais uma voz nessa luta que precisa ser vigorosa e duradoura.

            Muito obrigado!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/05/2011 - Página 18783