Discurso durante a 105ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração aos 16 anos da Rede Vida de Televisão.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração aos 16 anos da Rede Vida de Televisão.
Publicação
Publicação no DSF de 22/06/2011 - Página 24839
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. PEDRO SIMON (Bloco/PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Dirigentes da Rede Vida, senhoras e senhores, feliz a iniciativa da criação da Rede Vida de Televisão, há 16 anos, motivo desta homenagem, nesta Sessão Especial do Senado Federal. Feliz, inclusive, pela escolha do nome. Vida. Vida é uma palavra que vale mais que mil imagens. Eu imagino que tenha sido uma inspiração bíblica: “Eu vim, para que todos tenham vida”. Vida na sua plenitude. Vida enquanto conceito de ser, e não como preceito de ter.

            É assim que vejo a Rede Vida: uma espécie de “corpo estranho”, no melhor dos sentidos, nos satélites de comunicação, porque ela é uma das raras redes de televisão que ainda procuram preservar a boa luta pela construção dos melhores valores internos.

            Como referências, e não simplesmente como aparências. O “ser humano” no lugar de “humano ter”.

            Essa iniciativa do nosso bravo, ilustre e querido Senador do Amapá de realizar esta sessão solene para festejar a iniciativa de criar uma emissora, uma emissora “diferente”, só poderia, quem sabe, nascer lá, em Barretos, cidade mundialmente conhecida pela promoção de rodeios. É porque imagino que só mesmo alguém com a habilidade de domar os corcovos de uma mídia acostumada aos bretes do marketing é que poderia, em tão pouco tempo, ocupar tamanho espaço na geografia, na história e na alma de tantos brasileiros.

            Estes 16 anos da Rede Vida já equivalem, ou superam, portanto, em importância, aqueles infindáveis oito segundos dos domadores, que separam a queda da glória.

            Eu acho que o debate sobre a importância da televisão na formação da vida, ou na “rede da vida”, nestes nossos tempos modernos, ainda não alcançou a profundidade necessária. Talvez seja porque é a própria televisão que tem capitaneado, na maioria das vezes, essa mesma discussão. Um debate, portanto, que tende a se pautar pelo interesse próprio.

            O ser humano é formado, hoje, por cabeça, tronco, membros e tela. Os quatro elementos da natureza, ar, fogo, terra e água, agora parecem ser computador, celular, televisor e telespectador.

            Telespectador como sinônimo de “tevente”, e não mais de “temente”.

            É muito difícil encontrar hoje uma pessoa que não esteja acompanhada de, pelo menos, um dos três desses elementos, quando não são todos eles.

            As nossas crianças passam mais tempo frente à televisão do que na escola. Já que se pede um celular para o papai-noel. O computador substitui as prateleiras das bibliotecas, imprimiu uma nova linguagem, ao mesmo tempo em que a um toque, nos coloca em contato com o mundo e nos faz cada vez mais solitários entre quatro paredes.

            O semicírculo da televisão substituiu o círculo familiar de discussões sobre a vida, sobre o mundo, sobre a natureza humana. Ela substituiu o pai. Trocou o conselho familiar pelo marketing. A luz da praça pelo brilho das vitrines. O espaço público pelos corredores dos shoppings.

            Também, cada vez mais, parece haver uma inversão na grade de programação televisiva. Sob a orientação desse mesmo marketing, não são mais intervalos comerciais entre os blocos dos respectivos programas. São blocos de programas entre os respectivos intervalos comerciais. Mais do que se formar e informar, há que se fazer consumir. O supérfluo, de preferência.

            Longe de mim qualquer aversão pela modernidade. Eu não imagino, hoje, um ser humano sem computador; eu não imagino um ser humano sem celular, sem televisor. Mas, eu não nego a preocupação com os caminhos e os descaminhos desses novos elementos da natureza humana. Até mesmo para a preservação da própria natureza humana.

            Eu me preocupo, por exemplo, com a glamourização da barbárie, com a construção da emoção a partir da banalização da vida. Eu já coloquei em dúvida se é o noticiário que incita a novela, ou se é a novela que incita o noticiário.

            É aí que se ressalta a importância de uma emissora de televisão como a Rede Vida. Ainda que no passo do que há mais sofisticado na tecnologia de ponta, ela procura reabilitar o círculo familiar. O círculo familiar de discussão de temas que têm a ver com a nossa formação humana. Com a valorização da vida. A Rede Vida reúne, de novo, a família. Ela tem o dom de potencializar as nossas alegrias e de serenar as nossas dores.

            Ela é um instrumento democrático de inclusão das divisões inferiores, da várzea, da periferia, das minorias. Ela se preocupa com a saúde do enfermo, e não, prioritariamente, com a venda do remédio. Com o bem-estar coletivo, e não com o lucro segregador.

            Mais que merecida, portanto, essa homenagem especial que prestamos à Rede Vida.

            A televisão como família. A televisão como escola. A televisão como fé. A televisão como igreja. A televisão como vida.

            Tomara que a Rede Vida incomode cada vez mais quem se preocupa com os índices de audiência para vender espaços publicitários. (Palmas.)

            Eu tenho certeza de que a Rede Vida jamais se converterá aos apelos da religião do consumismo. Nem transformará essa mesma religião em um comércio de indulgências.

            Eu acho que seria a mais completa redundância pedir a Deus longa vida à Rede Vida. Não apenas pelo nome que identifica a emissora. Mas, porque seria algo assim como um pedido a quem foi o seu próprio inspirador. Então, que Deus continue a inspirar a Rede Vida.

            Para todos nós, uma verdadeira família. Para todas as famílias, uma verdadeira escola. Para todas as escolas, uma verdadeira igreja.

            Muito obrigado.

 

            O SR. PRESIDENTE (José Sarney. Bloco/PMDB - AP) - Com a palavra o nobre Senador Geovani Borges.

            O SR. GEOVANI BORGES (Bloco/PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador José Sarney; Srªs e Srs. Senadores; meu querido Colega da Bancada do Amapá, signatário desta sessão, Senador Randolfe Rodrigues; Fundador e Presidente da Rede Vida de Televisão, que tive o prazer de cumprimentar na antessala de reunião do Presidente desta Casa, Sr. João Monteiro de Barros Filho; representando o Ministro da Defesa Nelson Jobim, o Arcebispo Militar do Brasil, Reverendíssimo Senhor Dom Osvino José Both; Presidente do Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã - Inbrac, Sr. Marcelo Aparecido Coutinho da Silva; membros do Conselho Superior do Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã - Inbrac, Reverendíssimo Sr. Dom Paulo Mendes Peixoto, Reverenda Irmã Maria Celeste, Senhora Antônia Acarino; Diretor-Geral da Rede Vida de Televisão, Sr. João Monteiro de Barros Neto; senhoras e senhores; funcionários da Rede Vida de Televisão, eu não poderia deixar de fazer aqui o meu registro de carinho e de reconhecimento nesta sessão que homenageia os 16 anos de criação da Rede Vida de Televisão, completados, na verdade, ontem, dia 20 de junho.

            Talvez alguns imaginem tratar-se meramente de uma saudação que se dirige apenas às famílias católicas, mas não é verdade.

            A mensagem católica é a bandeira que a emissora empunha, mas num mundo de tantos desacertos, de tantas angústias, de tantas desesperanças, sua mensagem religiosa se estende fraternalmente na sua destinação de paz e segue soberana para alcançar todos os corações, todos os credos, todos os matizes da fé.

            E nesse sentido se orienta esta sessão especial.

            Desde sua fundação, em maio de 1995, a Rede Vida está no ar, com seu sinal captado por todo o Brasil via satélite, além de ser transmitido por meio de suas afiliadas e das 445 retransmissoras localizadas nos Estados.

            Mas, talvez, mais importante do que relatar aqui a estrutura técnica e a excelência operacional dessa emissora de TV, seja mesmo ressaltar a extraordinária missão que ela tem, levando o Evangelho, mensagens de otimismo, força e perseverança que, não raro, chegam em momentos de profundo desespero, de desalento, na solidão de cada coração, de cada alma.

            Como se fosse uma ponte, a Rede Vida aproxima as distâncias e segue pelos grotões do País, na proposta de uma vida melhor para todos. Quantas pessoas, no desespero diante de uma doença, de uma enfermidade, de um desarranjo familiar, não recorrem às mensagens da Rede Vida para fortalecerem sua alma?

            Com sua tradicional Missa de Aparecida; o Angelus de domingo, realizado na Praça de São Pedro pelo Papa Bento XVI; novenas como a do Divino Pai Eterno e o Terço Bizantino, com o Padre Marcelo Rossi, a Missa do Santuário da Vida, entre outras iniciativas sedimentadoras da paz, segue a Rede Vida a sua missão!

            À programação religiosa, vinculam-se ainda entrevistas, programas jornalísticos nas áreas de cultura, informação e esporte, programas de entretenimento e infantis - está aqui a nossa Danny Pink, que nos brinda com a sua presença. (Palmas.) Hora de Brincar - uma apresentadora que invade os nossos lares, contribuindo na formação das nossas crianças, participando de forma encantadora para a formação moral e para a educação do povo brasileiro.

            Sr. Presidente, nunca foi tão importante essa missão. O mundo, de fato, evoluiu das sociedades bárbaras aos dias de hoje, quando o coração humano já não tolera a covardia, a insanidade dos julgamentos, a brutalidade das ações.

            Mas, lamentavelmente, embora não sejam aceitos pela sociedade, os comportamentos cruéis ainda persistem, desafiando a nossa paz interior e aprisionando os homens, mulheres, jovens e crianças num emaranhado de medo e insegurança.

            Tememos pela vida de nossos filhos, tememos por nossa própria integridade. Vemos todos os dias atitudes que atentam contra a honradez da família, do laço social.

            E a família, senhores, é a fibra mais nobre dessa composição. A família é a célula mater da sociedade. É o primeiro grupo social do qual participamos e no qual recebemos não somente herança genética ou material, mas principalmente moral. Dela depende a formação de nosso caráter e de nossa personalidade. Daí a importância da orientação religiosa na formação da pessoa como um todo, porque estabelece limites, regras, tolerâncias, condutas.

            E aqui mesmo, ao saudar essa célula da pregação católica - com muita honra, sou católico -, vamos além e destacamos os benefícios do ensino protestante, judaico, islâmico; todos são bem-vindos, se trazem na sua essência o bem-estar do indivíduo, a dignidade e a compaixão.

            E podemos sustentar essa tese em pilares, como, por exemplo: a) a espiritualidade, que nos livra dos excessos comportamentais de um mundo globalizado e excessivamente materialista; b) a moralidade, pois nossas crianças hoje são precocemente expostas aos apelos da sensualidade muito antes sequer de compreenderem a funcionalidade orgânica de seu corpo; c) a fraternidade, elemento vital para o exercício do mais sagrado dos mandamentos - amar o próximo, vendo todos como filhos de Deus, merecedores de um lugar ao sol; d) a solidariedade, que é, na verdade, princípio básico religioso, voltado para o atendimento aos mais necessitados.

            E assim vamos percorrendo outros valores alcançáveis através do ensino religioso, como a intelectualidade, o gosto pela música, a sociabilidade, a fé!

            Está lá nas escrituras, nos provérbios: “Instrui o menino no caminho que ele deve andar, que até quando envelhecer não se desviará dele”.

            É realmente com muito entusiasmo que eu somo a minha homenagem à Rede Vida no seu aniversário de 16 anos.

            Abro aqui um parêntesis para fazer justiça e registrar o nosso reconhecimento pelo apoio à Rede Vida e ao grande responsável pela redemocratização do nosso País: Senador José Sarney, Presidente desta Casa, Senador pelo meu querido Estado do Amapá.

            São 16 anos de alegria. São 16 anos de esforço contínuo, Sr. Presidente, para levar a boa notícia, evangelização e os ensinamentos do Nosso Senhor a todos os lares brasileiros, consolidando-se como o canal da família.

            Curiosamente, hoje, 21 de junho, data em que estamos prestando esta homenagem, é Dia de São Luís Gonzaga, santo italiano, nascido em 1568, e patrono da juventude, Senador Randolfe, Senadora Vanessa.

            São para eles, os nossos jovens, que clamamos as maiores bênçãos. Que continuem sendo beneficiados com uma programação de altíssimo valor humano, cultural, científico, como as que são produzidas pela Rede Vida. Que bebam nessa fonte de reconhecimento e ternura e possam, assim, reproduzir no meio social um comportamento mais comprometido com a paz, com as virtudes e com o progresso.

            Parabéns à Rede Vida, às famílias cristãs desse nosso Brasil e a todos aqueles profissionais e colaboradores que, todos os dias, anonimamente, ajudam a escrever essa história de 16 anos de sucesso.

            Parabéns! Muito obrigado pelo fato de a Rede Vida existir! (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/06/2011 - Página 24839