O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, na semana que passou, eu tive a satisfação de integrar uma comitiva interministerial, comandada pela Marinha do Brasil, para uma visita ao Projeto Proantar, o Programa Antártico Brasileiro. Viajamos, fomos ao sul do Brasil conhecer de perto a estação de suporte do programa antártico, na cidade de Rio Grande, e conhecer o projeto da Universidade Federal do Rio Grande que recupera animais marinhos doentes, contaminados pela impureza jogada ao mar, como, por exemplo, os pinguins contaminados pelo excesso de óleo, que são tratados, recuperados, alimentados e devolvidos à Antártica.

            Depois, fomos visitar o continente gelado e conhecer o Programa Antártico Brasileiro, que teve início em 1982, quando o Brasil aderiu ao grupo de países que tinham assento nesse pacto pró-Antártica e desenvolviam pesquisas nesse continente.

            Em 1982, o Brasil adquiriu um navio dinamarquês chamado Thala Dan, depois batizado como Barão de Tefé, que foi levado para a Antártica e passou a ser nossa base, sem ser fixa, mas uma base móvel, onde foi feito um estudo ambiental e geográfico para que pudéssemos instalar a Base Comandante Ferraz, em 1984. De lá para cá, em 1985, brasileiros, pesquisadores e militares já passaram 365 dias do ano na Base Comandante Ferraz, promovendo pesquisas geológicas, pesquisas climáticas, pesquisas destinadas à saúde, à medicina, à biologia marinha. Enfim, várias frentes de pesquisa são desenvolvidas por pesquisadores brasileiros de várias universidades brasileiras na Base Comandante Ferraz.

            Na viagem que fizemos, estavam presentes pesquisadores, engenheiros, militares. No nono voo de apoio à Operantar, que estava sob o comando do Capitão de Mar e Guerra Flávio Luiz Giacomazzi e do seu ajudante de coordenação, o Capitão de Corveta José Adalberto de Paula.

            Quero registrar a maneira solícita com que fomos recebidos em solo chileno pelo adido naval e de defesa do Brasil no Chile, o Capitão de Mar e Guerra Gilberto Lourenço. Registro também a participação da Petrobras, essa empresa genuinamente nacional, que apoia esse projeto de pesquisa na Antártica, que apoia a estação de recuperação de animais marinhos doentes na cidade de Rio Grande.

            Sem sombra de dúvida, o Brasil desempenha um papel relevante junto à comunidade de países que desenvolvem pesquisas na Antártica. É um trabalho que todos nós deveríamos conhecer. É um trabalho que orgulha o Brasil. É um trabalho que realça a presença do Brasil na Antártica e que traz, sem sombra de dúvida, grandes avanços do ponto de vista científico, não só nas pesquisas da biologia marinha, mas também nas pesquisas geológicas, nas pesquisas climáticas, em que podem se antecipar alterações climáticas que venham a se abater na agricultura do Brasil, em que se fazem pesquisas nos buracos da camada de ozônio, que são bastante evidenciados nos pólos, e o Brasil desenvolve essa pesquisa também.

            Portanto, os pesquisadores brasileiros que estão lá, na Comandante Ferraz, desenvolvem um papel importantíssimo, que merece realce nesta Casa.

            Quero mais uma vez ressaltar a importância da Marinha do Brasil, da Força Aérea Brasileira, que faz esse transporte, e da Petrobras, que apoia em todos os momentos as pesquisas desenvolvidas na Antártica e o Projeto Antártica brasileiro.

            Era só, Srª Presidente.