Pronunciamento de Geovani Borges em 04/07/2011
Discurso durante a 113ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Voto de pesar, minuto de silêncio e levantamento da Sessão pelo falecimento do Senador Itamar Franco.
- Autor
- Geovani Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
- Nome completo: Geovani Pinheiro Borges
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Voto de pesar, minuto de silêncio e levantamento da Sessão pelo falecimento do Senador Itamar Franco.
- Publicação
- Publicação no DSF de 05/07/2011 - Página 26847
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, ITAMAR FRANCO, SENADOR, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. GEOVANI BORGES (Bloco/PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Wilson Santiago, Srªs e Srs. Senadores, os oradores que me antecederam falaram a respeito de Itamar Franco, Senador com quem tive a honra e o privilégio de conviver nesta Casa por pouco tempo. Chamava-me muito a atenção a jovialidade dele, a forma como impunha o seu pensamento nesta Casa, o respeito ao Regimento Interno, a valorização desta Instituição, a independência do Senado. E isso aí mostrava o caráter, a personalidade, a serenidade deste grande estadista, ex-Presidente da República, Senador por várias vezes nesta Casa.
Permita-me, Sr. Presidente, rapidamente, tecer aqui a biografia de Itamar Augusto Cautiero Franco.
O nosso Senador Itamar Franco foi um dos protagonistas da história brasileira nos últimos 50 anos; presidiu o Brasil de 1992 a 1994, quando sucedeu Fernando Collor de Mello. E Itamar Franco morreu um dia depois do 17º aniversário do Plano Real, que foi lançado no governo dele e que promoveu a estabilidade econômica do País. Foi Prefeito, Senador da República, Presidente da República, Vice-Presidente. E Itamar Franco nos chamou atenção quando leu o juramento em nome dos 54 Senadores que estavam tomando posse nesta legislatura, aqui nesta Casa.
Chamou-me atenção aqui em sua biografia o quanto ele tinha uma visão de estadista, grande estadista. Itamar Franco, assim que tomou posse no Governo do Estado de Minas Gerais, decretou a moratória daquele Estado. Entre outros aspectos, o Governador alegava a necessidade de se empreender uma auditoria na dívida estadual, que, entre outros pontos, era atrelada a uma taxa de juros de 7,5% ao ano, enquanto o Estado de São Paulo negociava as suas dívidas a uma taxa de 6%.
Tentou, com um conjunto de ações na área financeira, reverter uma situação herdada do governo anterior, na qual “as despesas apresentavam crescimento mais acelerado que as receitas tributárias e encontravam-se concentradas em funções de baixa capacidade distributiva, comprometendo a promoção de um processo de desenvolvimento socialmente justo”.
Moratória. Essa atitude polêmica do nosso Itamar Franco levou-o a ser acusado pelo Presidente do Banco Central à época, Armínio Fraga, de agir contra a estabilidade de regras necessárias à atração de investimentos estrangeiros.
Em que pese essa ação...
(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)
O SR. GEOVANI BORGES (Bloco/PMDB - AP) - Já vou concluir, Sr. Presidente.
Em que pese essa ação inicial, foi em seu governo que a dívida mineira foi equacionada e começou a ser quitada - mas, para isso, ele teve que declarar a moratória, Senador Pedro Taques -, conforme esclarece Fabrício Augusto de Oliveira.
Como meu tempo está curto, quero dizer, concluindo meu pronunciamento, o seguinte: Itamar Franco, tive a honra e o privilégio de conviver com V. Exª nesta Casa. Exemplo de vida, exemplo de dedicação, exemplo de ética e de moral. Resta-nos apenas a saudade.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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