O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Senadora Marta Suplicy, Srªs e Srs. Senadores, faleceu no dia de ontem o Procurador de Justiça aposentado, meu querido amigo Jugurta Barreto, a quem homenageio nesta hora através do Requerimento nº 847, direcionado a sua família, apresentando os nossos mais sentidos pêsames por perda tão sentida e irreparável não só para os membros da sua família, mas também para toda a sociedade sergipana, que conhecia e enaltecia as virtudes e as qualidades inerentes à personalidade marcante do Procurador de Justiça Jugurta Barreto.

            A sua vocação para a advocacia, a sua vocação para o Ministério Público na defesa intransigente da sociedade fez de Jugurta Barreto um homem querido e respeitado no seio do Judiciário, no meio do Ministério Público, exaltado por sua cultura jurídica, por sua coragem cívica, por sua retidão, pela honradez de seus pareceres, perseguindo os criminosos e ajudando a fazer justiça.

            O Dr. Jugurta Barreto, antes de ingressar na carreira jurídica, foi vereador de sua terra natal, Santa Rosa de Lima. Depois, foi Secretário de Justiça do Estado de Sergipe, quando teve oportunidade de modernizar aquela instituição, empreendendo um projeto de informatização a fim de que o meio jurídico, advogados, promotores, juízes pudessem ter informações precisas sobre o sistema prisional então edificado por ele no Estado de Sergipe, na época em que governava o Estado o ex-Senador e Deputado Federal Albano Franco.

            Ao fazer esta homenagem, Srª Presidenta, quero dizer que o Dr. Jugurta Barreto também foi meu suplente de Senador na Legislatura anterior, oito anos como suplente do Senador Antonio Carlos Valadares, portando-se sempre com uma dignidade ímpar, jamais se utilizando dessa função estratégica para pressionar o seu efetivo, para pressionar o dono do mandato que o povo conferiu naqueles oito anos que antecederam a este novo mandato.

            O Dr. Jugurta Barreto foi homenageado recentemente, no mês de abril, pelo Ministério Público, órgão ao qual ele pertencia, e, como ele estava com dificuldades para se pronunciar devido ao seu estado de saúde, falou em nome da sua família 

e em seu próprio nome, o seu genro Sérgio Guerra, que, em dado momento, pela força, pela coragem com que Jugurta Barreto enfrentou a doença e pelo exemplo edificante que ele deixou para a família, para a sociedade sergipana, lembrou do escritor inglês John Bunyan, do século XVIII, que, segundo Sérgio Guerra, simboliza e resume toda a história de vida e luta que traduz o sentimento que move e anima o espírito do guerreiro Jugurta Barreto de Lima, o homenageado pelo Ministério Público.

Embora tenha passado por tudo que passei, não me arrependo dos problemas em que me meti - porque foram eles que me trouxeram até onde desejei chegar. Agora, tudo que tenho é esta espada, e a entrego para todo aquele que desejar seguir sua peregrinação.

Levo comigo as marcas e as cicatrizes dos combates - elas são testemunhas do que vivi e recompensas do que conquistei. São estas marcas e cicatrizes queridas que vão me abrir as portas do Paraíso.

Houve época em que vivi histórias de bravura. Houve época em que vivi apenas porque precisava viver. Mas agora vivo porque sou um guerreiro, e porque quero um dia estar na companhia Daquele por quem tanto lutei.

            Portanto, Srªs e Srs. Senadores, com essas palavras singelas, mas proferidas com sinceridade, do fundo do coração, homenageio essa figura exemplar da vida pública sergipana, Jugurta Barreto, que se destacou acima de tudo pelo seu caráter, pela autenticidade com que agiu à frente dos cargos que ocupou, pelo devotamento santo à sua família, pelos amigos que conquistou, pelas saudades que deixou.

            Srª Presidente, aproveito também essa oportunidade para apresentar um voto de congratulações e de aplausos pela eleição do poeta, ator e jornalista Amaral Cavalcante, que tomou posse na última segunda-feira naquela instituição.

            Amaral Cavalcante pontificou a sua vida não apenas como poeta, acima de tudo como editor do Jornal da Praia, jornal que é um patrimônio do povo sergipano, jornal que muito contribui para a formação da opinião pública no nosso Estado de Sergipe. Vários jornalistas fizeram homenagem ao jornalista Amaral Cavalcante, dentre elas destaco a feita pelo jornalista Luiz Eduardo Costa, no Jornal do Dia.

            Peço a V. Exª, Srª. Presidente, que faça inserir nos Anais desta Casa as homenagens, as referências e elogiosas à personalidade do jornalista Amaral Cavalcanti, eleito, com muita justiça, para a Academia Sergipana de Letras.

            Ele, inclusive, foi ator daquele filme produzido e dirigido por Hermano Penna, inspirado no romance de João Ubaldo Ribeiro O Sargento Getúlio. Eu me recordo que assisti a esse filme e agora vou tentar assisti-lo de novo, numa homenagem a esse grande amigo e jornalista Amaral Cavalcanti.

            Srª Presidente, eu me debrucei sobre os trabalhos que realizei durante esse semestre e aqui está um relatório completo das atividades do Senador Antonio Carlos Valadares, desenvolvidas como Senador e como Líder do PSB.

            Como já não há mais tempo, gostaria de pedir a V. Exª que insira nos Anais da Casa não só o pronunciamento que fiz, os pronunciamentos que estou fazendo, como também este documento, que revela o desempenho do meu mandato e o amor que tenho pelo meu Estado de Sergipe, ao qual represento com muita honra neste Senado Federal.

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SEGUEM, NA ÍNTEGRA, DISCURSOS DO SENADOR ANTONIO CARLOS VALADARES

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I, § 2º do Regimento Interno)

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Matéria referida:

Amaral e o seu Instante Azul - Luiz Eduardo Costa - Jornal o Dia;

“Irmão do vice-governador Jackson Barreto (PMDB), ele também foi secretário de Estado da Justiça de Sergipe.