O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco/PP - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores.

            Subo hoje a esta tribuna trazendo boas notícias ao povo do nosso Estado, o Piauí, que gostaria de compartilhar com este Plenário.

            Segundo projeções do IBGE, este ano o Piauí deverá colher 2,3 milhões de toneladas de grãos, o que representa a maior safra de nossa história.

            A maior parte dessa produção vai ser colhida na região do cerrado piauiense. Serão mais de um milhão e seiscentas mil toneladas de grãos a serem colhidos em plantios que se resumem praticamente a dezenove Municípios e em distâncias que correspondem a até 850 quilômetros da capital.

            Entre essas cidades estão pólos de desenvolvimento regional, como Bom Jesus, Uruçuí e Corrente - essa última cidade situada a 840 quilômetros da capital.

            Srªs e Srs. Senadores, o conjunto das 20 cidades com maior produção de grãos em meu Estado reúne uma população um pouco inferior a 150 mil moradores.

            Não há nenhuma cidade produtora de soja, milho, arroz ou algodão naquela parte sul do Piauí com mais de 30 mil habitantes. Corrente, a mais populosa, tem pouco mais de 25 mil residentes, Senador Moka.

            Então, venho trazer essas questões e apresentar esses dados da nossa produção agrícola, Srªs e Srs. Senadores, para demonstrar que o nosso Estado pode e tem muito a contribuir com o PIB nacional. Mas é também uma oportunidade para chamar a atenção para a necessidade de se tornar melhor a qualidade de energia fornecida às regiões localizadas mais ao sul do Piauí.

            Dados da própria Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel - demonstram que a região carece de grandes e vultosos investimentos.

            Para se ter uma ideia, Sr. Presidente, nos três primeiros meses de 2011 houve pelo menos 14 interrupções no fornecimento de energia elétrica em Uruçuí. Na soma dessas interrupções, obteve-se uma absurda média superior a 24 horas sem energia para os mais de 11 mil consumidores da Eletrobras Piauí, atendidos pela subestação de Uruçuí. Em Gilbués foram 25 desligamentos da energia, para mais de 22 horas de interrupção no fornecimento. Bem pior é a situação em Redenção do Gurgueia, que chegou ao absurdo de 27 horas sem energia.

            São perturbadores os dados de duração e freqüência na interrupção de energia elétrica naquela área. Eles indicam a ausência e a demora nos investimentos prometidos à região.

            Em março deste ano, durante audiência na Assembléia Legislativa do Piauí, o Presidente da Eletrobras Distribuição Piauí, Sr. Pedro Hosken, informou que este ano devem ser investidos R$167,1 milhões em cinco sistemas de subtransmissão, incluindo conjuntos de consumidores das regiões de Parnaíba, Barras e Teresina, no centro-norte do Piauí; Valença, no centro-sul; e Ribeiro Gonçalves, no cerrado.

            Seguramente, todo o Estado do Piauí carece de investimentos em transmissão e distribuição de energia elétrica, mas nada se compara às regiões das Chapadas, no extremo sul, onde fica a cidade de Corrente; no cerrado, onde estão Uruçuí e Bom Jesus; e no sudeste do Estado, onde está Raimundo Nonato. Nesse Município, que é a sede do Museu do Homem Americano - convido todos os Senadores para conhecerem -, existem registros da Aneel que apontam para uma soma superior a 21 horas sem energia nos três primeiros meses deste ano.

            Sr. Presidente, Srª e Srs. Senadores, sabemos que o investimento em energia não podem ser feitos a toque de caixa, porque se exigem licitações para contratação de obras e aquisição de equipamentos, como os grandes geradores, feitos sob encomenda.

            Igualmente somos sabedores das dificuldades para o licenciamento ambiental de obras de transmissão. Mas também estamos cientes de que é fundamental que haja disposição e muito esforço da Eletrobras no sentido de fazer com que haja celeridade nas obras para atendimento às demandas energéticas no cerrado e de todo o sul piauiense.

            Nas atuais condições de fornecimento, a energia vendida pela Eletrobrás Distribuição Piauí, a nossa Cepisa, é, no mínimo, um serviço de má qualidade.

            Além de estar na ponta mais negativa dos indicadores de tempo e freqüência da interrupção no fornecimento, os Municípios do cerrado e de todo o sul do Piauí ainda convivem com a enorme oscilação de tensão. Ora, nessas condições, é difícil que tenhamos um horizonte de perspectivas econômicas positivas ou de atração de novos investimentos.

            Mais uma vez, Sr. Presidente, meu apelo é para que a Eletrobras maximize suas gestões e seu trabalho. É urgente que se estabeleça mais agilidade nos investimentos, especialmente naqueles que resultem em aumento da oferta e da qualidade de energia elétrica para o nosso cerrado e sul do Piauí.

            Precisamos fortalecer o agronegócio e as indústrias. Precisamos atrair os novos investimentos, fornecendo a infraestrutura necessária ao aproveitamento das nossas potencialidades. Somente assim, estaremos trilhando os caminhos do desenvolvimento e do bem-estar social. E é esse o caminho que devemos construir para o nosso querido Piauí.

            Era o que tinha a dizer.

            Obrigado, Sr. Presidente.

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