Discurso durante a 104ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apresentação de requerimento de solidariedade pelo Dia Internacional do Refugiado.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CULTURAL.:
  • Apresentação de requerimento de solidariedade pelo Dia Internacional do Refugiado.
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/2011 - Página 24795
Assunto
Outros > POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, REQUERIMENTO, SOLIDARIEDADE, HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, REFUGIADO.
  • REGISTRO, APROXIMAÇÃO, FESTA, MUNICIPIO, PARINTINS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), IMPORTANCIA, RIQUEZAS, CULTURA, REGIÃO AMAZONICA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, apresento nesta tarde, um requerimento que quero que seja encaminhado à ONU. É um requerimento de solidariedade, conforme nosso Regimento Interno, por conta do Dia Internacional do Refugiado.

            O Brasil, Senador Pedro Simon, nesse período de paz, há aqui 4.401 refugiados vivendo aqui. A maioria dos refugiados é angolano, 38%. Depois, temos refugiados do Congo e colombianos: 14% dos refugiados, no Brasil, são colombianos; 10% vêm do Congo.

            Esse é o nosso requerimento, assinado também pelo Senador Walter Pinheiro.

            Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, aproxima-se, nos dias 24, 25 e 26, mais um festival, que é o festival folclórico da minha cidade, que é Parintins. Quero abordar essa festa por conta do que ela representa para os amazonenses, na cidade de Parintins, uma cidade de 103 mil habitantes, na margem direita do rio Amazonas. É uma festa conhecida na nossa região e vem ganhando o imaginário da sociedade brasileira por conta da magnitude da festa, do que ela apresenta.

            Quero registrar aqui nos Anais do Senado uma festa que remonta um imaginário; que traz para a festa, para o teatro... É um grande teatro a céu aberto. Diferente do Carnaval, que desfila em uma avenida, o ambiente, Sr. Presidente, é em circunferência, e a festa, além de trazer uma unidade nacional, que é o Bumba meu Boi, tem outra raiz, tem outra vertente, que é o imaginário indígena. E é o imaginário indígena que a festa apresenta, antes, inclusive, da visão e versão europeia.

            Os dois grupos, tanto o Caprichoso, que é a Nação Azul e Branca, como o Garantido, têm grupos que estudam, organizam o espetáculo, e essa festa é mostrada por cada associação, que tem em torno de três mil atores e atrizes. E quem assiste à festa, e esse é o grande diferencial - espero que o Senador Pedro Simon visite Parintins -, compõe um item. As torcidas compõem um item, e a torcida tem uma nota. Então, você tem que participar da festa. Todas as pessoas, todos os turistas, as pessoas que estão assistindo à festa brincam, dançam e compõem a coreografia do espetáculo que está sendo apresentado lá na arena.

            Quero registrar, porque, primeiro, isso mostra a diversidade cultural do nosso País; a riqueza cultural que vem do Rio Grande do Sul, das danças gaúchas, ao nosso extremo Norte com uma dança tribal. Ela reflete todo o mundo mítico das etnias indígenas que vivem na Amazônia.

            Não tenho nenhuma dúvida de que a festa de Parintins, de forma muito didática, dançante, dá um grito muito forte em defesa da preservação da Amazônia, em defesa da cultura dos povos indígenas, em defesa da resistência dos ribeirinhos que vivem na Amazônia, em defesa da miscigenação.

            É uma festa que os canais abertos, nesses últimos vinte anos, ou melhor, quinze anos, vêm mostrando para o Brasil. Quando você assiste à festa se sente mais brasileiro, mais amazônida, porque é uma festa que tem conteúdo, que mergulha no mundo mítico dos povos indígenas, das lendas amazônidas. É uma festa em que todos dançam, brincam. Não há briga. É impressionante! Não há uma confusão, porque também existe uma regra absolutamente respeitada: na hora em que o Caprichoso se apresenta, o Garantido só tem o direito de assistir à festa. Silêncio absoluto, porque, senão, perdem um ponto na contabilidade do resultado. Então, eles têm de assistir sem vaiar, sem brigar; só assistir. Em seguida o outro grupo folclórico se apresenta, e os que já se apresentaram assistem ao espetáculo sem o direito de vaiar. Só têm um direito: o de assistir.

            É uma festa extremamente importante, que retrata a manifestação folclórica de uma região do Brasil. A televisão tem mostrado, mas é importante que você visite Parintins, para assistir a uma festa que tem uma força artística muito grande na pintura, na dança, no corporal, nas roupas e nas estruturas de quinze metros, que são montadas na hora; elas são montadas, não é um desfile. Você num teatro aberto monta e tira o cenário - tem uma equipe ali só para isso. Ali as pessoas assistem a uma encenação do folclore brasileiro, como o Bumba Meu Boi, mas também à encenação do teatro do mundo mítico dos povos indígenas. Tem água, tem luzes. É uma emoção muito grande! É uma festa belíssima!

            A arte de Parintins vem ganhando muita força com a mídia, mas você viver esses três dias em Parintins é muito melhor, é muito mais profundo. Chamo atenção, primeiro, para essa riqueza que o Brasil tem das suas festas populares. No Nordeste, no Centro-Oeste, no Sudeste, no carnaval, nós temos várias festas populares, mas essa é uma festa popular porque tem raiz do povo, do caboclo, dos povos indígenas e que ganhou, evidentemente, um cuidado, um olhar, uma mão especial dos artistas. São Homens e mulheres que fazem esse espetáculo com o apoio, hoje, de grupos privados, de empresas, do Governo Federal, do Governo estadual.

            É de uma riqueza tal a cada ano que você pensa que já esgotou a criatividade. Mas não, a cada ano brota mais criatividade, Sr.Presidente.

            Nós temos, então, no Brasil, nós temos na Amazônia, uma festa muito bonita que irá acontecer na próxima sexta-feira, no sábado e no domingo.

            Evidente que eu estarei presente, até porque sou filho de Parintins. Tenho orgulho e falo com orgulho dessa manifestação cultural, mas ela não é de Parintins, ela faz parte dessa riqueza popular do Brasil que orgulha a todos nós.

            Deixo aqui o convite às Senadoras e aos senadores, aos ministros e aos assessores para visitarem o Amazonas, visitarem Parintins, para assistir e participar, porque quem vai lá participa, de uma festa popular bonita, colorida, criativa, densa, rica em alegria e rica em criatividade.

            Sr. Presidente, muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/2011 - Página 24795