O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesse final de semana, fiz uma incursão no meu Estado, visitei a região do Seridó, alguns Municípios.

            A região do Seridó é uma região que sofre com a desertificação acelerada. Visitei a Adese, onde participei de uma reunião. A Adese é a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Seridó.

            Visitei algumas outras instituições também de grande respeitabilidade na região, como a APAE, como a Fundação Belo Amor. Enfim, conheci e me atualizei nas questões do Seridó.

            E fiquei surpreso, Sr. Presidente, porque, por onde passei, com quem conversei, fui indagado sobre a questão do Código Florestal, talvez pelo fato de ser Senador pelo Partido Verde. As pessoas costumam associar temas ambientais aos parlamentares do Partido Verde, mas, na verdade, temas ambientais dizem respeito a todos os parlamentares, independente da sigla partidária.

            Mas fiquei, de certa forma, satisfeito porque deu para aferir a valorização que a população, que o cidadão comum, que a cidadã comum está dando a essa discussão do Código Florestal. A sociedade civil está, sim, acompanhando. Engana-se quem achar que a sociedade civil, o homem mais simples, a mulher mais simples da sociedade que compõe a legião de anônimos deste Brasil afora não está acompanhando esse debate do Código Florestal.

            As pessoas do interior do Brasil, sobretudo, têm uma ligação muito mais próxima com o meio ambiente do que imaginamos, até mesmo do que as pessoas que nasceram e foram criadas em grandes centros urbanos. Elas externaram para mim a preocupação com a aprovação do Código da forma como foi aprovado na Câmara Federal.

            Eu, todos já sabem, já fiz alguns pronunciamentos desta tribuna, externando, Senador Inácio, a minha preocupação com essa matéria. Eu acho que o Brasil não tem o direito de dar um passo atrás. O Brasil, que é tido como um País que oferece ao mundo a mais avançada legislação ambiental, o Brasil, que tem a maior floresta tropical do mundo, o Brasil, que tem o maior rio em volume d’água do mundo, o Brasil, que tem a maior biodiversidade do mundo, este País não pode retroceder.

            E confio muito, estou muito otimista com o debate aqui no Senado. Que a gente promova um debate isento das emoções, de interesses outros. Que a gente promova o debate, deixando de lado as posições fundamentalistas de lado a lado. Que a gente dê ouvidos às informações técnico-científicas de instituições que podem, sim, contribuir para que saia um texto que venha ao encontro dos interesses do Brasil. Que a gente dê a nossa contribuição para este País.

            Alegrou-me muito a informação de que o Senador Jorge Viana, homem experimentado, um político de história, conhecedor da matéria por formação profissional, será o nosso Relator da comissão da qual faço parte, a Comissão do Meio Ambiente.

            Fiquei feliz ao participar hoje de uma reunião com vários Senadores, doze ou treze Senadores, juntamente com a Senadora Marina Silva, com o Deputado Sarney Filho, com um grupo de assessores do Partido Verde e representantes da sociedade civil, para começarmos a discutir ponto a ponto o que foi aprovado no substitutivo do Deputado Aldo Rebelo.

            Eu acho que o Senado pode contribuir consubstancialmente com essa...

            (Interrupção do som.)

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN) - Acho que nós temos não só como, mas também temos a obrigação de discutir com profundidade, uma discussão verticalizada, valorizando as informações que nos chegam dos vários recantos do Brasil, até porque este é um país de dimensões continentais, um país com vários biomas, um país que tem as suas particularidades regionais das quais nós não podemos nos esquecer. Nós precisamos também olhar para a nossa produção do agronegócio, nós não podemos também nos esquecer. Nós sabemos da importância do agronegócio na contribuição do PIB brasileiro, mas não justifica, em nome desse avanço, de aumentar a produtividade, sacrificarmos o maior patrimônio que este país tem, que é o seu patrimônio ambiental. Não podemos sacrificar a biodiversidade deste País.

            Eu tenho dito, reiteradas vezes, Senador Inácio Arruda, que a biodiversidade é uma prateleira de opções de que a Ciência pode lançar mão a qualquer momento ou a qualquer tempo, para contribuir com o bem-estar da população, com o bem-estar do ser humano. A Ciência poderá, sim, como já fez várias vezes, lançando mão do que a biodiversidade nos oferece, para o bem da própria humanidade.

            Portanto, Sr. Presidente, quero parabenizar o Senador Jorge Viana pela escolha da Comissão de Meio Ambiente para ser Relator dessa matéria, quando aqui chegar. Quero registrar a minha preocupação e que a gente faça um debate, sobretudo nesta semana do meio ambiente...

            (Interrupção do som.)

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN) - O próximo dia 5 é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Portanto, que a gente aproveite esta semana do meio ambiente para começar a discutir o Código Florestal, que a gente reacenda esse compromisso que todos temos com esse patrimônio ambiental brasileiro e que façamos um debate esclarecedor, um debate enriquecido de idéias e compromissos.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

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