O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco/PSDB - PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Benedito de Lira, venho, neste momento, requerer, nos termos do art. 222 do Regimento Interno do Senado Federal, e ouvido o Plenário, voto de aplausos ao ex- Presidente da República e Presidente de Honra do PSDB, Dr. Fernando Henrique Cardoso, pelo transcurso, no próximo dia 18 do mês de junho corrente, dos seus 80 anos de vida. Requeiro ainda:

            1. Inserção em ata do Voto de Congratulação;

            2. Comunicação deste Voto à família.

            Fernando Henrique Cardoso, ou FHC, como ficou conhecido, é político, professor, escritor e sociólogo. Surgiu como um grande intelectual; entrou para a vida política e se firmou como estadista, pela notável capacidade de articulação partidária.

            Idealista do MDB e do Movimento Diretas-Já, foi um dos co-fundadores do PSDB, em 1988, e hoje é filiado e Presidente de Honra do partido. Foi Senador, Ministro das Relações Exteriores e da Fazenda e Presidente da República por duas vezes.

            Como Ministro da Fazenda do Governo Itamar Franco lançou o Plano Real, que alcançou a estabilização econômica tão almejada por todos os brasileiros, sem congelamento de preços ou salário. Como disse FHC em entrevista a Guilherme Barros, colunista da Folha de S.Paulo,

O Real deu sentido de proporção. Ninguém sabia o valor de nada. As pessoas aprenderam, por exemplo, o valor da moeda. Aprenderam que não se pode endividar além de um certo limite.

            Graduado em Sociologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, desenvolveu louvável carreira acadêmica, lecionando no Brasil e no exterior. Foi Professor Emérito da Universidade de São Paulo; lecionou na Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, na Universidade do Chile, e nas Universidades de Stanford, de Cambridge e de Paris.

            Exilado inicialmente no Chile, onde permaneceu três anos, se aproximou de personalidades como Raul Alfonsín, Domingos Cavallo e Salvador Allende. Em 1967 se mudou para Paris, regressando ao Brasil, em 1968, onde retornou a vida acadêmica e fundou um ano depois o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP).

            FHC publicou importantes obras, onde se deve destacar “Dependência e Desenvolvimento na América Latina”, “Política e Desenvolvimento em Sociedades Dependentes” e “Autoritarismo e Democratização“. Foi eleito, através de uma votação feita pela Internet e organizada pela revista britânica Prospect, um dos cem maiores intelectuais ainda vivos do mundo.

            Foi eleito ainda o 11º pensador global mais importante, pela revista Foreign Policy em 2009, pelo pensamento e contribuição para o debate sobre a política antidrogas.

            Natural do Rio de Janeiro, radicou-se em São Paulo, tendo casado com a antropóloga Ruth Cardoso, já falecida, com quem teve três filhos, Paulo Henrique, Luciana e Beatriz.

            Após deixar a Presidência da República, em 2004, fundou o Instituto Fernando Henrique Cardoso, uma instituição sem fins lucrativos que pretende reunir sua obra e propor discussões sobre o Brasil e a América Latina.

            Desde junho de 2005, preside a fundação OSESP, organização criada para manter a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Até pouco tempo foi Presidente do Clube de Madrid, cargo que passou ao ex-Presidente do Chile, Ricardo Lagos.

            O conhecimento, as obras e a importância deste cidadão brasileiro, estadista, conhecido como FHC, com certeza já está na história política de nosso País.

            Então, peço a V. Exª que dê encaminhamento ao requerimento, que faço chegar à mesa, com votos de aplauso pelos 80 anos de nascimento do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, no dia 18 de junho.

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