Discurso durante a 105ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Explicações sobre matéria publicada pelo jornal A Crítica.

Autor
Demóstenes Torres (DEM - Democratas/GO)
Nome completo: Demóstenes Lazaro Xavier Torres
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
  • Explicações sobre matéria publicada pelo jornal A Crítica.
Publicação
Publicação no DSF de 22/06/2011 - Página 24921
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, DECLARAÇÃO, ORADOR, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, A CRITICA, ESTADO DO AMAZONAS (AM), NEGAÇÃO, DESRESPEITO, GRUPO PARLAMENTAR, REGIÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. DEMÓSTENES TORRES (Bloco/DEM - GO. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srª Senadora e Srs. Senadores, até porque o Parlamento é lugar de falar. Não é verdade? Acho que, mesmo se não estivesse no Regimento, eu teria o direito de falar.

            Fui ao Estado do Amazonas, convidado pelo Movimento Nação Mestiça, para falar justamente sobre a necessidade de cotas sociais, cotas para pobres e não cotas para raças, para etnias. Todo pobre ter a possibilidade de ingressar na faculdade em razão da sua condição econômica e não em razão da cor da sua pele.

            A Senadora Vanezza Grazziotin me conhece pouco. O Senador João Pedro me conhece mais. Quando tenho de apontar o dedo, eu não uso a bancada. Eu não falo isso, eu não falo aquilo. Aqui há vários Senadores que tive a oportunidade de enfrentar e que me respeitam porque eu o fiz de frente. Não ajo de maneira dissimulada, não.

            Não fui lá para falar contra quem quer que seja. Não o fiz. Não falei de fulano, não agredi e não mencionei. Aliás, mencionei o nome de um único Senador do Estado do Amazonas lá, foi o ex- governador, hoje nosso colega, Eduardo Braga, quando, num artigo, disseram que há, hoje, racismo ambiental em que os negros são colocados justamente nos lugares onde tem esgoto, isso e aquilo outro. Eu dizia que não era meu adversário político, mas estive lá quando da morte do Senador Jefferson Peres, estava lá também o Senador Eduardo Suplicy, e o então Governador nos mostrou a obra que estava fazendo em favor dos pobres independentemente da cor. Então, o único Senador que mencionei foi para elogiar.

            Segundo, perguntado - está gravado em vários canais de televisão, dei entrevistas para rádio ao vivo - e indagado o seguinte: “Se os Senadores - e não a bancada, não sei como votaram os Parlamentares, os Deputados Federais -se os Senadores do Amazonas tinham votado contra os interesses do Estado do Amazonas nessa PEC referente à PEC anterior que nós votamos aqui, se tinham votado...” Falei: “Não votaram contra, mas se abstiveram”. Na prática, votaram contra os interesses do Estado do Amazonas repito aqui. É só pegar o § 7º. O art. 15 que introduz o § 7º, que diz o seguinte:

Aplicam-se aos bens desenvolvidos no país, que sejam incluídos na categoria de bens de informática e automação por essa lei, conforme regulamento os seguintes percentuais:

redução de 100% do imposto tal...

            Ou seja, estendeu-se para o Brasil, nesse item, o que só era da Zona Franca de Manaus. E, aliás, eu ainda disse: “Na ocasião, o Senador Mário Couto usou da palavra e disse: ‘Que saudade do Senador Arthur Virgílio’”. Disse ou não disse, Senador Mário Couto?

            Eu disse aqui, eu disse o seguinte: “Então, não é que votaram contra. Deixaram de votar, se abstiveram”. Pode pegar aí... Eu não tinha nada com isso. Agora me perguntaram, eu vou falar o quê? Eu vou ficar calado?

            E eu disse o seguinte: “Ora, são as amarras! Que amarras? Amarras políticas”. Ou eu estou dizendo que os senhores são... Ou não? Os senhores não votaram contra o Governo. Ou seja, de certa forma, não chancelaram o interesse do Estado de V. Exªs. Por que razão? Por conta do Palácio. Infelizmente tem muitos Parlamentares que são manietados pelo Palácio. Fazem o que o Palácio quer. Agora, o culpado sou eu?

            Eu fui lá, perguntaram e eu respondi. Não faltei com a cortesia, não faltei com o respeito e não o faço. Nenhum Senador aqui... Perguntem ao Senador Renan Calheiros se alguma vez eu faltei com o respeito a ele, mesmo nos embates mais duros. Perguntem ao Senador José Sarney. Perguntem à Senadora Serys Slhessarenko. Naquela ocasião, votei pela absolvição dela. Hoje, está aí provado nos jornais que ela era inocente. Eu tinha convicção que havia alguma coisa por trás. Isso é um sentimento, é um feeling que tem quem milita na justiça o tempo inteiro. Eu sabia que tinha alguma coisa contra a Senadora Serys. E está provado hoje que teve alguma coisa contra a Senadora Serys.

            Está aí o Senador Magno Malta que foi investigado por mim. Até o último minuto, dei trabalho para o Senador, quebrei todos os sigilos dele e votei pela absolvição dele.

            Agora, espera lá... Senador Mozarildo.. eu não fui jamais, ainda mais de graça, levianamente, vou brigar com a Senadora Vanessa Grazziotin por quê? Vou brigar com o Senador João Pedro por quê? Qual é a razão? Eu vou chegar lá e falar mal deles. Qual é a razão disso? A única oportunidade que tive foi para falar bem de um Senador, que eu conheci e que fez uma obra que, na minha opinião, era importante.

            Agora, perguntado eu não posso falar: Olha, eu não estava lá, eu não vi. Os senhores não votaram. Eu vou dizer o quê? Os senhores não votaram em favor do Estado do Amazonas. Não votaram contra, mas não votaram a favor. Obedeceram ao Palácio.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Concluindo Senador Demóstenes Torres.

            O SR. DEMÓSTENES TORRES (Bloco/DEM - GO) - Então é isso. Foi exatamente isso que aconteceu. Não faltei com respeito, não fui leviano, não critiquei o Estado do Amazonas. Pelo contrário, ainda lembrei que o Estado Amazonas, no fim do século XIX, no ciclo da borracha, mantinha o Brasil.

            Então eu não vou considerar essa questão, sei que V. Exªs ficaram magoados. Eu não esperava que o jornal fosse colocar isso na primeira página. Para quê? Uma bobagem! Agora, fui perguntado e respondi. Os senhores, realmente deixaram; poderiam ter feito uma menção expressa contra este art. 5º, que introduziu o § 7º, que estendeu o benefício para o resto do País nesse item. Ponto final. Não houve desrespeito, não vou ligar para jornal coisa nenhuma, eu disse mesmo.

            E o meu objetivo lá era outro, fui receber uma comenda do Nação Mestiça, por dizer que o Brasil não é feito só de brancos e negros, que os caboclos amazônicos também existem. Então é isso.

            Agradeço. Muito obrigado. Não desrespeitei, não faltei com o decoro, não ataquei nenhum colega, não disse nada de ninguém e quando mencionei o nome do Senador do Amazonas foi para elogiar.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/06/2011 - Página 24921