Discurso durante a 101ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à Caixa Econômica Federal, um dos operadores do Programa de Aceleração do Crescimento, destacando sua importância para o desenvolvimento do País.

Autor
Wellington Dias (PT - Partido dos Trabalhadores/PI)
Nome completo: José Wellington Barroso de Araujo Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
BANCOS. HOMENAGEM.:
  • Homenagem à Caixa Econômica Federal, um dos operadores do Programa de Aceleração do Crescimento, destacando sua importância para o desenvolvimento do País.
Publicação
Publicação no DSF de 17/06/2011 - Página 24003
Assunto
Outros > BANCOS. HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), COMENTARIO, HISTORIA, DADOS, ATUAÇÃO, REFERENCIA, AUMENTO, OFERTA, CREDITOS, PARTICIPAÇÃO, PROGRAMA DE GOVERNO, PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO (PAC), PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA (PMCMV), ELOGIO, GESTÃO, BANCOS.
  • HOMENAGEM, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, agradecendo a permuta com o Senador Jayme, que permutou com o Senador João Vicente, quero saudar V. Exª e dizer que é uma alegria para mim, como piauiense, tê-lo neste momento presidindo esta Casa.

            Tenho alguns orgulhos na minha vida, Sr. Presidente. Um deles é o orgulho de ser piauiense, lá de Oeiras, e de ter tido a oportunidade de governar o Estado do Piauí. Orgulho de ter no meu sangue o sangue dos povos das origens, das raízes do Brasil, dos índios. Tenho também orgulho e gratidão ao povo do meu Estado, por estar aqui no Senado, podendo contribuir para que o Brasil, o Nordeste e o Piauí continuem mudando para melhor.

            Outro orgulho é o de ser empregado da Caixa Econômica Federal - ou simplesmente a Caixa, como é conhecida no Brasil inteiro -, onde comecei minha vida pública, nos anos 80, no movimento que lutou por bandeiras históricas dos trabalhadores brasileiros, do direito à sindicalização ao direito de ser considerado bancário.

            Sou, com muito orgulho, bancário desde os meus 14 anos, passando pelo Banco do Nordeste, Banco do Estado do Piauí, hoje incorporado pelo Banco do Brasil, e Caixa Econômica Federal. Sou de um banco único neste País, 100% público, uma empresa pública de direito privado.

            Hoje, ouvi a Presidente Dilma Rousseff elogiar publicamente o importante papel da Caixa. Ela disse que, sem a Caixa, não teríamos chegado onde chegamos com o Programa Minha Casa, Minha Vida. Isso é muito forte. 

            Quero destacar aqui, hoje, como esse banco foi importante para o crescimento do Brasil e o sucesso do Governo Lula. Como a Caixa vai continuar ajudando aos brasileiros e brasileiras, no Governo da Presidente Dilma, a desenvolver nosso País e a vencermos o desafio do Brasil Sem Miséria.

            A Caixa foi um dos mais importantes operadores do Programa de Aceleração do Crescimento. Movimentou financiamentos para infraestrutura urbana e para investimentos na área de saúde no valor de R$79,7 bilhões, operando R$32 bilhões de receitas do Orçamento Geral da União; R$20,5 bilhões do FGTS e R$8,7 bilhões do BNDES.

            É, assim, um dos maiores ativos do Planeta. É um banco que realizou pagamentos do Programa Bolsa Família - que tanta gente tirou da miséria e tanto crescimento trouxe para o Brasil, com inclusão social e geração de empregos -, saindo de R$1,3 bilhão de pagamento, em 2003, para R$15 bilhões, em 2010, beneficiando 11 milhões de famílias brasileiras.

            Entre 2003 e 2010, como administradora do PIS e operadora do FGTS, a Caixa realizou mais de 1 bilhão de pagamentos, totalizando R$669 bilhões, mais de 1 trilhão de pagamentos, melhor dizendo, enquanto arrecadou R$328 bilhões.

            A Caixa está entre os mais eficientes administradores de fundos do País, reconhecida pelo mercado e pelos entes públicos. Os recursos de terceiros que a empresa administra somaram R$426 bilhões nesse período.

            Mas, infelizmente, nem sempre foi assim. Esse banco, Srªs e Srs. Senadores, povo brasileiro, estava sendo preparado para privatização antes do Governo do Presidente Lula. O passo mais significativo se deu com a venda das ações da Sasse Seguradora, quando a Caixa perdeu sua participação majoritária na empresa, tornando-se acionista de apenas 49% das ações, num contrato que deu a marca e o balcão da Caixa aos seus compradores.

            Mas a direção da Caixa, liderada por Jorge Mattoso e depois por uma competente e determinada mulher, Maria Fernanda, estreitou as parcerias com a Sasse Seguradora. Destaco o trabalho da equipe comandada por Carlos Borges, Vice-Presidente de Atendimento e Distribuição.

            Em 1999, foi vendida a Datamec, que era controlada pela Caixa, uma clara sinalização do desmonte da empresa. A sociedade acompanhou o que foi um dos resultados desse projeto privatista - a dependência tecnológica das Loterias Federais da Gtech, uma luta que o Governo Lula venceu, e hoje a Caixa se orgulha de ter feito uma operação sem precedentes no mercado, ao conseguir internalizar a inteligência e o processamento de dados de todo o sistema. Novamente, destaque para o trabalho da Drª Maria Fernanda e da Vice, Clarisse Copetti.

            Em 2003, quando a gestão do nosso Governo assumiu a Caixa, a empresa tinha acordos com cerca de oito ministérios.

            Chegamos a 2010 com a Caixa repassando recursos de 17 ministérios para os governos estaduais e 5.562 prefeituras em todo o Brasil. São recursos para obras de habitação, saneamento, infraestrutura, mobilidade urbana, saúde, educação, turismo, meio ambiente, agricultura familiar, dentre outros.

             Antes do Governo Lula, a administração pública tinha parado de formar gestores, com enorme prejuízo para o planejamento das cidades e Estados. Quando o governo do Partido dos Trabalhadores deu início a um processo massivo de investimentos, os entes públicos encontraram dificuldades, pois não havia capacidade técnica para apresentar projetos que viabilizassem as contratações das obras, porque o Brasil dos anos neoliberais pregava o mercado como solução, reduzia o papel do setor público e não reconhecia o Estado como indutor do desenvolvimento.

            Esse desafio, que foi acompanhado de perto pela então Ministra da Casa Civil, nossa hoje Presidenta da República Dilma Rousseff, exigiu um esforço conjunto do Governo Federal, da Caixa, dos Municípios e dos governos estaduais para superarmos esse problema.

            A Caixa demonstrou sua determinação de ser a parceira estratégica dos Municípios. No Governo Lula, na gestão do Presidente Mattoso e da Presidenta Maria Fernanda, que prossegue agora com o Presidente Jorge Hereda, foram criadas as salas das prefeituras, buscando estreitar o relacionamento com os entes municipais, oferecendo-lhes atendimento diferenciado. Aliás, esse foi um projeto acompanhado de perto pelo Presidente Lula. E o Vice-Presidente Carlos Borges, além do Superintendente Nacional de Redes, o piauiense Nelson de Souza, à frente dessas inovações.

            A sala das prefeituras realiza atendimento a gestores municipais, em Brasília, e realiza atendimento nas 70 salas vinculadas às superintendências regionais de todo o País.

            A gestão de Maria Fernanda também deixou outra herança positiva: o planejamento para que, nos próximos quatro anos, sejam instaladas mais de mil agências nos Municípios brasileiros. É a democratização do acesso aos serviços da Caixa.

            No Piauí, foram inauguradas recentemente agências em Paulistana, Uruçui e Barras. E temos a previsão de mais 11 agências: em Canto do Buriti, São João do Piauí, Valença do Piauí, Esperantina, que está avançando bem, União, uma segunda agência em Parnaíba, outra em Picos e mais agências em Teresina - no bairro São Cristovão, além do Teresina Shopping, Teresina Leste e agência Teresina Norte.

            Imaginem, Srªs e Srs. Senadores, o que significa para os 316 mil habitantes da população ribeirinha do Solimões ter à disposição uma agência-barco, um projeto inovador e inclusivo da gestão da Presidenta Maria Fernanda Ramos Coelho. Imaginem o que significa uma agência da Caixa para o povo da minha Paulistana, no semiárido, ou em Bom Jesus, na porta dos cerrados. Aliás, Bom Jesus realiza, agora, a partir de amanhã, uma das maiores feiras de agronegócio do Brasil, o agroshow, na cidade de Bom Jesus. Para este ano, espera-se uma comercialização superior a 200 milhões em negócios ali realizados.

            Sabemos das desigualdades deste País. O Norte e o Nordeste sempre foram objetos de abandono, descaso, de uma política que perpetuava a condição de sub-regiões. Mas essa é uma realidade que está mudando. Quando o Governo investe no Norte e no Nordeste hoje, tem na Caixa uma parceira que é estratégica para o Brasil, mas também para todas as regiões. Os índices de crescimento do Nordeste, mesmo durante a crise recente, demonstraram o acerto dessa política de reduzir a pobreza, de dar dignidade e cidadania aos nordestinos.

            A miséria, a pobreza são mais terríveis do que imaginamos. Muitas vezes, as pessoas não saem da miséria não apenas pela falta de oportunidades. Ao Governo, não basta só ter dinheiro; é preciso ter instrumentos. No Piauí, mostramos como a educação é um instrumento poderoso. Investimos e tivemos um resultado reconhecido pela sociedade.

            A Caixa é outro instrumento importante. Na gestão da Presidenta Maria Fernanda, ela assumiu esse papel de instrumento do Governo Federal. Foi fundamental, com toda a diretoria, para várias ações que desenvolvemos no meu Estado e que ajudaram a fazer o Piauí ser o Estado que mais cresceu no Brasil em 2008.

             Vou, aqui, registrar alguns números do trabalho da Caixa no Estado do Piauí, liderada pelo nosso Superintendente Herbert e pela sua equipe. Destaco, aqui, Emanoel Bonfim, Nonatinho e outras lideranças. Se, em 2003, os recursos destinados a benefícios aos trabalhadores foram de apenas R$341 milhões, em 2010, no Piauí, esse número cresceu, e tivemos um repasse total de R$1 bilhão 171 milhões. O volume de benefícios sociais repassados pela Caixa se multiplicou por dez, saindo de R$56 para R$551 milhões, no mesmo período.

            O crédito a pessoas físicas triplicou, fechando 2010 com R$650 milhões. O crédito destinado a empresas piauienses saiu de R$67 milhões, em 2003, para R$335 milhões, em 2010, o que tem impacto positivo na geração de empregos e na melhoria de vida da população.

            Em relação aos investimentos em habitação, tenho orgulho de compartilhar esse número com vocês: na gestão do Presidente Lula e da Presidenta Maria Fernanda, a cabeça da Caixa, sob a coordenação do hoje Presidente Jorge Hereda e do Superintendente do Piauí, Herbert Buenos Aires, auxiliado por Emanoel Bonfim, Nonatinho, Socorro Sales e tantos outros, saímos de um volume, em 2003, de R$63 milhões para mais de R$600 milhões em 2010.

            Em números globais, o volume de recursos operados pela Caixa com o Piauí aumentou de R$799 milhões, em 2003, para R$3,65 bilhões em 2010.

            Ainda esses dias, o Governador Wilson Martins celebrava novas levas de financiamento, mostrando que esse projeto continua. Por isso, faço questão de agradecer aqui, publicamente, o apoio do Presidente Lula e da ex-Presidente Maria Fernanda para o desenvolvimento do Piauí, do Nordeste e do Brasil como um todo.

            Sabemos que a Presidenta Dilma Rousseff estabeleceu a erradicação da miséria como um de seus grandes desafios e, como ela disse hoje, tenho certeza de que o Senado vai ajudá-la, e a Caixa Econômica também, a alcançar essa meta.

            Estou engajado para participar ativamente dos trabalhos pela erradicação da miséria e redução da pobreza. Criamos, inclusive, uma subcomissão na Comissão de Direitos Humanos que, junto com a área social, terá como propósito acompanhar e auxiliar o trabalho do Governo Federal nessa área. Tenho certeza de que o Estado brasileiro tem um instrumento importante para esse trabalho, esse desafio: a Caixa Econômica Federal, que se soma, inclusive, agora, como vimos no lançamento do Minha Casa, Minha Vida 2, ao Banco do Brasil.

            A Caixa Econômica é um banco 100% público, que tem como missão a melhoria da qualidade de vida da população e que mostrou, nos últimos oito anos, ser capaz de dar respostas concretas, rápidas e de qualidade para os desafios colocados pelo Governo Federal.

            A Caixa, Srªs e Srs. Parlamentares, povo brasileiro, não é um banco comum, que se ocupa apenas de ganhar mercado e dar lucro aos seus acionistas. Os números que registrei são a prova disso. A Caixa, nos últimos oito anos, também ganhou mercado, ao cumprir o seu papel de banco público, porque trabalhou com juros baixos e concedeu crédito, o que foi fundamental para o Brasil vencer a crise.

            A Caixa, hoje, é uma estrela de primeira grandeza no cenário nacional, uma empresa que tem um planejamento de longo prazo, que teve apoio incondicional do Presidente Lula - e, tenho certeza, tem o apoio da Presidenta Dilma - para ter uma gestão com responsabilidade social, do ponto de vista dos seus empregados, dos seus clientes.

            Todo cidadão brasileiro é ou pode ser cliente da Caixa. Todo cidadão que procura uma unidade da Caixa para ter acesso a benefícios do Governo, para ter um financiamento para a casa própria ou para expandir seu negócio, seja pequeno, médio ou grande, para abrir uma poupança. Essa missão é nobre, e a gestão da Caixa, no Governo da Presidente Dilma, irá, com certeza, reafirmar esse papel.

            Nosso Ministro Guido Mantega, com certeza, como representante do acionista único da Caixa, que é o Governo Federal, conhece a importância da Caixa Econômica para o Brasil e sabe que essa empresa centenária tem crescido em importância e como ela é indispensável, como empresa pública, para o desafio de vencer a pobreza e erradicar a miséria no nosso País. Agora, sob a Presidência de Jorge Hereda, estaremos aqui dando todo o apoio para as próximas metas da nossa Presidenta Dilma.

            O Presidente Lula insistiu em manter os investimentos, continuou uma gestão responsável com o patrimônio do País, não vendeu uma única estatal para fazer caixa, apostou no mercado interno e foi vitorioso, reconhecido no mundo inteiro como o último País a entrar na crise de 2009 e o primeiro a sair. Empresa competente, sim; capaz de dar resultados econômicos e sociais. Para reforçar esse trabalho, tratei com o Presidente Jorge Hereda da prioridade que quero dar à criação de uma Fundação Caixa Econômica, o braço social mais forte da CEF.

            É este País que a Presidente recebe. É esta Caixa que o Presidente Jorge Hereda recebe. Uma Caixa que superou uma história de fragilidades, de dúvidas. Uma Caixa que tem grandes profissionais, que tem uma história e que escreveu seu futuro com trabalho, responsabilidade, ousadia e alto espírito público.

            A nossa Funcef, agora fortalecida - e destaco o trabalho do Guilherme Lacerda e equipe; agora também com o Carlos Casé e o Carlos Borges na Presidência e Diretoria -, está garantindo solidez aos que dela, como eu, dependem para a aposentadoria.

            Para encerrar, eu quero falar de um outro orgulho que tenho: orgulho de estar nos quadros de um partido como o Partido dos Trabalhadores. Um Partido que soube construir, num trabalho diário de milhares de militantes em todo o Brasil, um sonho que começou a se concretizar quando um operário se tornou Presidente do Brasil. Um Partido que sempre teve e terá um projeto de País; um projeto que inclui todo brasileiro e toda brasileira como cidadão e cidadã, com direito a uma vida digna.

            Nosso Partido não exclui nenhum setor da sociedade. Ao contrário, governou com todos, mas sempre visando o bem da maioria da população. Eu tenho orgulho de ser petista e vou defender o protagonismo do PT no Governo porque sei que o País ganha com isso.

            A boa relação com os movimentos sociais, com a classe trabalhadora - e destaco aqui o trabalho da Fenae, e de todas as associações do pessoal da Caixa, que agora completou 40 anos na defesa dos interesses dos que fazem a Caixa e do povo brasileiro.

            Parabéns a todos que fazem parte da Caixa Econômica Federal. Parabéns ao Ex-Presidente, Presidente Lula, à minha querida Presidenta Maria Fernanda e a todos os funcionários da Caixa Econômica Federal, que hoje receberam, de público, um elogio da Presidenta da República, quando ali lançava o programa Minha Casa Minha Vida.

            O Brasil e o Piauí reconhecem a dedicação e a competência de todos vocês. Desejo não só pleno êxito, mas todo o apoio ao Presidente Jorge Hereda e equipe, para que todos possamos ter êxito nessa nova missão.

            Era o que tinha a dizer, Sr.ª Presidente.

            Muito obrigado.

            A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco/PP - RS) - Caro Senador Wellington Dias, também tenho pela instituição uma atenção especial, porque meu marido, que faleceu em fevereiro, foi Diretor de Recursos Humanos da Caixa Econômica Federal e seu então chefe de gabinete, porque está aposentado agora, Paulo Chaves, encarnava bem o espírito dos funcionários, que são dedicadíssimos a esta instituição que orgulha a todos os brasileiros.

            Cumprimento pelo seu pronunciamento.

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Agradeço a V. Ex.ª e me permita incorporar essa declaração de V. Ex.ª ao meu pronunciamento. Com certeza, isso só aumenta o orgulho do povo da Caixa Econômica Federal.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/06/2011 - Página 24003