O SR. GIM ARGELLO (PTB - DF - Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, como primeiro assunto quero fazer uma homenagem pelo 18º aniversário de São Sebastião. Neste sábado, 25, uma das mais novas cidades do Distrito Federal estará em festa pelo transcurso do seu décimo oitavo aniversário. Aliás, as festividades já se iniciaram no sábado passado, com o lançamento do Projeto Rede Mulher e com ações sociais na área rural, e têm se estendido por toda a semana para encerrar com uma grande apresentação de bandas de rock, no sábado e uma tarde de samba, no domingo.

            Estou falando da querida cidade de São Sebastião, uma das que maior crescimento vêm apresentando em todo o Distrito Federal, ao lado Santa Maria, Recanto das Emas e Riacho Fundo.

            Aqueles que não conhecem São Sebastião, ou que a conheceram nos tempos em que era carinhosamente chamada de “Agrovila”, certamente vão se surpreender com a fisionomia do setor central e dos seus bairros mais conhecidos: Morro Azul, Morro da Cruz, Bela Vista, São Bartolomeu, Vila Nova, São Francisco, São José, Bonsucesso, Bosque, João Cândido e Itaipu, entre outros. Alguns deles, como esses últimos, se confundem com tradicionais setores de chácaras, com áreas de vegetação bem preservadas.

            A história de São Sebastião remonta ao ano de 1957, quando diversas olarias ali se instalaram em terras que seriam arrendadas à Fundação Zoobotânica do Distrito Federal, buscando atender à demanda da construção civil. Essa é a história documentada, pois os moradores mais antigos referem a antigas fazendas remanescentes dos tempos da escravidão.

            A ocupação do lugarejo se deu de forma desordenada. Enquanto perdurava o descuido do poder público, milhares de pessoas, gradativamente, se estabeleciam no local, atraídas pela beleza da região, por suas matas e nascentes, além de uma localização privilegiada. O nome dado à agrovila, conta a história, homenageava um dos primeiros comerciantes a se instalar na cidade, nas terras desapropriadas da Fazenda Taboquinha. Esse pioneiro, de nome Sebastião, e também conhecido como “Tião Areia”, tirava areia do Rio São Bartolomeu para vender às construtoras da Novacap, a companhia responsável pela urbanização de Brasília.

            O crescimento de São Sebastião foi tão desordenado quanto vertiginoso. Em 1991, a chamada “agrovila” tinha cerca de 17 mil habitantes. Em 1993, tornou-se a Região Administrativa XIV, com a aprovação da Lei nº 167, de 25 de junho daquele ano. Essa data, portanto, passou a ser festejada como o dia da criação da Cidade de São Sebastião. Cinco anos após sua criação, São Sebastião já tinha 44 mil habitantes, e hoje ultrapassa os 100 mil. Sua população é eminentemente jovem, com 42 mil habitantes na faixa etária até 20 anos e apenas 3% de moradores com mais de 60 anos.

            Hoje, São Sebastião tem um comércio diversificado e muitas opções de lazer, inclusive para o agroturismo. Entre outros atrativos, no seu território ou nas proximidades, podemos citar a Cachoeira do Tororó, na DF-140, o Agroturismo Buriti Alegre, o Centro de Treinamento Equestre Avalon, o Parque Ecológico São Sebastião e numerosos empreendimentos de lazer, como o Recanto Verde, a Fazenda Taboquinha ou o Solar da Águia.

            O crescimento da cidade, naturalmente reivindica investimentos na infraestrutura, como ocorre agora, com a construção da área habitacional Jardins Mangueiral, que deverá abrigar 30 mil novos moradores. Para comportar esse crescimento, os dirigentes da cidade, comandados pela administradora Janine Rodrigues Barbosa, têm promovido campanhas de limpeza pela cidade e também de conscientização dos moradores para preservar a qualidade de vida. Nesses projetos, enquadra-se, por exemplo, o projeto-piloto da CAESB “Esgoto limpo, vida saudável”.

            No transcurso do décimo oitavo aniversário de São Sebastião, quero registrar os meus parabéns a sua população, fazendo votos para que o crescimento da cidade seja permanentemente acompanhado de geração de emprego e de renda. Estimo também que esse crescimento seja acompanhado da oferta de bons serviços públicos na infraestrutura, na saúde, na segurança e na educação - enfim de todos os serviços necessários à preservação e à melhoria da qualidade de vida.

            Como segundo assunto, Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, venho à tribuna para parabenizar a cidade de Brazlândia, no Distrito Federal, pelos seus setenta e oito anos de existência, completados no último dia 5 de junho.

            A oportunidade é ótima para nos recordamos de que o Distrito Federal é muito mais do que o Plano Piloto. Somos todos muito gratos à obra de Juscelino e ao traço genial de Lúcio Costa. No entanto, não podemos deixar de atentarmos para o fato de que a maioria da população na nossa unidade da federação vive hoje fora da área projetada pelo genial arquiteto carioca.

            Além disso, é preciso também lembrar um fato importantíssimo. A nossa história não se inicia quando Juscelino resolve cumprir o disposto na Constituição de 1946 e levantar a capital da república no Planalto Central. Essas terras já eram ocupadas secularmente, mesmo que fosse escassa a população.

            Postas tais observações, Brazlândia tem uma história muito rica, que é anterior a Brasília. No início do século XX, famílias goianas e mineiras vieram para a região e se instalaram, conseguindo que em 1932 o povoado já existente fosse elevado à condição de distrito e, no ano seguinte, transformado em subdistrito de Santa Luzia, antigo nome da cidade de Luziânia.

            Décadas mais tarde, com a construção de Brasília, Brazlândia adquire novas feições, tornando-se o autêntico celeiro agrícola do Distrito Federal, quando famílias japonesas se dirigem para lá incentivadas por JK. Brazlândia, hoje, é um dos cinturões agrícolas locais, sendo conhecida pela produção de morango, leite, hortaliças e grãos. Além disso, mais de 60% da água consumida no Distrito Federal vem de lá, onde está localizada a barragem do Descoberto.

            Ademais, Brazlândia é conhecida também pelas suas comemorações locais. As festas agrícolas mais importantes são a do morango e a do leite e as religiosas são a do Divino e a Via Sacra.

            Outro ponto importante do perfil local é que, em razão das muitas cachoeiras e fazendas, é polo de turismo rural e de aventuras. Em Brazlândia está, por exemplo, o Poço Azul, a cachoeira mais conhecida e visitada do Distrito Federal, sendo reconhecida como monumento natural, com corredeiras e poços muito propícios ao banho.

            Brazlândia, enfim, é terra tranquila, pacata, cercada pelo verde, em que é possível criar os filhos e ter qualidade de vida. Parabéns Brazlândia por mais esse aniversário e estamos à disposição para colaborar no que for necessário para o desenvolvimento local.

            Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.

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