O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Confederação Nacional do Comércio, por meio de seu Conselho de Turismo, vem realizando debates importantíssimos sobre a situação da infraestrutura brasileira necessária para sediar megaeventos.

            É importante esclarecer que é considerado megaevento todo grande evento internacional, e o Brasil sediará uma série deles nos próximos anos. Ainda em 2011, entre 16 e 24 de julho, será realizada a quinta edição dos Jogos Mundiais Militares; em 2012, a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável); em 2013, a Copa das Confederações; em 2014, a Copa do Mundo; em 2015, o Rio de Janeiro completará 450 anos de existência; e, em 2016, o País receberá atletas de todas as modalidades para as Olimpíadas do Rio de Janeiro.

            Com essa sequência de megaeventos previstos, certamente uma das preocupações é a da situação dos aeroportos brasileiros, principal porta de entrada para os visitantes internacionais. Daí, uma das rodadas de debate realizadas pela CNC ter se baseado no tema “O Cenário dos Aeroportos”. Participaram desse evento o Diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Infraero, Jaime Parreira; o Presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), Márcio Mollo; e o Diretor do CNC, Ronaldo Jenkins.

            Jaime Parreira manifestou a expectativa de que, com os preços atuais, em 2014 poderemos receber 45 milhões de passageiros, mas esse número pode atingir 71 milhões, em estimativas mais otimistas e com queda no preço das passagens.

            O universo da Copa do Mundo se baseia em 12 cidades-sedes, contando com 16 aeroportos, responsáveis por 83% de toda a circulação aérea nacional. Segundo o diretor da Infraero, um diagnóstico abrangendo pista, pátio e terminal de passageiros permitirá a elaboração de um planejamento mais efetivo sobre os pontos que apresentem deficiência de serviços. Os aeroportos que estão recebendo atenção especial são os do Galeão e o de Guarulhos, principais portas de entrada no País. E o diretor da Infraero informou que o pacote de investimentos chega a 5,3 bilhões, dos quais 39% representam um aporte da União e 61% são recursos da própria empresa, responsável, atualmente, pela gestão de 67 aeroportos distribuídos por todo o País.

            Ronaldo Jenkins, do SNEA, baseou-se em estudo realizado pela COPPE - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sobre as condições de nossa infraestrutura e as perspectivas até 2014, com ênfase nas cidades-sedes da Copa do Mundo. De acordo com esse estudo, em 2014, teremos até 160 milhões de passageiros movimentando-se pelos 16 aeroportos das cidades da Copa do Mundo. Espera-se que só o de Guarulhos já possa atender a 35 milhões de passageiros. O aeroporto de Brasília, também entre os mais movimentados do País, terá sua capacidade ampliada de 10 milhões - movimentou 12 milhões em 2009 - para 18 milhões.

            Temos problemas em Fortaleza, cujo aeroporto tem capacidade instalada para 3 milhões de passageiros, mas que, já em 2009, movimentou 4 milhões, número que deve saltar para 5 milhões este ano. Sua capacidade deverá ser de 6 milhões em 2014, mas já é considerada insuficiente, com a expectativa de 7,5 milhões de passageiros.

            Confins, o aeroporto de Belo Horizonte, também é motivo de preocupação, pois, em 2009, com uma capacidade de 5 milhões de passageiros, recebeu 5,7 milhões. Em 2014, com a capacidade ampliada para 8,5 milhões, deve receber 11,2 milhões de visitantes.

            O aeroporto de Salvador não deve apresentar problemas. Teve uma demanda de sete milhões de passageiros em 2009, para uma capacidade de 10,5 milhões.

            O aeroporto de Campinas (SP), que vem demonstrando crescimento para tornar-se um dos mais movimentados do País, movimentou 3,4 milhões de passageiros em 2009, para uma capacidade de 3,5 milhões. Espera-se, para 2014, uma movimentação de 9,5 milhões, mas então ele deverá estar preparado para receber até 11 milhões de passageiros.

            O Galeão, no Rio de Janeiro, é um dos aeroportos em que não são esperados problemas com a realização da Copa do Mundo. O terminal para 18 milhões atendeu apenas a 11,8 milhões em 2009. No ano da Copa, após as obras realizadas nos Terminais I e II, deverá estar apto a receber 26 milhões, para uma demanda esperada de 21,1 milhões de passageiros.

            Srªs e Srs. Senadores, a situação, com poucas exceções, é de relativa tranquilidade em relação à capacidade aeroportuária para a realização da Copa do Mundo no Brasil. Se as obras projetadas forem cumpridas dentro do cronograma, temos condições de receber, com muita qualidade em nossos aeroportos, os turistas interessados em assistir às atividades desenvolvidas durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.