O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco/PP - PI. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há pouco tempo vim a esta tribuna para registrar a grave situação do sistema de saúde de Teresina. Na ocasião, fiz um apelo ao nosso ministro Alexandre Padilha, uma vez que as transferências de recursos da União para o setor estão inalteradas desde 2006.

           Há cinco anos, Teresina não recebe qualquer incremento na receita do Sistema Único de Saúde. Entretanto, a despesa do município por habitante na área de saúde saltou de R$ 295 em 2006 para R$ 607 em 2010.

           Sr. Presidente, venho, mais uma vez, chamar a atenção para outro grave problema na rede de saúde de Teresina.

           No início deste mês de junho, a Promotoria de Justiça do estado moveu ação civil pública contra o governo do Piauí, Prefeitura de Teresina e Fundação Municipal de Saúde (FMS), com o objetivo de garantir cirurgias ortopédicas na rede pública de saúde.

           Pelo menos 1.400 pacientes esperam na fila por uma cirurgia deste tipo em Teresina.

           Essa ação do Ministério Público, Srªs e Srs. Senadores, também questiona a insuficiência de recursos para o Hospital Getúlio Vargas (HGV) - a maior casa de saúde do Estado. Chama a atenção para a falta de insumos necessários ao tratamento de alta complexidade e a não manutenção preventiva dos equipamentos existentes.

           Além disso, expõe outro grave problema, que é a baixa remuneração dos médicos.

           Eu devo dizer, aqui, Sr. Presidente, que há uma grande boa vontade das autoridades do setor de saúde, tanto municipal quanto estadual, para resolver essa situação. O que faltam são os recursos.

           O presidente da Fundação Municipal de Saúde, Pedro Leopoldino, que tem feito um grande trabalho para melhorar o atendimento nos hospitais e postos de saúde, me informou que foram realizadas 591 cirurgias ortopédicas de janeiro a maio de 2011.

           Na verdade, o número de pacientes ortopédicos é tão grande que nem o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e nem o HGV, que é estadual, dão conta. São cirurgias de alta complexidade, com duração média de quatro horas, e há uma grande demanda, especialmente de vítimas de acidentes de trânsito.

           Mensalmente, o HUT chega a receber uma média de mil motociclistas acidentados, resultado não só da imprudência dos condutores, mas do grande crescimento da frota. A moto é um meio de transporte acessível ao trabalhador, entretanto, lamentavelmente, também é um meio de transporte perigoso para quem não age com prudência.

           Sobre isso, Srªs e Srs. Senadores, quero acrescentar que, em 2009, a frota de motocicletas era de aproximadamente 229 mil em todo o Piauí. No ano seguinte, o número saltou para mais de 270 mil. Quem antes andava de bicicleta ou de ônibus passou a circular de moto.

           E o fato ocorre tanto no interior quanto na capital.

           Assim Sr. Presidente, depois de expor esse trágico quadro, defendo duas alternativas: por um lado, sugiro a realização de uma ampla campanha de conscientização sobre a importância do uso de equipamentos de segurança, por parte dos motociclistas, como capacetes e luvas.

           Por outro lado, enquanto Teresina não recebe a suplementação orçamentária devida para o setor de saúde, gostaria de registrar um apelo junto ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), para a realização de mutirões que possam amenizar a espera em Teresina.

           Como já informei, são cerca de 1,4 mil pacientes aguardando na fila por uma cirurgia ortopédica. A demanda está grande e a preocupação sobre o que fazer para assegurar o atendimento à população cresce a cada dia.

           A realização desse mutirão é um apelo que faço ao Diretor Geral do Instituto e ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Sabemos que o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia é um Centro de excelência no tratamento de doenças e traumas ortopédicos e que poderá aliviar a dor e o sofrimento de muitos piauienses por meio dessa intervenção.

           Sr. Presidente, o direito à saúde é indiscutível, está assegurado por nossa Constituição. Por isso, estou certo que o HUT vai superar essa grave situação, com a sensibilidade e ajuda do nosso ministro Padilha. E, por último, quero ressaltar que melhorar a saúde pública em meu estado é mais do que um propósito do meu mandato, é um desafio, e eu vou fazer o que for preciso para obter êxito nesta luta.

            Era o que eu tinha a dizer. Obrigado, Sr. Presidente.

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