Discurso durante a 100ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações acerca da saúde pública no Brasil, destacando a necessidade de melhor distribuição de renda nas regiões mais carentes.

Autor
Wilson Santiago (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: José Wilson Santiago
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • Considerações acerca da saúde pública no Brasil, destacando a necessidade de melhor distribuição de renda nas regiões mais carentes.
Publicação
Publicação no DSF de 16/06/2011 - Página 23759
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • CRITICA, PRECARIEDADE, SAUDE PUBLICA, NECESSIDADE, MELHORIA, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA, ESPECIFICAÇÃO, INVESTIMENTO PUBLICO, SISTEMA UNICO DE SAUDE (SUS), REGIÃO, POPULAÇÃO CARENTE.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. WILSON SANTIAGO (Bloco/PMDB - PB. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Senadora Marta Suplicy, Presidente da sessão, demais Senadoras e Senadores, profissionais da imprensa, meu caro Senador Paim, a quem antecipadamente agradeço pela cessão do tempo, os problemas da saúde brasileira são muitos. Diariamente somos informados de hospitais com pacientes em corredores devido à conhecida superlotação. É terrível vermos seres humanos em situação tão indigna e humilhante, no chão, em macas improvisadas, com mal-estares e dores, buscando apenas permanecer vivos.

            Com dimensões continentais, somos hoje a sétima economia do mundo. Entretanto, também somos um dos países com grande desigualdade social, fato público e notório. Incansavelmente repito: é isso que temos comprovado ao longo do tempo, apesar de avanços importantes alcançados nos últimos anos pelo Governo anterior do Presidente Lula e também pela atual Presidenta Dilma.

            Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a desigualdade econômica que ainda teima em existir entre as regiões brasileiras reflete claramente a situação do sistema de saúde brasileiro.

            Um exemplo é a taxa de mortalidade infantil, Srª Presidente, que, mesmo tendo diminuído muito nos últimos anos, ainda é duas vezes maior no Norte e Nordeste. As populações indígenas têm os piores indicadores de saúde, comparados com todas as outras regiões do País.

            Estando entre os dez países mais ricos do Planeta, o certo é que precisamos ainda buscar níveis de atendimento à saúde existentes em países como Suécia, Canadá, França, Estados Unidos, entre outros.

            Não há como assistir de forma impassível ao conteúdo dos noticiários nacionais mostrando as agruras daqueles que necessitam buscar atendimento medico em todo o território nacional.

            Desde a criação do SUS (Sistema Único de Saúde), os brasileiros passaram a ter direito a uma atenção à saúde gratuita. Este sistema é financiado por impostos e contribuições sociais, entretanto, verificamos que há distorções a serem corrigidas como, por exemplo, os Estados mais ricos levam ainda a maior parte dos recursos do SUS para o atendimento à saúde pública.

            Especialistas em saúde pública afirmam que houve melhoras no sistema de saúde nos últimos 50 anos. Mesmo assim continuam sendo detectas e testemunhadas as condições da saúde nas regiões mais carentes, que permanecem ou cuja melhoria é paulatina, lenta, sequer dando para ser notada

            Entretanto, Srª Presidente, esses mesmos cientistas sinalizam para muitos desafios que o Brasil ainda tem de enfrentar, iniciando por uma melhor distribuição de renda nas regiões mais carente e pobres do País, permitindo uma melhoria nas condições básicas de vida de grande parte da população brasileira.

            Meta que o Governo brasileiro dá sinais e que pretende alcançar, mas que consideramos imprescindível que se transforme verdadeiramente em prioridade para os próximos anos.

            Essa é a nossa preocupação, Srª Presidente, como também é a de V. Exª e, eu tenho certeza, da grande maioria da população brasileira, das regiões mais carentes, para que tenhamos uma melhor gestão da área de saúde pública e também uma melhor atenção àquelas regiões carentes do País, para que não continuemos a testemunhar cidadãos pobres, carentes, em muitas regiões, em macas, nos corredores dos hospitais, necessitando de atendimento e que, na maioria das vezes, acabam morrendo à míngua, como ocorre no Nordeste.

            Faço este registro no dia de hoje para que esta Casa e o Ministério da Saúde, todos juntos tenhamos condições de, a cada dia ou nos dias de hoje....

(Interrupção do som.)

            ...à saúde pública brasileira, para que os mais pobres tenham a certeza, a convicção de que, ao precisarem de um hospital público, serão atendidos rapidamente.

            Era o que gostaria de registrar.

            Agradeço, Srª Presidenta, a atenção e a tolerância de V. Exª, que, mais uma vez, nos permitiu concluir nosso raciocínio.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/06/2011 - Página 23759