Discurso durante a 115ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de realização hoje pela manhã, no Plenário do Senado Federal, da Sessão Especial em homenagem ao Dia da Independência da Bahia.

Autor
Lídice da Mata (PSB - Partido Socialista Brasileiro/BA)
Nome completo: Lídice da Mata e Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Registro de realização hoje pela manhã, no Plenário do Senado Federal, da Sessão Especial em homenagem ao Dia da Independência da Bahia.
Publicação
Publicação no DSF de 06/07/2011 - Página 27046
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, SESSÃO ESPECIAL, SENADO, HOMENAGEM, DIA, INDEPENDENCIA, ESTADO DA BAHIA (BA), APOIO, PROPOSTA, ALTERAÇÃO, NOME, AEROPORTO, CAPITAL DE ESTADO, COLOCAÇÃO, DATA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco/PSB - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Srª Presidente, Srs. e Srªs. Senadoras, uso a tribuna para registrar, nos Anais da Casa, nesta sessão ordinária, a realização da sessão solene, realizada hoje, em homenagem ao 02 de julho, solicitada pelo conjunto da Bancada dos Senadores da Bahia.

            A data 02 de julho de 1823 marca, Srª Presidente, a consolidação da luta, da guerra pela Independência do Brasil.

            Na Bahia, em 25 de junho de 1822, na minha terra, cidade de Cachoeira, com a decretação da Câmara Municipal da cidade de Cachoeira, iniciou-se o reconhecimento do Príncipe D. Pedro I como Imperador do Brasil. A partir daí, desenvolveu-se a resistência do povo cachoeirano, enfrentando inclusive o ataque armado de uma canhoeira no porto da nossa cidade, as tropas do povo cachoeirano.

            E, de lá, se organizou a resistência, contando com a presença de diversos representantes das cidades de todo o recôncavo baiano. Essa resistência se organizou a partir de Cachoeira quando ali, em 25 de junho, se criou o Estado, o Governo independente do Brasil, que se fortalece com o grito de Dom Pedro I em 7 de setembro e que se desdobra com a continuidade da nossa luta, tomando o recôncavo todo e vindo a derrotar as tropas de Madeira de Mello, já no dia 2 de julho de 1823, quando, com as tropas portuguesas saídas, abandonando a cidade de Salvador, nós consideramos a consolidação da independência do Brasil.

            A partir de lá, as tropas brasileiras em Salvador, que são o início da origem do Exército Nacional e da Marinha correm para o conjunto do Nordeste, onde havia diversos pontos de resistência, ainda, à proclamação da independência do Brasil.

            Esse fato, que é reverenciado pelos baianos desde então, tem quase o desconhecimento do público brasileiro e até mesmo, às vezes, da Câmara dos Deputados e do Senado. No sentido de esclarecer essa situação que nós hoje trouxemos diversas publicações, demonstrando justamente essa luta do povo baiano - publicação do Governo do Estado da Bahia, através da Fundação Pedro Calmon, publicação nossa, do Senado, contando essa guerra epopeica do povo baiano pela independência, a cartilha Guerra da Independência - 2 de julho, que tem a ode ao 2 de julho, de Castro Alves, se iniciando - que demonstram e tentam passar ao conjunto da Casa a importância dessa data para o nosso povo.

            Para a nossa alegria, para nossa honra, foi presidida essa sessão pelo Presidente do Senado, Senador José Sarney, contou com a presença do Governador Jaques Wagner, com a participação de dois Ministros da República, o Ministro Afonso Florence e o Ministro Mário Negromonte, ambos da Bahia, com a participação do Presidente da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro, com o Presidente da OAB, com representantes da Câmara de Salvador, com dois prefeitos do recôncavo, com mais de dez Deputados Federais dos 39 da nossa Bancada, com três secretários de governo, com representantes do empresariado, da sociedade baiana e do Superior Tribunal de Justiça que aqui vieram participar desse momento solene, como eu disse antes, quando o Senado Federal reverenciou os heróis da independência da Bahia.

            Nessa circunstância, Srª Presidente, nós sentimos a necessidade de ressaltar a importância do Governo de Jaques Wagner para o reconhecimento dessa história na nossa terra, transportando, em todo o dia 25 de junho, inspirado num projeto de nossa autoria, o Governo da Bahia à heroica cidade de Cachoeira para, em lá instalando o governo, saudar os heróis da independência do Brasil e anunciar obras e ações do Governo para aquela região do nosso Estado.

            Aqui também se destacou, nessa guerra da independência, a histórica participação dos negros que fugiam da escravidão para participar de uma luta por independência, na expectativa de que esse Estado, que se constituía novo, de que esse País novo que surgia pudesse realizar a abolição da escravidão; a participação dos índios, que desejavam, nesse novo contexto político, também ter direitos políticos assegurados, reconhecimento de seus direitos e liberdade total; e a participação das mulheres, que se incorporaram de forma destacada nessa luta. Temos pelo menos quatro grandes nomes de mulheres que se apresentaram de diversas maneiras: de Sóror Joana Angélica, que resistiu à invasão do Convento da Lapa, determinada pelo Governador Madeira de Mello, representando as tropas e o poderio da Corte Portuguesa e pagou com a vida sua resistência; da extraordinária cachoeirana enfermeira Ana Néri, que também teve intensa participação na Guerra do Paraguai, socorrendo as tropas brasileiras, e que assim procedeu também naquela guerra de liberação; de Maria Felipa, a negra que organizou a resistência das mulheres e da população na ilha de Itaparica; e, finalmente, a heroína maior, Maria Quitéria, que, vestida de homem, incorporou-se à tropa do Batalhão dos Periquitos para combater de armas na mão e conquistar a independência do Brasil.

            Portanto, Srª Presidente e Srs. Senadores, eu não queria e não poderia deixar de ressaltar, neste dia de hoje, essa luta e a importância dessa data para os baianos e para os brasileiros que lutaram por nossa Independência.

            O Hino ao 2 de Julho foi escolhido pela Assembleia Legislativa por decisão do Governador do Estado, constituído como hino oficial da Bahia. Esse hino tem uma bela estrofe, onde se canta, num dos seus versos, que com tiranos não combinam brasileiros corações. Nas manifestações de 1824 até os dias atuais, assim desfilam os baianos, cantando, ecoando esse hino, que é a marca da sociedade que nós gostaríamos de ver em nosso País, cada dia mais fortalecida - sem tiranos, com justiça social, com igualdade racial, com igualdade social.

            E por fim, Srª Presidente, nessa sessão nós refletimos sobre a necessidade de que o Senado Federal e a Câmara dos Deputados possam aprovar o projeto do Deputado Luiz Alberto, que determina que o nome do aeroporto de Salvador volte a ser Aeroporto 2 de Julho. Reconhecendo todas as homenagens necessárias que a Bahia já fez ao Deputado Luís Eduardo Magalhães e sem nenhum revanchismo, mas em função da importância dessa data histórica para a Bahia e para o Brasil, que o nosso aeroporto possa voltar a ser 2 de Julho, como é o desejo de todos os baianos no nosso Estado.

            Muito obrigada, Srª Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/07/2011 - Página 27046