Discurso durante a 120ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reverência à memória do Senador Itamar Franco, transmitindo aos seus familiares votos de pesar pelo seu falecimento.

Autor
Eduardo Braga (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AM)
Nome completo: Carlos Eduardo de Souza Braga
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Reverência à memória do Senador Itamar Franco, transmitindo aos seus familiares votos de pesar pelo seu falecimento.
Publicação
Publicação no DSF de 13/07/2011 - Página 29072
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ITAMAR FRANCO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, VOTO DE PESAR, FAMILIA.

            O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco/PMDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no momento em que o Brasil, sem distinção partidária ou ideológica, reverencia a memória do senador Itamar Franco, desejo unir-me aos sentimentos de perda que une toda a Nação e transmitir aos seus familiares, em meu nome e de minha família, os mais sinceros votos de pesar pelo seu falecimento.

            Nos seus 58 anos de vida pública, iniciada em 1954, quando concorreu à Câmara dos Vereadores de Juiz de Fora, Itamar Franco soube dignificar a atividade política, sendo um intransigente defensor da moralidade pública.

            Nas várias oportunidades em que exerceu cargos executivos, quer em 1992 como Presidente, ou em 1998 como Governador de Minas Gerais, Itamar pautou sua atuação pelos mais rígidos princípios da ética, da correção e da intransigente defesa da correta aplicação dos recursos dos contribuintes.

            Não contemporizou com a corrupção e a incompetência, teve a coragem de abdicar de relações de amizade consolidadas pelo tempo, quando foi necessário agir em defesa dos princípios éticos na condução da coisa pública.

            Em sua longa história de político protagonizou dois momentos cruciais para o Brasil: em dois de outubro de 1992, quando assumiu o cargo de Presidente da República em meio a uma crise política que envolveu a renúncia do Presidente Collor, e logo em seguinte, venceu o maior desafio que a economia brasileira enfrentou no último meio século, debelando com o Plano Real um processo hiperinflacionário que ameaçava dizimar a Nação.

            A despeito da singularidade de sua forma de ser e de agir, foi com energia e serenidade que conduziu o País no caminho da recuperação, forjando os fundamentos que ainda hoje são basilares para a retomada do crescimento econômico e social que estamos vivenciando nos últimos anos.

            Manteve com esta Casa, durante dois mandatos consecutivos, em 1974 e 1982, relações especiais de muito trabalho e dedicação ao Parlamento e à causa pública, palmilhando sua atuação pela defesa intransigente dos princípios da moralidade administrativa e política e pela dedicação especial a Juiz de Fora e a Minas Gerais, sua terra de adoção.

            Quiseram os desígnios divinos que ele nos deixasse no alvorecer do seu terceiro mandato de senador, para o qual foi reconduzido pelo voto de mais de cinco milhões de mineiros.

            Durante seus poucos meses de convivência conosco, neste plenário, Itamar Franco demonstrou todo o seu apego à verdade, à legalidade e todo o seu fervor na defesa dos postulados democráticos.

            Apontado pela mídia como a principal figura da oposição no Senado, Itamar apenas expressava uma coerência que o acompanhou durante toda a sua longa e frutífera vida pública, de combater de frente o que considerava errado e defender o que sempre defendeu no exercício de qualquer função a ele destinada pelo povo brasileiro e pelo povo mineiro.

            Acredito Sr. Presidente, que a maior herança deixada por Itamar Franco foi justamente a seriedade na condução da coisa pública e a intransigente defesa dos postulados da ética no exercício da atividade política.

            Herança maior não poderia ser deixada, sobretudo para as gerações que almejam ingressar na política, mas dela fogem justamente pelos maus exemplos exibidos pelos maus políticos que infelizmente ainda existem e atuam em nosso País.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/07/2011 - Página 29072