Discurso durante a 97ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do centenário das Igrejas Evangélicas da Assembleia de Deus no Brasil.

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do centenário das Igrejas Evangélicas da Assembleia de Deus no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 14/06/2011 - Página 23236
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, CENTENARIO, IGREJA EVANGELICA, BRASIL, COMENTARIO, HISTORIA, ORIGEM, MUNICIPIO, BELEM (PA), ESTADO DO PARA (PA), IMPORTANCIA, EMPENHO, MEMBROS, DIFUSÃO, DOUTRINA, ATUAÇÃO, ASSISTENCIA SOCIAL, RESULTADO, CRESCIMENTO, INSTITUIÇÃO RELIGIOSA.
  • LEITURA, CARTA, AUTORIA, GLEISI HOFFMANN, MINISTRO DE ESTADO, CASA CIVIL, ASSUNTO, HOMENAGEM, CENTENARIO, IGREJA EVANGELICA, BRASIL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente Wilson Santiago, nobre Senador do bravo Estado da Paraíba.

            Eu gostaria de saudar o Senador Flexa Ribeiro, o querido Reverendo, Deputado Federal e Bispo Manoel Ferreira, que veio lá do meu Rio de Janeiro nos prestigiar nesta comemoração. Quero saudar também o Pastor Samuel Câmara, querido irmão, que veio do Pará. Quero saudar o meu irmão Benedito Domingos, nosso Vice-Governador, Deputado e líder. Quero saudar também o nosso Deputado Ronaldo, que, nesta ocasião, está representando o Pastor José Wellington, da maior Convenção das Assembleias de Deus no Brasil, CGADB. O Pastor Abner não pôde vir porque um irmão nosso teve derrame. Ele não pôde comparecer. Nós todos sentimos sua falta. Ele também estaria aqui conosco. Eu gostaria de saudar o grande coral das Assembleias de Deus do Ministério de Madureira e o do Distrito Federal, que estão aqui abrilhantando este plenário. Eu queria chamar a atenção dos Srs. telespectadores da TV Senado e os Srs. ouvintes da Rádio Senado para que fiquem atentos a esta nossa programação, porque, ao final do evento, o coral vai se apresentar. Ele é dirigido pelo Pastor Egmar Tavares. Quero saudar também o representante do Pastor Wagner Gaby, presidente da Assembleia de Curitiba. Está aqui o Pastor Carlos Eduardo.

            Está aqui o Pastor Carlos Eduardo. Está também a nossa Deputada Estadual Mara Lima, nossa ilustre dama do Paraná, que veio abrilhantar a nossa festa. Também presente o Presidente da Convenção Estadual do Paraná, Pastor Ival Teodoro da Silva, a quem a nossa Ministra Gleisi Hoffmann pediu que eu saudasse, pelo respeito e consideração que tem pela sua pessoa. Também está aqui o Pastor Robson Brito, Presidente de Maringá; Pastor Isaías, de Foz do Iguaçu. Estão também conosco o Pastor Samuel Ferreira, da Convenção de Madureira, em São Paulo; da Convenção de Madureira de Goiás, está o Pastor Oides José; está também o Pastor Egmar Tavares da Silva, do Distrito Federal; também está o Pastor João Odair, Pastor Odilon Xavier, Lourival Dias, Sobradinho, Planaltina. Da Catedral Baleia, nosso irmão Adair está conosco; os Pastores Paulo Sampaio, Sebastião Tavares, João Batista, João Luiz, Sinval, Valdeci Vieira, Euclides Crispim, Odair Alves, Valter Lustosa, Pastor Heleno, de Goiás, Pastor Jales Divino, Pastor Valdir Alves, nosso Pastor Nilton Carreira, José Alencar. Está aqui também conosco... Desculpem-me por não citar todas as lideranças, mas, por favor, sintam-se em casa, esta festa é nossa. São tantas pessoas que, talvez, o cerimonial tenha falhado.

            Vou pedir à nossa assessora que me dê também a relação dos nossos Deputados que estão presentes para que eu possa citá-los, pois seria uma omissão imperdoável não citar todos. Penso que a relação atualizada está nas mãos do Bispo Manuel Ferreira.

            Já incluímos aqui. Quero saudar o Deputado Silas Câmara, que está conosco aqui; a Deputada Federal Antônia Lúcia Câmara, também aqui conosco, muito obrigado pela sua presença. Está conosco a Deputada Estadual Mara Lima, a quem já citei. Acho que todos já foram citados.

            Quero ler uma carta que me enviou agora de manhã a Senadora Gleisi Hoffmann. Todos sabem que ela estava conosco até a semana passada, quando foi convidada pela Presidenta Dilma para compor o Ministério, mas ela tinha assinado comigo esse requerimento pelo imenso respeito que tem para com a Assembleia de Deus. Então, ela mandou a seguinte carta:

Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, senhores pastores da igreja Assembleia de Deus, demais autoridades religiosas presentes, atendendo ao chamado da Presidenta Dilma Rousseff, afastei-me do Senado Federal para assumir o cargo de Ministra-Chefe da Casa Civil.

Nesta nova missão, entendo que poderei atuar de forma ainda mais efetiva para defender o projeto deste Governo que vem transformando positivamente o nosso País ao promover o crescimento econômico com justiça social.

Não poderia, entretanto, na condição de co-autora do requerimento que originou esta sessão especial, deixar de enviar meus cumprimentos às igrejas evangélicas da Assembleia de Deus do Brasil pela celebração do seu centenário.

Na pessoa do Pr. Ival Teodoro, Presidente da Confederação Estadual da Assembleia de Deus no Paraná, parabenizo a todos os assembleianos paranenses e do Brasil. Em nome do Pr. Samuel Câmara, Presidente da Assembleia de Deus em Belém do Pará, e em nome do Rev. Manoel Ferreira, gostaria também de saudar a todas as demais igrejas do Brasil.

Rendo minhas homenagens e o meu reconhecimento aos cem anos de serviços prestados na consolidação dos mais altos valores morais e espirituais.

Parabéns a todos os assembleianos do Brasil!

            Gostaria de citar também o Pastor Rubens Teixeira, meu irmão querido, que veio do Rio de Janeiro prestigiar e está ao lado do Alex; também o Pastor e Deputado Amarildo, meu irmão querido, que Deus o abençoe; o irmão Filemon, nosso companheiro da Paraíba; o Mozarildo, nosso irmão das lutas constantes aqui do Senado Federal.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, senhoras e senhores telespectadores da TV Senado e ouvintes da Rádio Senado, que agora nos acompanham em todo o Brasil, ilustres servidores e servidoras, visitantes, pessoal do meu gabinete, que tanto labutou para que esta festa bonita ocorresse e todos os que nos honram com suas presenças nesta sessão solene. E devo dizer que, nestes quase dez anos em que labuto nesta Casa, nunca vi esse auditório tão florido, uma audiência tão ilustre.

            O Brasil irá comemorar, daqui a poucos dias, no dia 18 de junho de 2011, o transcurso dos cem anos do desembarque, no cais do porto de Belém, a sua Belém, Samuel, de dois humildes missionários cristãos, ambos de origem sueca: Gunnar Vingren e Daniel Berg. Esse episódio, aparentemente desapercebido no contexto daquela quadra da história, deu início a todo um gigantesco movimento espiritual que, hoje, vemos magnificamente consumado nessa família tão bonita, conhecida como Assembleia de Deus.

            Saúdo os ilustres líderes que compõem esta Mesa, todos eles que nos honram tanto com suas presenças, e assinalo a honra que me conferem por terem comparecido e atendido a esse nosso chamamento para fazermos uma sessão solene no Sendo Federal e marcarmos nos Anais desta Casa a presença de todos vocês.

            Neste instante de vibração nacional pelos cem anos pela causa do Evangelho, nos vem à mente a imagem de cada catedral, de casa congregação, de cada núcleo, cujas portas jamais se fecharam, porque não possuem os cadeados da discriminação e do preconceito. Pelo contrário, cada uma dessas igrejas, mesmo aquelas menores, localizadas no mais longínquo torrão da nossa Pátria, são, na verdade, um marco de fé e de amor a apontar permanentemente aos corações brasileiros os horizontes sem fim da esperança.

            Enche-nos de júbilo este momento histórico, porque nos proporciona o ensejo de tributar outra vez aos nossos irmãos da Assembleia de Deus a mais profunda admiração, a gratidão eterna e impagável por essa obra redentora que enobrece e engrandece a alma nacional e que se acrescenta como um monumento intangível ao patrimônio da nossa civilização.

            É ali, em cada uma delas, que, nos momentos mais duros de solidão e tristeza, nosso povo, sobretudo os mais humildes, encontram alento, paz, na comunhão com os irmãos, numa palavra de amor que é o pão espiritual para um espírito quebrantado que, muitas vezes com lágrimas, reparte a nossa gente sofrida e valente.

            Dessa Igreja recebemos a fé que nos ilumina, nela se plasmou o lar imenso da nossa alma, generoso e indestrutível, em cujos cultos vibram sonoridades de beleza sem par. Ali se nasce da água e do espírito, e nos fortalecemos e nos dignificamos, e nela nos constituímos nesse povo evangélico sempre jovem e idealista, intrépido no infortúnio, modesto nos triunfos, perseverante nas perseguições, que traz no coração o sentido da bondade e a vocação da solidariedade, com o olhar fito no futuro para rasgar nos horizontes a perspectiva e gloriosa do seu destino de Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

            Daí a sua aversão definitiva ao ódio e à violência, tornando-se uma poderosa força de amor, tolerância e compreensão a serviço dos mais nobres e alcandorados ideais humanos que Cristo nos ensinou com o sacrifício da própria vida.

            Ao falar agora na gala imperecível deste momento, em mim se agitam e se agigantam os sentimentos da minha alma missionária e gostaria de encontrar as palavras para conseguir expressar o que representam esses 100 anos de formação: o estoicismo, a bravura, a impetuosidade da fé pura, o bom senso, a humildade cristã, a devoção de tantos mártires que deram suas vidas de maneira santa, ungida e consagrada, sem se preocupar em ajuntar tesouros, não fazendo caso de recompensas, mas, de maneira anônima, com idealismo e renúncia, expressões sublimes de uma existência de obediência a Deus.

            É a síntese admirável e eterna dessa nossa fé convergente que une todos os crentes pela afinidade da nossa origem e do nosso destino em um só corpo e, paralelamente, uma só alma, na essência de nossas aspirações.

            Aqueles missionários que transpuseram os mares para aqui, com tenacidade e coragem, lançar os fundamentos de uma obra para a posteridade, não trabalharam em vão. A semente caiu no solo generoso de um bom coração. O coração do povo brasileiro. E frutificou, a dez, a cem, a mil por um, numa obra extraordinária cuja mente humana jamais poderá alcançar e quantificar nos ábacos das suas equações, e os estudiosos e sociólogos, entre incrédulos e perplexos, se indagam como foi possível construir com gente de origem tão humilde uma obra tão grandiosa, posto que trabalharam com eles, de modo invisível mas sempre presente, as mãos feridas pelos cravos, que, um dia às margens do Mar da Galiléia, mostraram ao mundo que a fé é capaz de multiplicar o pão e o peixe e alimentar a multidão.

            Foram dias, meses, cem anos de um labor infindável, nas ruas, nas praças, nos becos escuros da miséria, nos presídios, nos hospitais, sempre ao lado dos que sofrem, semeando milhões de folhetos, distribuindo Bíblias, testemunhando, levando a palavra da esperança e da salvação, e esses apóstolos do amor conquistaram o respeito e a admiração do povo brasileiro.

            Mais tarde, viriam as primeiras igrejas, sempre construídas sem apoio do capital econômico e sem doações do governo. Eram o dízimo e as ofertas das mãos calejadas do povo cristão e trabalhador, que, num imensurável sacrifício, levantou não só seus templos, mas escolas, faculdades, creches, asilos, educou crianças, formou jovens, amparou idosos, recolheu órfãos e abrigou viúvas, sem nada, absolutamente nada pedir em troca, apenas se contentando em saber que, do céu, os olhos bondosos de Deus estavam sobre eles.

            As sendas da nossa história têm os passos desses heróis da eternidade, semeadores da verdade, em cujo olhar meigo e terno se reflete a luz do Evangelho a apontar à Pátria os caminhos da liberdade, da Justiça e da Vida.

            Sr. Presidente, essas minhas palavras já vão longas e cumpre-me terminá-las, mas seria uma omissão imperdoável, na celebração do centenário, se não mencionássemos a atuação da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, no meu Rio de Janeiro, organização editorial cuja obra monumental ilumina os lares do Brasil.

            Registro ainda a memória de uma das mais importantes personalidades consignadas na história da Assembleia de Deus, a do Pastor Paulo Leivas Macalão, falecido na década de oitenta, que, junto com sua esposa, a missionária Zélia, protagonizaram, por longo período, a atuação da Assembleia, principalmente por via da fundação do Ministério de Madureira, semente da atual estrutura da Confederação Nacional, na qual temos na pessoa do Bispo Manoel Ferreira e de toda a sua laboriosa família, presente e ungida, a mais bela imagem de uma vida exemplar a serviço da Obra de Deus.

            Meus irmãos da Assembléia, sinto-me honrado e para sempre serei grato a Deus - o Senador Ataídes Oliveira está aqui conosco, e eu o cito; muito obrigado por ter vindo prestigiar nossa Assembleia de Deus; que Deus o abençoe - pelo privilégio de poder saudá-los neste momento festivo em que comemorais cem anos de sua gloriosa e imaculada história. Na construção do Brasil dos nossos sonhos tendes sido inexcedíveis. Um exemplo de amor ao próximo, de fibra e moral que nos inspira e fortalece nos momentos mais difíceis da existência humana.

            Este momento viverá fulgurante nas nossas mais caras lembranças, como um dos instantes mais gloriosos, porque vendo, como nós o vemos, sentimos diante de nossos olhos a nação da Assembléia de Deus, na beleza de sua história, na grandeza de seu destino e na pureza dos seus ideais.

            É tão imenso o amor que todos nós, brasileiros, temos por essa igreja, é tão linda a imagem que trazemos de sua congregação reunida, dos seus corais, dos seus ministros sentados no altar, do seu pregador no púlpito, de suas crianças na escola dominical, do seu povo alegre e acolhedor em coro, saudando os visitantes com aquele caloroso e tradicional “seja bem-vindo em nome de Jesus”.

            Cada vez que ouvimos vocês nos dizerem a “Paz do Senhor”, sentimos a brisa que conduz o aroma de Jesus, e é tão sublime na sua simplicidade essa expressão de amor que as milícias dos anjos, que a natureza inteira poderia se erguer e clamar ao universo eis aí a igreja de Jesus.

            Que o Senhor nos abençoe para sempre e que nunca falte nesta Pátria brasileira uma Assembleia de Deus com as portas abertas para o Brasil.

            Muito obrigado. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/06/2011 - Página 23236