Discurso durante a 107ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração ao Dia do Orgulho Autista: "O Brasil precisa conhecer o Autismo".

Autor
Wilson Santiago (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: José Wilson Santiago
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DIREITOS HUMANOS. HOMENAGEM.:
  • Comemoração ao Dia do Orgulho Autista: "O Brasil precisa conhecer o Autismo".
Publicação
Publicação no DSF de 28/06/2011 - Página 25441
Assunto
Outros > DIREITOS HUMANOS. HOMENAGEM.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, AUTORIDADE, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, COMEMORAÇÃO, DIA, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, COMENTARIO, IMPORTANCIA, CAMPANHA NACIONAL, OBJETIVO, INCLUSÃO SOCIAL, PROMOÇÃO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, PESSOA DEFICIENTE.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. WILSON SANTIAGO (Bloco/PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Paulo Paim, Srª Presidente da Associação Brasileira do Austimo, Marisa Furia Silva, Srª Presidente da Associação em Defesa do Autista, Berenice Piana de Piana; Srª Presidente do Movimento de Orgulho Autista, Adriana Alves, Sr. Presidente da Associação de Amigos do Autista, Horácio de Oliveira Campos Leitão, demais admiradores e integrantes do movimento, profissionais da imprensa, demais visitantes, senhoras e senhores, é com muita alegria que tomo parte desta sessão que integra o conjunto de comemorações do Dia do Orgulho Autista aqui, na capital federal, em boa hora proposta por V. Exª, que tem sido, de fato, um grande defensor das minorias, Senador Paulo Paim.

            Nesses sete anos em que o Dia do Orgulho Autista vem sendo comemorado, vai crescendo, pouco a pouco, o nível de conscientização do povo brasileiro a respeito desse incurável transtorno do desenvolvimento de que todos nós temos conhecimento. Transtorno que acomete, segundo estudos, um a cada mil nascidos em todo o mundo e cujas causas permanecem desconhecidas pela ciência médica.

            É preciso, contudo, intensificar as medidas que visam a informar a população sobre o que é o autismo, que tipo de cuidados essa condição requer e o que a cada um de nós cabe fazer a fim de promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas com autismo e de suas famílias. A informação é a principal aliada dos autistas na busca por dignidade, respeito e aceitação.

            O slogan da campanha deste ano é “O Brasil precisa conhecer o autismo”. A campanha é um apelo eloquente ao qual não podemos nos furtar. De fato, conhecer esse transtorno é o primeiro passo para que o autista possa levar uma vida feliz e produtiva.

            Todos aqueles que desejam ter filhos devem conhecer os principais sintomas do autismo, que se manifesta nos primeiros três anos de vida da criança, seja pela dificuldade de se relacionar com outras crianças, seja por acessos de raiva desmotivados, gestos repetitivos, preferência pela solidão, resistência ao contato visual, entre outros indícios.

            Os médicos, principalmente os pediatras, também devem conhecer os sintomas do autismo, pois é a eles que os pais recorrem ao detectar os sinais que acabamos de listar. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de uma melhora efetiva, especialmente nos graus mais severos da síndrome. No Brasil, infelizmente, o diagnóstico só é feito, em média, quando a criança já está com cinco anos de idade. Isto significa dois anos de tratamento perdidos, e numa idade em que a terapia seria fundamental.

            O Estado precisa conhecer o autismo, especialmente os órgãos vinculados à saúde e à educação. O transtorno autista exige abordagem multidisciplinar, com o envolvimento de diversos profissionais, como fonoaudiólogos, psiquiatras, pediatras, neurologistas, pedagogos e terapeutas ocupacionais. Nas escolas, é necessário que os educadores estejam preparados para receber as crianças autistas e integrá-las às outras crianças que não sofrem do transtorno. Tudo isso exige um preparo e uma estrutura que ainda não estão presentes na esmagadora maioria dos nossos hospitais e das nossas escolas, sejam públicos ou privados.

            A principal luta, portanto, das entidades que defendem os direitos dos autistas é a luta por conhecimento, por informação. O autismo não tem cura, suas causas são misteriosas, mas é certo que a difusão do que já conhecemos sobre o transtorno pode proporcionar melhoras significativas na vida dessas pessoas.

            Todos os eventos realizados em comemoração ao Dia do Orgulho Autista, portanto, são passos importantíssimos nessa luta por mais conhecimento sobre o autismo.

            Fico feliz pelo fato de o Senado Federal, especialmente na pessoa do Senador Paulo Paim, incorporar-se a esse movimento, especialmente agora, quando acabamos de aprovar o Projeto de Lei nº 168, de 2011, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos do Autista. Esse projeto assegura aos portadores do autismo uma série de direitos que mudarão suas vidas para melhor. (Palmas.)

            Parabéns, mais uma vez, ao Senador Paulo Paim, idealizador do PLS nº 168, de 2011, e também proponente desta belíssima sessão especial. V. Exª, Senador Paim, cada vez mais, é referência no que se refere à defesa dos direitos das minorias neste País.

            Felicidades a todos os autistas, às suas famílias - muitas estão aqui presentes e outras tantas, assistindo-nos - e às entidades que defendem a causa autista. Saibam que o Senado - todos nós - está com vocês em sua luta por uma vida mais feliz e por uma sociedade mais consciente a respeito do autismo.

            Agradeço, Senador Paim, por mais esta oportunidade e ratifico, nesta tribuna, como já o fiz várias vezes, a importância de V. Exª não só para os autistas, mas para os movimentos e os direitos da minoria deste País. V. Exª sempre, com dignidade, tem procurado fazer o melhor em defesa daqueles que tanto precisam do Congresso Nacional, dos seus integrantes e também dos governos que passam, que passaram e também dos futuros que virão, que, com certeza, serão em defesa das minorias deste País.

            Parabéns a V. Exª, parabéns a todos que aqui se encontram, especialmente os que comandam e defendem o movimento, que, tenho certeza, são pessoas como essas que nos dão, cada vez mais, a obrigação de defendê-los e também de procurar os caminhos que amenizem e que deem dignidade a essas pessoas, no que se refere aos seus direitos constitucionalmente assegurados.

            Parabéns a todos. Vamos em frente, que Deus nos ilumine e faça com que o futuro seja promissor para todos nós. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/06/2011 - Página 25441